30 de setembro de 2008

a_to-amp_tação

Marshall McLuhan em Understanding Media defende que todo o nosso corpo físico existe em função de proteger nosso sistema nervoso central. Sendo assim, cada vez que nosso equilíbrio mental está ameaçado precisamos isolar os eventos irritantes que não podemos evitar ou compreender.

Uma das formas de isolamento é criar contra-irritantes, ou seja, fontes de prazer.

Outra forma é se auto-amputando.
Sim. A roda surgiu para atender às demandas. Com isso, "amputamos" nossos pés (ou inutilizamos os mesmos em sua função primeira). Não somos mais (tão somente) carregados por nossos pés.

Da mesma forma criamos apêndices de nós (arte, tecnologia, acessórios, formas de comunicar e interagir) na tentativa de retornarmos à estabilidade psíquica.
A verbalização é uma forma de restabelecer nosso sistema nervoso central quando este foi abalado por um choque, no caso, de realidade.

Talvez isso justifique o fato de este blog ter já 3 anos, 2 meses e 266 postagens.
Auto-amputei-me muito.
Por quê será?

29 de setembro de 2008

Improváveis II

Parece que estamos numa semana atípica!
Alguém na cidade já atendeu uma ligação do Rogério Ceni, além da esposa, da mãe e do empresário dele. Alguém ganhou na loto. Alguém continua recebendo boletins da CET em seu e-mail pessoal.


E, para completar a semana que mal começou, alguém na cidade ficou sem gmail, google, youtube, orkut, blogspot e analytics no dia de hoje.

Como desgraça pouca é bobagem, devemos lembrar que até meia-noite é só segunda-feira!

28 de setembro de 2008

Do que interessa

Explicações

Pois levei bronca. Talvez não devesse ter ignorado "a coisa" que representava o canditado a representante. Talvez devesse ter gritado com ele, segundo meu anônimo e a mãe do Gui. E assustei uma amiga de infância com tamanha frieza!
Não não não!
Meu pedido de desculpas...




Quanto à pesquisa que tem levantado suspeitas, inventei mesmo um especialista que concordasse comigo, já que não é possível reunir em torno de mim aqueles que concordam, simplesmente porque não os conheço!

Márcia Tiburi ensinou pessoalmente a mim uma vez: "Ironia boa é aquela que ninguém percebe", depois de Saint-Exupery dizer na voz de seu principezinho que "adultos adoram números". Até dei a dica de que 10 milhões de pessoas foram analisadas in loco...

27 de setembro de 2008

Improváveis

Existem muitas coisas improváveis de acontecer. Por exemplo, ganhar na loto, atender a uma ligação do Rogério Ceni pra você ou receber boletins da CET no seu e-mail pessoal.

Há uma semana estou recebendo boletins da CET no meu e-mail pessoal.
Não. Não fiz nada para que isso acontecesse, nem sei como fazer para isso parar.


Ocorrência: Acidente com vítima
Sentido: Vila Mariana
Envolvidos: 3 Autos
Ocupação: Faixa Central e Direita (faixas 2 e 3 de 3)

Ocorrência: Acidente com vítima
Sentido: Marginal
Envolvidos: Auto e muro
Ocupação: Não informado

25 de setembro de 2008

Fluxograma

Pareceu-me tão absolutamente funcional (leia-se genial) que tive de roubá-lo. Mas foi por uma boa causa. Fiz na melhor das intenções, num esquema Robin Hood. Aos leitores!
Desculpe, amigo. Essa maravilha precisava ser compartilhada com o mundo. E obrigada pela contribuição involuntária.


24 de setembro de 2008

Histerias urbanas

A época de eleições é linda...
Na faculdade, candidatos se aglomeram como urubus nas portas, cercando os alunos de brindes e sorrisos.
Ontem foi a vez de um gentil eleitorável distribuir seu panfletos coloridos. Mas, mais do que isso. Alguma coisa vermelha e branca gigante balançava com os bracinhos abertos e as mãozinhas chacoalhando, assustadoramente.
Quando passei pela coisa, eis que ouço uma voz:

_ Me dá um abraço?!?!?!

Ignorei.
Foi a vez da minha amiga passar:

_ Me dá um abraço?!?!?!
_ Nãããããããoooo!!!

Poxa... a coisa até murchou...
Falei para ela! Não precisava falar assim também, né?!

23 de setembro de 2008

Plantão!

Cientistas da Yale University - Graduate School of Arts and Sciences - descobriram que mulheres são sinônimo de falta de liberdade para 98,3% dos homens entre 20 e 35 anos, residentes no Estado de São Paulo (sendo de qualquer cidade).

