31 de janeiro de 2008

...Porque a vida também é feita de bobagens...

Sem procurar, acabei encontrando esta pérola do universo simbólico adolescente.
Reparem como é engraçadinho. Trata-se de uma cena onde se passa um evento comunicativo de gênero humano-humano, espontâneo, sonoro e visual (para os personagens), interpessoal, direto, bidirecional, particular.




Ah...
Não é um amor?

Em breve, mais achados do "super duper lovely web universe"...

30 de janeiro de 2008

Entrevista de emprego

Cheguei esbaforida, em cima da hora. Cumprimentei a recepcionista com um beijinho no rosto, como se faz com os conhecidos. Não, não nos conhecíamos. Foi reflexo. E foi ridículo.
Dois concorrentes já estavam devidamente ajeitados no sofá, coluna ereta, tensa. Acho que era pra não amassar a roupinha. Eu, tênis. Beleza. Nem me senti mal.
Primeiro? Lá se foi um engomadex.
Segundo? Eu.
Terceiro? Lá se foi o terceiro.
Depois, texto teste.
Horas depois a boa notícia: Você foi selecionada. (apesar de ter dado um beijinho na recepcionista)
Meus olhos se enxeram de lágrimas, eu saí correndo, abracei minha mãe, que também chorava... E então começou a chover e nós saímos dançando...
Mentira pessoal! Acorda, né?!
Estágio. Trabalho semi-escravo. Cobrir o trânsito na capital. Pelo amor, sem drama.

Mas sim, tô feliz.
E mais: meu nominho saiu como colaboradora na versão eletrônica da Revista Viração numa publicação sobre a Ação Global. Uma foto tirada por mim também tá lá:
http://www.revistaviracao.com.br/artigo.php?id=1381

Não precisa nem ler a matéria na íntegra. Meu nome aparece logo na linha-fina! (hehe)
Pronto. Meu adorável público já pode me dar os parabéns!

29 de janeiro de 2008

Bem isso mesmo...


Li uma vez numa alquimia que beleza e tristeza andam juntas...

Observando fatos da vida sem ter de olhar para ver, pareceu-me clara essa tendência que a beleza tem de ser triste.
É triste. Tristinha... Ou muito triste, depende da beleza.

As pessoas que partiram ou que ficaram só pela metade (!) tiveram e têm uma bela trajetória, que não poderia mesmo ser diferente.
A paisagem noturna da cidade.
As músicas que fazem vibrar a alma.
As poesias.
Os brilhos feitos de retinas desejosas de vida.

Bonito. Mas ligeiramente triste...

Uma Paródia


Era velho. E solitário. E amargurado.
Isso. Era também solitário e amargurado...
...Andava devagar, comia devagar, pensava devagar. Vivia assim: b-e-m d-e-v-a-g-a-r...
Mas ninguém via. Todos achavam muito natural.
Claro. Todos achavam natural porque todos ao redor também viviam assim: devagarzinho...

Mas “ele” era demais. Algumas pessoas até nem se importavam e chegavam ao cúmulo de diminuir o próprio ritmo por causa dele. Um ritmo que, diga-se de passagem, já era lento.

Até o dia em que conheceu uma mulher. E se apaixonou por ela. Foi quando percebeu que era lento demais para ela, então se entristeceu...e aí, acabou ficando um pouco mais devagar do que de costume...já que não conseguiu imaginar coisa melhor a se fazer.
E assim seguiu sua vida. Até que um dia morreu. Mas, como era muito vagaroso, não percebeu, senão 3 anos após a sua morte que havia, efetivamente, morrido. E, quando percebeu que já havia morrido sem perceber, acabou percebendo que todas as outras pessoas, tão lentas quanto ele, também haviam morrido, mas ainda não haviam percebido.
Então “ele” ficou mais triste do que quando a garota por quem fora apaixonado o rejeitara. Ficou triste porque, num espaço de tempo curto (que, diria mais tarde, lhe parecera eterno), ele entendeu que não estava no ritmo certo, que deveria ter aceitado as mudanças e não agido como uma criança ou como um burro que empaca bem no meio da Avenida, na metade do caminho entre o que se tem e o que se quer.

Mas ele parou. E agora sabia. E isso doeu.

