26 de julho de 2009

Do "Meu" (que não sou eu, mas que é parte de mim)

Se você fosse, eu seria...

Se você fosse chinesa eu aprenderia mandarim e a fazer papel para lhe escrever
Se você fosse japonesa eu seria pontualmente nipônico e dobraria a vida como um origami
Se você fosse americana eu até me sentiria superior aos demais
Se você fosse tailandesa eu quebraria cocos como um excelente lutador de muai thai
Se você fosse russa eu me esquentaria com whisky e adoraria a Sibéria
Se você fosse cubana eu usaria uma bandana e andaria de escarlate
Se você fosse francesa eu moraria sob o arco do triunfo e usaria os melhores perfumes
Se você fosse colombiana eu organizaria uma outra FARC
Se você fosse egípcia eu seria um arqueólogo especializado em obra faraônica
Se você fosse indiana eu não comeria carne
Se você fosse australiana os cangurus seriam meus companheiros de peregrinação
Se você fosse grega eu viveria na Acrópole e filosofaria durante horas
Se você fosse mexicana eu adoraria chili
Se você fosse brasileira eu seria seu para sempre...

25 de julho de 2009

24 de julho de 2009

Será?

20 de julho de 2009

Tentador

Como nada na vida parece ser só bom ou só ruim, aprendi a respeitar até aquilo que parece, e parece muito, e parece mesmo só ruim. Como, por exemplo, ter seu nome como jornalista incluso em algum mailling bizarro.

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Eu queria aproveitar a oportunidade para dizer que ainda não tenho uma caneta espiã. Gostaria também de lembrar aos meus amigos que prefiro me brozear ao sol, que meu aniversário não está chegando e que, portanto, espero sinceramente que nenhum deles se lembre dessa caneta até lá.

16 de julho de 2009

Thaw

O motivo real do temporal, assim como da temporã, parece ser o após.

“Nonsense becomes a form of higher sense.” – disse Malcolm Bradbury e não era sobre mim. Quem sabe um dia alguém não possa fazê-lo?

Uma outra Alice numa outra aventura, num outro mundo através de um outro espelho. Quebrado. Mais simples. Mais coerente. Mais tedioso.
Ainda medíocre, até.
Menos do que antes.
Mais do que depois.

13 de julho de 2009

É politicamente importante...

...que você deixe sua opinião sobre este blog, levando-se em consideração a crítica registrada e fielmente reproduzida a seguir (control C + control V):

Anônimo deixou um novo comentário sobre a sua postagem "Da passionalidade (se-mi-estrangula-da)":

Fui chamado de anônimo vendido. O mistério tem seus dissabores.
Você é esforçada quando escreve. Disse esforçada. Isso é notável, percebível claramente.
O entrave é que você se perde nas palavras, nas citações dos livros que diz que leu (leu talvez até a epígrafe ou nem isso)e nas expressões pessimamente construídas('subjetividades ignóbeis', 'tudo virava um fractal', etc, etc). Uma pena.
Rubem Braga, Sérgio Porto ou Pedro Nava ficariam horrorizados com essa linguagem pretensamente cult. Simplicidade, honey, simplicidade.
Sugestão: procure ler os autores citados, Antônio Prata e afins.
Quem sabe, dessa forma, eu não passe mais em seu blog apenas porque você é bonitinha e leia ralmente algum texto de valor.

12 de julho de 2009

Frozen


Da série - Retrato dos Tempos Modernos, XXI

11 de julho de 2009

Da passionalidade (se-mi-estrangula-da)