A pesquisa foi realizada com 10 milhões de indivíduos sendo aplicados questionários, análises clínicas, exames psicológicos, observação “in loco” e teste de QI. O processo ainda está em fase de conclusão e deve demorar mais alguns anos.

De acordo com Robert M. P. S. F. Gerringtsow, os resultados prévios apontam que os mais qualificados intelectualmente seriam aqueles que, supostamente, teriam maior capacidade de envolvimento, não necessariamente com o sexo oposto, mas com um outro ser humano. Isto porque as pessoas têm suas experiências incrementadas a partir do compartilhamento das experiências alheias. Logo, aquele que se envolve, aprende e cresce com o outro através de processos mais intensos e rebuscados.

Este foi um informe exclusivo do DataDados. A informação em primeiro lugar!

21 de setembro de 2008

Vox populi

O DataSorte perguntou. Você respondeu. E já temos uma estimativa. Faz tempo aliás.
Hakuna, então! Obrigado a você que participou da apuração desta pesquisa de extrema relevância social e política. Principalmente agora, nessa época de eleições e agora, agora, que a Terra está passando por
transformações...

19 de setembro de 2008

Vamo respeitá a experiência de mais um colega - A saga continua



As novas tecnologias da informação modificam, criam e recriam novos espaços de atuação. A presença virtual substitui o encontro pessoal. As inter-relações, ao mesmo tempo que se intensificam, do ponto de vista da versatilidade, rapidez, fluidez e eficiência, esfriam quando passam a depender exclusivamente do contato on line, que é líquido, evasivo e abre portas para a incorreta ou parcial interpretação do conteúdo das mensagens transmitidas.

Esperto mesmo é quem sabe usar as tecnologias a seu favor e complementa suas relações aumentando a superfície de contato com o outro, favorecendo interfaces e as novas experiências proporcionadas pelos novos ambientes e possibilidades de interação. O colega foi vítima da sapiência alheia. Peça do próprio jogo. Motivo de nossa alegria de hoje. Vamos agradecê-lo!

16 de setembro de 2008

Óh minhas rugas de preocupação!


Não. A faculdade não corresponde às expectativas que a visão do mundo nutre em mim.
Não. Não há muitos professores que eu admire e sim, posso contá-los em uma mão.
Não. O ar não tava menos poluído hoje.
Sim. Está bem frio na cidade onde eu moro. E eu não estou preparada com a camada de gordura que os ursos polares usam entre os órgãos. Preciso de alguns meses para conseguir uma camada dessas. Até lá já vai ser verão.
Não. Não cumpri minha agenda. Tenho uma série de trabalhos por terminar.
Sim. Hoje deu curto circuito de novo onde eu trabalho. E, mesmo tendo 234.987.467 de coisas pra fazer fiquei deitada no puf laranja descansando os olhos.
Sim. Tenho que apresentar meu projeto de pesquisa na segunda-feira e não, nem fiz minha apresentação de Ppt ainda.
Mas... Tô nem aí!
Só não estourem a bolha, please.



Imagem gentilmente cedida por ToadaTalhada.
O copyleft foi autorizado com exclusividade a este blog sem cobrança de encargos.
Os mais sinceros agradecimentos destes Dados Viciados.
A ilustração é meramente ilustrativa.

15 de setembro de 2008

Pra isso

Uma das coisas mais comoventes que já vi. Faz-me lembrar pra quê serve a música, pra quê serve a arte, pra quê servem as novas tecnologias... Pra quê servimos nós.

14 de setembro de 2008

Das relações (todas elas)

Toda a decisão autoritária é arbitrária.
Toda a decisão autoritária é arbitrária?
Toda a decisão autoritária é arbitrária!
Toda a decisão autoritária é arbitrária...
Toda a decisão?
É autoritária?
É arbitrária?

Se uma decisão que afeta além do sujeito que decide é tomada somente por ele, sem a participação dos outros afetados, então, é autoritária. Ou seja, é contra o direito de cada um decidir o que é melhor pra si. E então? Derruba-se o autoritarismo? Com isso a democracia também cai, já que é o poder da maioria e a maioria não é sinônimo de unanimidade nem de certezas. Logo, se a democracia cai, resta a anarquia. Mas, se vivemos em sociedade e nossas ações são interdependentes, serão também as consequências das ações. Se cada um fizesse o que é melhor pra si não cairíamos, novamente, no autoritarismo do qual fugíamos?