Doeu porque ele viu que havia morrido ainda vivo e, agora que estava morto, só queria viver. Então ele olhou ao redor e, vendo tantas pessoas mortas-vivas, tantos zumbis que acreditavam estar vivendo quando estavam perdendo o melhor da existência, o cume da clareza, a sedução da consciência e do prazer de estar vivo, ele notou que aquelas pessoas continuavam fazendo tudo igual... E ficou espantado de ver que elas não choravam, não sentiam dor, nem eram surpreendidas por aquelas perigosas situações que o destino, vez por outra, adora nos arranjar...
..."Ele” então tomou a corajosa decisão de ignorar o fato de saber estar morto. E continuou fazendo tudo igual, afinal de contas, ele não queria ser responsável pela dor que todos sentiriam quando percebessem que também eles estavam mortos.

E assim foi feito. Devagarzinho...
...Pra ninguém notar.

26 de janeiro de 2008

Ação Global


O dia de Ação Global foi marcado por uma série de manifestações envolvendo cerca de 80 países em todo o mundo.
Em São Paulo o ato aconteceu em frente à sede da prefeitura.


Movimentos de Comunicação e Cultura, trabalhadores rurais, organizações latino-americanas que lutam pelos direitos humanos, movimentos sindicais, estudantis, da juventude, idosos, pessoas com deficiência, movimentos feministas, contra o preconceito racial/sexual, luta por moradia/saúde marcaram presença. Dividiram-se em clãs, cada um com sua cor característica para a encenação da peça "O Rei Lear", de Shakespeare.



Contra o imperialismo e as políticas neo-liberais, vários hinos foram entoados pelos mais diversos timbres:

"Não vem pra cá
Com essa de respeito
Ligo a TV
Pra ver só bunda e peito!"

"Não adianta
Tentar me convencer
Educação é produto
E eu vou vender!"

O tema deste ano foi "Um outro mundo possível".
Eu tava lá.
E você? O que fez/faz por um outro mundo possível?



Photos by Camila Caringe

25 de janeiro de 2008

Curriculo


Aos interessados em me levar na mala para algum lugar exótico, segue modelo do curriculo:

> Nome
(sexo, idade, condição social, estado civil e nacionalidade são informações irrelevantes; não coloque!)

> Foto
(do lugar para onde pretende me levar!)

> Ficha criminal
(só pra eu calcular as probabilidades de se tratar de um sequestro)

> Extrato bancário
(precisa ter o suficiente para eu não passar fome)

> Um texto de no mínimo/máximo 15 laudas sobre a vida e obra de Charles Sanders Peirce

> Histórico da pré-escola

> Xerox da carteira de vacinação
(com todas as atualizações possíveis)

> Carta de recomendação

Basta enviar as informações para a nossa redação ou no endereço de e-mail privativo da editora chefe (carincci@) e pronto! Você estará automaticamente incluído na inacreditavelmente gigantesca lista de concorrentes por uma incrível chance de me levar para viajar!

Boa sorte!

23 de janeiro de 2008

Era uma vez um lugar...

Chamava Budapeste. Ainda chama. Fica na Hungria. Observe:



Ficou mais famosinho depois do romance.



Poderia ser eu, não poderia????

Piscina exterior nos banhos públicos de Szechenyi, um dos mais espectaculares de Budapeste, a par com as termas do Hotel Gellért


Mas não era. Apesar da incrível semelhança nos traços, como você pode reparar, não era eu. Se fôssemos irmãs não seríamos tão parecidas, é claro. Mas, acredite, não era eu.

O azul do céu hoje me fez lembrar dos lugares que AINDA não conheci. Estou aceitando curriculos de quem queira me levar na mala por aí. Favor encaminhar suas referências à redação deste veículo informativo de alta seriedade.

22 de janeiro de 2008

Dificuldades



Sempre tive dificuldades para acordar cedo.
Na infância, era carregada para a escola nos braços de alguém que tinha dó de me fazer andar sonambulamente, uma vez que já tinha me feito tomar leite, colocar os sapatos, trocar de roupa e pegar mochila e lancheira sonambulamente.

Na adolescência tudo mudou. Para cada retorno para casa por causa do atraso, uma bronca condizente com o tamanho do portão da escola. Então, por muitas vezes, fui obrigada a tomar atitudes drásticas: entrar furtivamente no pátio pela capela (sim, tinha uma capela na escola) bem no meio da missa para, só então, ter acesso à sala. Aproveitava que todos estavam distraídos com o padre e mal reparavam numa mochila verde se esgueirando pela lateral do altar.

