31 de outubro de 2007

Uma opção razoável...

Levando-se em consideração as possibilidades humanas de percepção e produção sensíveis de natureza sonora que uma pessoa pode promover levando todas as outras ao redor a um estado que se situa fora do universo de expressões cognoscíveis, penso que alguns seres são ET's disfarçados.






Você já quis fugir com o circo?
Eu já.
Quis fugir.
Não com o circo.
Quis fugir com o Kenny G e sua super banda ontem a noite...

30 de outubro de 2007

Adoro acordar cedo!

Sabe aqueles dias em que você acorda (ainda bem que acorda, aliás! sou muito jovem para dormir pra sempre!), olha para o relógio, vira pro lado, finge que não viu que já era hora de acordar e dorme de novo?
Aí acorda esbaforido e corre para recuperar o tempo perdido...
Nessas horas até dá pra ouvir a voz do vizinho cantando: "Tô cansado! tchá tchá tchá! Tô cansado! Tchá tchá tchá!"
... É engraçado... As vezes até parece que a voz fica em algum lugar dentro da minha cabeça...

(Freud diria que é meu inconsciente manifestando simbólicamente meus desejos reprimidos através de um personagem criado pela minha mente. Sartre diria que é normal do ser humano procurar a quem culpar e que eu não deveria me preocupar em usar um suposto vizinho como subterfúgio para a cantoria.)

Eu digo: _ Moro em apartamento, tá?! Tenho muitos vizinhos! Não tô com sono! Adoro dormir tarde e acordar cedo! Sou uma jovem super pra frentex! Tô ótima!
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(ronco)

29 de outubro de 2007

Num ônibus na Avenida Ibirapuera:


_ Moça, você vai descer no próximo?
_ Não, vou descer no outro ponto. Vou descer no ponto desse lado, onde vai abrir essa porta aqui. Você também?
_ Ahãm.


Cinco segundos depois a pessoa passa empurrando Deus e todo mundo (inclusive eu!), dizendo:
_ Dá licença, dá licença! Vou descer!

Os professores de Jornalismo aplicado sempre nos instruem: “Procurem evitar sentenças longas. Isso confunde e dispersa.”
Mas a gente tenta acreditar que não é bem assim...
Numa dessas descobrimos que SIM ou NÃO é alternativa demais...

(photo by Camila Caringe)

28 de outubro de 2007

Por uma entrevista


(drawing and photo by Camila Caringe)


Comprei um anel hoje. É bonito, mas a pedrinha tem o formato de Sol. Isso significa que os raios enroscam em tudo: cabelo, roupa, zíper, tudo. Um inferno.
E fui para Interlagos.
Interlagos é perto. Do autódromo. Eu não moro perto do autódromo.
Semana passada fui para Suzano. Foi fácil. Saí da minha casa e peguei o metrô até o Brás. No Brás, trem até Guaianazes. Depois, outro trem sentido Estudantes até Suzano. Neste ponto uma curiosidade: taxi-lotação. Mais uma solução da criatividade popular para o problema do transporte público. Um carro caindo aos pedaços cheio de gente desconhecida. Apenas R$ 2.00 e você chega mais rápido e menos desconfortável, apesar de tudo. Ótimo. Mais meia hora no tal taxi-lotação. Calma que ainda não cheguei. Ainda tinha uma rua íngrime para subir. Eu disse íngrime? Serei mais específica: formava um ângulo de 45º em relação ao nível do mar. Cheguei lá em cima com crise de asma.
Valeu a pena. Sempre vale.
Dessa vez foi Interlagos. No final minha entrevistada me deixou no ponto de ônibus. E voltou para me buscar 1 hora e 10 minutos depois. Ficou com dó quando ligou e descobriu que eu ainda estava no mesmo lugar. Domingo a frota diminui consideravelmente e lá não tinha taxi-lotação.
Uma aventura. Mas foi sem graça... Nem tô cansada!
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(ronco)

27 de outubro de 2007

Bolão!

photo by Camila Caringe

Sobre a sensação de vazio, incerteza e tentação curiosa gerada pela descoberta da existência do que ainda não se descobriu, digo que já descobri. Digo da sensação e, consequentemente, da descoberta rasa. Falo aqui de quão pequeno você sente de repente. É como se crescer obrigasse a ser menor. Mais uma artimanha da vida...
É aquela falta de chão, o arregalar de olhos e um sonoro “TÃ!” que soa nos ouvidos. É como quando você tenta executar uma operação torta no Windows. É o mesmo “TÃ!”, só que é só seu, é só você quem ouve e significa o mesmo que um “Xeque-mate!” berrado pelo inimigo do outro lado da mesa. Você é você e o inimigo também.
Aí a pessoa – que não sou eu, claro! – se enrosca em desmedidas entre a paralisia boquiaberta e a atitude meio cigana doida, como quem não tem mais nada a perder. Só que tem, embora se esqueça de vez em quando...
A partir disso é como rolar escada a baixo no acesso ao metrô Barra-Funda às 18h00. A única diferença é que você não precisa ficar roxa. Mas a torcida da galera se repete: “_ Já morreu?”
Não, ainda não galera.
Não morri, mas tô quase.
Se depender do colapso que Bordenave me provoca quando fala da “sofisticação tecnológica inovadora” dos videocassetes* não tardarei a entrar em parafuso.
Se depender de publicações periódicas tão gentilmente cedidas por mestres para toda a vida, tô salva.

Quem vai entrar no bolão?


*Juan E. D. Bordenave é MUITO BOM. Mas a obra a qual faço referência é de 1991. A culpa é minha, ok?