14 de maio de 2006

O Ser Repórter

(Foto tirada por eu mesma numa visita à reserva indígena Tenondé Porã. Este é o CECI - Centro Educacional de Cultura Indígena - obra realizada durante o mandato da prefeita Marta do PT, com orçamento de quase 800 mil reais.)



Nem receptivos, nem hostis. Os índios Guaranis da tribo Tenondé Porá – que significa algo como “futuro brilhante” ou “futuro bonito” - não gostam de jornalistas.
Numa estrada distante do centro de Parelheiros, extremo Sul de São Paulo, existem duas reservas indígenas com território protegido pela FUNAI – Fundação Nacional do Índio.
Freqüentemente visitadas por moradores da região, curiosos, biólogos, integrantes de ONG’s, estudantes e até estrangeiros, as duas tribos juntas somam por volta de 1000 nativos.

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A transmissão do conhecimento e da sabedoria milenar é passada oralmente pela própria comunidade às suas crianças, que representam o futuro e a garantia de preservação da tradição. Cerca de 80 famílias possuem televisão, mas todos têm consciência da importância de se manter os ritos em paralelo à tecnologia. Mesmo no século XXI, os índios sofrem muito com o preconceito.

As mulheres, nas poucas vezes que deixam a reserva, são mal-vistas e por vezes até ofendidas. Os índios não são respeitados como os legítimos brasileiros que são.
A constituição que garante direitos e limites aos índios está em formação. O regimento não é definitivo. Isto fragiliza ainda mais a defesa dos índios.
Ocorrências, como jornalistas que distorcem declarações e fatos, já são conhecidas. Políticos, suas promessas e suas atitudes pós-eleições também já foram observados.
Os puramente brasileiros aguardam esperançosamente as mudanças vindas em doses homeopáticas. Aguardam há pouco mais de 500 anos. E continuarão, bravamente, aguardando.


Camila Caringe.
Quem se interessar em ler a matéria na íntegra, favor solicitar por e-mail: carincci@gmail.com