Os professores de física, química, matemática e biologia, de forma geral, nunca conseguiram me empolgar. Talvez isso justifique a dificuldade que sinto agora para pensar cientificamente.


"Roteiro de entrevista aberto é científico porque a subjetividade pode ser analisada de maneira científica."

Tá.

Planejamento de maneira bem objetiva:
> reformulação de projeto
> prazo: uma semana

Vamo lá, começou... agora, um dois três, vai, começou, já! Agora, foi! Já! Agora!
E... Foi!

21 de janeiro de 2008

Óh que bonito!


Pulmão de fumante

(Um protesto pacífico aos que prejudicam minha saúde pacifica, silenciosa e inevitavelmente.)

Polifonia - o caminho do aprendizado


"A noção de polifonia se constitui num conceito instigante e original encontrado na obra de Bakhtin.Segundo sua concepção, a verdade não se encontra no interior de uma única pessoa, mas está no processo de interação dialógica de pessoas que se procuram coletivamente."

Taí um bom motivo para aprender a dialogar. Nem que seja por interesse próprio. Derrubar barreiras invisíveis, mas sensíveis, densas...
Lembrando que dialogar não é desandar a falar, mas ouvir, falar, intercalar o que precisa ser comunicado. Um exercício de tolerância.

Pratique você também!

19 de janeiro de 2008

Moral da história segundo a menininha - Cap. CV

(Imagem gentilmente cedida do arquivo pessoal de Marcella Andriani)


Silêncio. E a menina retorna:


_ Papai...! Quanto fogo! Olha papai! Por quê esses homens de roupinha vermelha estão entrando no meio do fogo? Não era melhor soprar?
_ Soprar? Ah hahahahahaha...! Claro que não!
_ Mas quando eu queimei meu dedinho, doeu! E a mamãe assoprou...
_ Ah hahahahaha....!
_ Eh, he... Do que você está rindo, papai?
_ Eles precisam entrar para pegar as pessoas que estão lá dentro, senão morrerão queimadas! São bombeiros! Policiais especializados em salvar pessoas...
_ Ah, é! E depois elas vão dar dinheiro para eles tomarem uma cervejinha...
_ Como assim?
_ O senhor que falou outro dia!
_ Não falei nada disso!
_ Falou sim! Quando a mamãe disse que o senhor não podia parar o carro na frente daquela plaquinha, você disse que se aparecesse um policial era só dar dinheiro para ele tomar uma cervejinha que ele te ajudava. E, no protesto, os policiais machucaram um homem, e agora esses policiais de roupa vermelha estão ajudando as pessoas... Então a diferença é que o homem machucado não podia pagar a cervejinha e essas pessoas podem... E...
_ Não! Não é nada disso!
_ Mas você disse! Você sempre disse que o dinheio resolve tudo... E... (a menina começa a chorar copiosamente)
_ Por que você está chorando?
_ É que se eu ficar doente ou quiser brincar com você, eu vou ter que pagar a sua cervejinha e eu não tenho dinheiro...
_ Não, meu amor! Eu sou seu pai e sempre farei tudo pelo seu bem! Mas então não chore. Não gosto desse biquinho...
_ (Snif!) Tá bom... pelo menos o biquinho é mais barato que a cervejinha...

17 de janeiro de 2008

Lugar oportuno

"Por falta de interesse, fica cancelado o

Amanhã."
(Frase encontrada no banheiro de uma universidade americana.)


...Mas o dia vai nascer e as consequências do hoje estarão nuas no novo dia que o Sol trará...

Boa sorte com seu amanhã.

16 de janeiro de 2008

Silogismos...

"Quando bebemos, ficamos bêbados.
Quando estamos bêbados, dormimos.
Quando dormimos, não cometemos pecados.
Quando não cometemos pecados, vamos para o Céu.
Então, vamos beber para ir pro Céu!"

Primeira premissa correta.
Segunda premissa correta.
Terceira premissa correta (se considerarmos previamente o conceito de pecado).
Quarta premissa incorreta (além de considerarmos previamente a existência do Céu (que não é lógico porque não é palpável) não há nenhuma fundamentação teórica que garanta nem existência do Céu, muito menos que o caminho para ele seja a vida supostamente sem pecado).
Logo, conclusão errada.