12 de setembro de 2008

10 de setembro de 2008

Leminski


9 de setembro de 2008

Eu também escrevo errado

Um tempo me açoitou a consciência. E fiquei a contemplá-lo. Impassível.
Os segundos escorrendo e eu dentro deles. Poeira cósmica diluindo numa ampulheta.
Era a minha juventude que não servia de nada.
E o que restou foi um rolo compressor de poesia, cheiro e histórias.
Só fiz juntar os cacos de tudo e guardar na mochila.
Tempo-espaço nunca foi tão estreito, porque agora é sempre o maior que nunca.

7 de setembro de 2008

Porque aqui a estrela é você!

Pois que são democráticos estes Dados, dizem e provam que o cantinho do leitor não é só a seção PALPITES, mas cada branco aqui presente.

Eis então os comentários de um leitor que, apesar de fazer uso constante do espaço aberto, estendeu-se por e-mail. E meu chegado teve a coragem:

“Cá! Adoro seu blog. Leio sempre. Tá favoritado aqui. No mozilla tem uma opção que toda a vez que eu entro em uma nova "aba" ele aparece os meus favoritos. Então todo os dias eu passo lá pra dar uma olhada. Desculpe não comentar sempre... nem sempre eu sei o que comentar... ou as vezes não entendo. A maioria dos textos têm um tom de deboche... gosto disso. É como se alguém te desse a chave que abre as portas do mundo, mas antes de entrar, vc pára num bar e toma uma pinga. Tipo! Entende? Não que vc vá fazer isso... é so um comparativo. Tem uma coisa grande nas mãos... mas tbm nem ligo. Te explico melhor quando eu te achar. [...]”

Confesso, amigo, que bebo. Mas tenho que dizer que, embora já tenha tomado um pileque memorável de caipirinha, prefiro vinho. Smirnoff na saída da facu também rola. Mas bem-de-vez-em-quando-quase-nunca. Agora, pinga... Bem... É claro que se eu tiver mesmo a chave que abre as portas do mundo, provavelmente repense meus conceitos quando perceber isso. Até lá me prefiro sóbria. Não que eu vá mesmo fazer “isso”. É só um comparativo. Quanto à "coisa grande que tenho nas mãos", devia ser de alguém. Eu só tava segurando. Mas fico esperando, de coração, que me ache. E que eu te ache. E que nós nos achemos. Uma vez mais. E não só uma.

6 de setembro de 2008

Esta manhã...

...Acordei me sentindo esta Valerie. A fugitiva. E aquele mesmo que espera. Nesta manhã os dois papéis eram meus.


5 de setembro de 2008

Da série - Retrato dos tempos passados

Antes de ser jornalista, um dia, eu quis ser publicitária. A foto é minha. A genialidade do contexto também. É só minha. Por isso, não há ninguém mais a quem culpar. Desculpem. Mas não se preocupem. Encontrei a luz.

4 de setembro de 2008

Trilha


...E, pelo habilidoso manejo do destino, acabei me tornando discípula do andarilho do óbvio. Só que mais óbvia.


A professora do pré dizia que a gente ia ser grande um dia. Eu pensava que no ano 2000 eu seria maior do que sou agora, em 2008.


Uma discípula. De um auto-denominado andarilho. De um óbvio que precisava ser desvelado. E ainda precisa.
Um suspiro no concreto, no tempo, no vácuo, no espaço, no meio do povo.
Nos sapatos.
Andarilha.

3 de setembro de 2008

ConCeiTuAndo

Um ato de violência acontece toda a vez que alguém tenta, através de seu poder, suprimir o poder do outro. O tapa é a agressividade. E é só uma das conseqüências possíveis do primeiro movimento. A violência.

2 de setembro de 2008

Verborragia

Algumas palavras me causam um certo espanto, talvez não tanto pelo significado, mas pela forma, pela construção em que se encaixam, ou porque eu sou uma pessoa impressionável mesmo.
Verborragia é uma delas. Fale e escute o som.
Verrrrbooorrrrraaaagggiiiiiaaaa....
Parece que escorre pelos cantos da boca um som mole, tonto.

_ Oi! Boa noite! Eu quero um daquele ali.
_ Que est qui c'e?
_ Uma fatia de bolo. O senhor fala francês?
_ Ah, não... É que quando eu era pequeno... (...) Daí eu cresci... (...) Casei... (...) Tive filhos... (...) E tem um menino que fala 4 idiomas e... (...) Eu acho lindo que... (...)

Eu só queria o bolo. Juro.
E tem palavras que me impressionam. Não tanto pelo som esquisito, mas também, e principalmente, quando vivencio seu significado.