Mas se admitirmos a possibilidade de não haver Céu prometido e considerarmos a fragilidade do que seja pecado - ação incorreta - uma vez que tudo é relativo e desde os sofistas entendemos que não existem verdades absolutas, mas fenômenos relativos ao sistema de referência (Einstein), então beber, embora não leve ninguém para o Céu, também não deve levar ao inferno... A menos que se considere previamente a existência do inferno como verdade religiosa aceitável e o pecado como caminho até ele... sendo assim...

Ah! Pode beber, vai...

15 de janeiro de 2008

Serviço VIP (Very Insignificant People)

_ Por favor, o *** está conectado e o modem está com sinal aparentemente normal. Mas não consigo me conectar, preciso de suporte.
_ Já foi feita uma solicitação de reparo e o técnico irá até o local.
_ Eu liguei a tarde e não tinha funcionário disponível nem previsão de disponibilidade. Então me falaram que a única opção era solicitar uma visita. Agora são 2h20 da manhã, acredito que não tenha fila para atendimento, correto?
_ Você deve aguardar a visita do técnico.
_ Mas é que o problema me parece simples, talvez uma questão de configuração de alguma coisa. Se eu puder falar com um técnico por telefone talvez não haja necessidade da visita.
_ Mas já foi solicitado.
_ Então des-solicita.
_ Estarei fazendo isso senhora. Queira aguardar.

(Não, eu não quero aguardar!!!!!!)
(tarãrãrãrã tátá tãtã)

_ Pronto. Já cancelei a visita.
_ Agora posso falar com o técnico?
_ Não. É necessário aguardar 24 horas para que o cancelamento da solicitação seja efetuado com sucesso e só então você poderá estar falando com o suporte por telefone.
_ E em quanto tempo o técnico viria até aqui?
_ 24 horas também.
_ Me diga uma coisa: se eu não tivesse solicitado a visita, conseguiria falar com o técnico agora?
_ Sim.
_ Então amanhã eu me esforçarei para ficar acordada até duas e meia da manhã de novo. Até lá! Obrigada, hein?!

A última frase quase não saia entre os risos. Minha irmã disse que fui cruel, mas cruel foi a criatura que me atendeu. Concluimos que a funcionária estava com sono. Se fosse caso de vida ou morte... cof cof... (morri)

14 de janeiro de 2008

Alien x Predador x Baba intergaláctica


O filme "Alien versus Predador" me lembrou dos tempos de criança, quando o escuro era motivo para ter medo. O negócio deu medo. Medo, inclusive, de ter medo. Aquela musiquinha de suspense anuncia o pior imprevisível. Medo.

O comportamento do Predador me lembrou um pouco o "so dear Mr. Bush". Sabe aquele jeitinho todo especial de agir, do tipo "atira primeiro e pergunta depois"? Então! Igual.
O Alien, tadinho... Em alguns momentos me deu pena... babava tanto aquela saliva grossa que mais parecia um nenê sem controle da própria baba. Um nojo, coitado...
Na verdade até pensei em sugerir aos bambans de Holywood que na próxima aventura o Alien lutasse com sua própria saliva. Ele podia escorregar nela, depois jogá-la na parede e pisar em cima... daí eles iam pra outro planeta lutando... E aí o Predador podia até ajudar o Alien a se livrar da baba com uma fraudinha... e eles seriam mais felizes como amigos!

Bem, assustou também o Alien na barriga da mulher grávida. Sabe, eu sou mulher, vou querer ter filho, poxa! Ter pesadelos com um alien na sua barriga não é fácil, sabe?! Não é assim que funciona...

Descobri então que ficção científica serve, basicamente, pra duas coisas:
1) compartilhar e empolgar os processos cognitivos relativos à imaginação futurística;
2) dar medo.

No meu caso só serviu para dar medo mesmo.

10 de janeiro de 2008

Algumas regras

Mexem, do verbo "mexer" = com X
Mechem, do verbo "mechinha" (de cabelo mesmo) = com CH
Poti, do verbo "potinho" = com T e I no final
Pode, do verbo "poder" = termina com D e E, com possibilidades de variações, por exemplo: "Teve pudim no ano novo." Neste caso, "pudim" é a forma em latim do verbo.

Gerundismo: é correto usar, mas não precisa forçar a barra.
Por exemplo: "Eu vou levar as pizzas." > sentença Ok.
"Eu vou estar indo e vou estar levando as pizzas." > desnecessário. Com a história do nosso novo imposto (uma salva de palmas ao recém chegado, por favor!) é desnecessário insinuar que tudo acaba em pizza. Forçou.

Por falar em imposto...
O IOF, que veio para ocupar o cargo da CPMF (demitida no início deste ano) teve seu nome meticulosamente elaborado. O Imposto sobre Operações Financeiras - IOF - quase foi um POF - Pancada Orientada para Ferrar, ou um TOF - Trabalhadores Obrigados a se Ferrar, ou um BOF - Bife Obviamente caindo Fora, ou ainda um COF - de tosse mesmo.

Como diria minha querida Hilda Hilst, se ainda estivesse viva... "É fofada..." A coisa tá feia (do verbo "feio" > tudo aquilo que causa náuseas).

9 de janeiro de 2008

Mamis e papis

Ter filhotes não é fácil. Haja visto que tantos filhotes são comidos recém nascidos pelos próprios progenitores. Isso acontece com frequência no reino animal. De repente a gatinha estressa e mata seus pequeninos. Também, depois de aguentar durante meses aquele peso na barriga, ainda tem que ouvir o miado insistente e estridente durante horas... dias... Até Buda se estressaria. Aliás, creio que foi por isso que Buda chegou a ser Buda. Porque não teve cria.

Até aí, cada um com seus pimpolhos/problemas.

O que me irrita são os pais que não sabem ser pais (nem pretendem aprender!):

_ Aí a Juju disse: Manhê, fica comigo até eu dormir porque acho que vou morrer. Daí eu fiquei. É criança, sabe como é.
_ Mas ela tem que dormir na cama dela!
_ E olha que eu gastei R$ 5.000,00 no quartinho novo. É tudo rosa. Mas ela gosta de dormir comigo e com o pai. Sempre foi assim. E ainda é uma criancinha...
_ 10 anos?
_ Só 10 anos...

(pausa para reflexão)

_ Não vá consolar o menino. Depois que briga tem que deixar ele pensar no que aconteceu.
_ Ah, meu bebê!

E o "nenê" responde pra mami: _ Sai pra lá, sua burra!
_ Ah, meu nenê...
_ 8 anos?
_ Meu bebê...

(nova pausa)

_ Sua gorda! Baleia! Feia!
_ Olha, menina, eu não ia dizer nada, mas já que você abriu espaço para discussão, acho que você devia se olhar no espelho e ver direitinho quem é a baleia.
_ Mas pelo menos eu sou bonita! Sua magrela.
_ Isso é verdade. Você é bonita. Mas é baleia! E eu prefiro ser magrela.
_ Manhêê...!!!!
_ Ai, é uma criança... Você pegou pesado, meu... Não é assim também...

(suspiro)

Papis e mamis ausentes tendem a compensar a falta com excessos.

Psicólogos do mundo, uni-vos!

6 de janeiro de 2008

O Vento

Esta postagem terá a trilha sonora de Los Hermanos.
A guitarra...
Estão ouvindo?


É incrível como alguns momentos da vida assumem autonomia.

(tãnãnãnãm) Posso ouvir o vento passar,
assistir à onda bater,
mas o estrago que faz
a vida é curta pra ver...

É como se o arbítrio cessasse em nome do melhor implícito... E em nome do que tem de acontecer as coisas acontecem... Sozinhas...

(tãtã) Um século, um mês,
três vidas e mais
um passo pra trás?

O tempo se agiganta para alguns acontecimentos – passa mais rápido, mais devagar, mais espaçado, mais estreito... Subitamente mais inteligente.

(tãrãm) Como pode alguém sonhar
o que é impossível saber?
Não te dizer o que eu penso
já é pensar em dizer
e isso, eu vi,
o vento leva!

E quando a gente olha, o pior já passou...

(tátá) Não sei mais,
sinto que é como sonhar
que o esforço pra lembrar
é a vontade de esquecer...

(Uma amiga minha há um tempo atrás traduziu essa sensação como “sentir-se carregado por Deus”.)

(uh...) Se a gente já não sabe mais
rir um do outro meu bem então
o que resta é chorar e talvez,
se tem que durar,
vem renascido o amor
bento de lágrimas.

Então a vida tráz o ritmo de volta ao poder de nossas mãos. E as imagens lembram retratos antigos, tão novos quanto a vida que ainda resta para viver.

(tchátchãm) Um século, três,
se as vidas atrás
são parte de nós.

Há mesmo mais coisas entre o céu e a terra do que pode julgar nossa vã, pequena filosofia. E por maior que sejamos, por mais espertos, rápidos, bem sucedidos, lúcidos que sejamos... Mais lucidez aguarda espreitando-nos em forma de outrem na(s) próxima(s) esquina(s).

E como será?

Boa sorte a nós, que estamos vivos. Pois a morte ainda é sim a segunda certeza. A primeira é o aprendizado. Irrefutável.

O vento vai dizer
lento o que virá,
e se chover demais,
a gente vai saber,
claro de um trovão,
se alguém depois
sorrir em paz.
(tãrãrãrãrãm)

4 de janeiro de 2008

Cotidiano Notável

Fato:
Recebi denúncias não-anônimas de que este blog teria se comportado de maneira inadequada durante o dia de ontem.
Réplica:
_ Prometo não mais confiar cegamente nos meus funcionários googles.

Fato:
Minha mãe fez torradas ontem à tarde.
Réplica:
_ As torradas são mais práticas (fáceis de morder e mastigar) quando são feitas mais fininhas. Além disso, manteiga é gordura hidrogenada e isso é uma porcaria que faz mal.
Tréplica:
_ Não fiz pra você, fiz pra mim.
Direito de resposta:
_ Ah, tá.

Fato:
Minha irmã (Thais) criou um tipo de Milk Shake caseiro que não ficou ruim.
Réplica:
_ "Tháta Shake" é um bom nome. Você tem potencial. Tenho um amigo que já trabalhou no Mc Donald's. Carreira promissora. Vou agitar o negócio pra você.

Fato:
Minha mãe gritou comigo porque mousse de chocolate não foi feito para matar a fome.
Réplica:
_ Esse é o tipo de coisa que você percebe sozinho quando se sente enjoado por tentar usufruir ao máximo do que sobrou da festa de fim de ano.
Tréplica:
_ Bem feito.

Fato:
Dormir não ajuda a descansar quando o cansaço é justamente por dormir demais.
Réplica:
_ Mas é bom.

Fato:
Amiga dando sermão moralista no telefone.
Réplica:
_ Tá bom, mas você serve pra isso, pra me avisar quando eu pisar na jaca sem perceber.
Tréplica:
_ Não faça de novo!
Direito de resposta:
_ Vou pensar no seu caso.


Bom pessoal, espero que tenham curtido e aprendido bastante com o super debate na nossa mesa redonda de hoje. E, para finalizar nosso evento com chave de ouro, o convidado especial, Hermann Hesse:

"Nada lhe posso dar que já não exista em você mesmo. Não posso abrir-lhe outro mundo de imagens, além daquele que há em sua própria alma. Nada lhe posso dar a não ser a oportunidade, o impulso, a chave. Eu o ajudarei a tornar visível o seu próprio mundo, e isso é tudo."

1 de janeiro de 2008

Feliz Ano Novo!!!

Que a entrada do novo ano seja uma saudável despedida das experiências passadas...
Que 2008 venha repleto de desafios, sorrisos, boas novas...

Que nossas promessas saiam do campo das idéias e dos planos.
Que nossos desejos sejam menos egoístas.

Que possamos finalmente abrir os olhos e enxergar o brilho dos olhos alheios.
Que possamos nos alegrar por poder sentir prazer, ainda que o preço sejam as portas abertas para as dores de estar vivo.



Segundo Durkheim, a anomia é uma espécie de doença social e, entre outros fatores, representa a falta de solidariedade orgânica.
Uma sociedade só o é se os indivíduos participantes não agirem isoladamente, mas pensando no bem comum. Logo, não há (ou não deveria haver) espaço para que os interesses privados superem os interesses coletivos. Caso contrário, a sociedade (o organismo) em questão entraria num processo de profunda desarmonia.
(Qualquer semelhança com o que se vê hoje em dia não é mera coincidência.)



Neste novo ano, mais solidariedade aos 4 leitores deste blog!

(Acabo de descobrir que tenho uma leitora nova! EEEEeeeeee.....!!!!!!)