Era amor... E ninguém duvidava disso. Nem ela, nem ele, nem qualquer um dos prováveis expectadores de uma história maligna. Não porque fosse em si algo ruim, mas porque, de certa forma, se tornava isso à medida de que perdia a medida. As dimensões, tinha hora, não podiam mais ser calculadas, menos ainda supostas ou sequer imaginadas. Era como um monumento que se olha do pé lá pra cima e se perde de vista como se perde o topo da montanha entre as nuvens. Era algo tão descomunal que era sim insuportável. Insuportável para ambos, mas também para qualquer um que olhasse. Era o tipo de luz que ofusca, o tipo de cor para a qual não existe nome, o tipo de coisa indescritível. Era também indestrutível, ou pelo menos parecia ser assim. Parecia ser um pé de gigante. Uma força colossal e não desejada. Desajeitada. Era maior do que tudo, insustentável. Qualquer um podia ver que eles eram notavelmente feitos um para o outro e, por isso mesmo, não podiam ficar juntos. Era amor. E era imponderável, insondável, irreprimível, impossível de se conviver... Era alguma coisa que chamava a platonice, que não cabia em mil planícies todas juntas, estendidas por debaixo de um campo de girassóis. Cobria cada pedaço que havia de terra e a forrava para caso o céu caísse. Era macio... era terno... era quente... quente... quente... tão quente que queimava e fazia arder, fazia doer. Era um algo que impunha condições e maledicências. Era uma paisagem incandescente. Era maior e maior e, quando se supunha não mais poder crescer, crescia. Dava um jeito de cozinhar os juízos e difamar as verdades. Tudo virava um fractal, a inexatidão de um Picasso, a derretidão de Dalí. E as coisas começavam a escorrer num ritmo doce, numa música mole e insensata, do tipo que se dança sorrindo na frente de um monte de gente sentada. Era um num-sei-quê de saudade e efervescência, era raiva crescendo pra voltar a ser amor no segundo seguinte. Ou até no mesmo segundo, às vezes acontecia. Às vezes acontecia daquele amor se ausentar. Às vezes acontecia de não chegar a falar alto o bastante. Mas gritava ao menor sinal de silêncio, ao menor ensaio de qualquer suspiro no intervalo de palavras rotas. Gritava mais alto do que eles poderiam gritar um com o outro e acorrentava. Pés e mãos. Senão dos dois, ao menos de um deles. Daquele um que não iria querer os outros. Daquela parte desestimulada e fugidia. Aquele amor não poderia responder pelos dois, mas por um deles podia. Por aquele dos dois que não sabia porque ceder, nem porque ir embora, nem porque ficar, nem porque não tentar. E com metade da tragédia ele ficou. Com a metade mais idealista, mais fria e menos madura. Com a metade que jamais cogitou outra pessoa na vida, com a metade que jamais falou em recompensas, com a metade que mais errava, ou diziam que era ela. Apoderou-se do que restou e levou consigo. E nunca mais ninguém ouviu falar daquele amor manco. Só das poesias, das pegadas de expectativas, das subjetividades ignóbeis, da erosão do tempo e do cheiro... Dos girassóis que resistiram ao inverno.


8 de julho de 2009

N.A.L.A.T.A. = Nalata

Fui acusada, injustamente, diga-se de passagem, por um anônimo, ainda por cima, de escrever textos sem fundamentos práticos.

Óh! Fique você sabendo, anônimo vendido, que eu vejo uma razão prática para pensar em como os serviços gratuitos que recebemos não são tão gratuitos assim. E se te dá preguiça pensar em coisas pouco práticas, como a função da própria dúvida, vai dormir.

Nós aqui, interessados que somos nas subjetividades, eu e meus dois leitores, continuaremos a especular sobre os mistérios karmáticos do universo, desses que pululam nas mentes humanas como óbvios não ululantes.

Por exemplo, o conceito de “conservadorismo”. Adoooro a definição nada objetiva do Dicionário do Pensamento Social do Século XX, de Outhwaite, Bottomore, Gellner, Nisbet e Touraine.

“[...] A aversão instintiva à mudança e a correspondente ligação às coisas tais como elas são, constituem sentimentos dos quais poucos seres humanos já estiveram totalmente isentos. [...] Nas sociedades avançadas, não menos que nas primitivas, qualquer outra disposição que não a conservadora em geral sempre pareceu aberrante. [...] Por isso, o ‘alarme’ sentido pelos conservadores diante da mudança presta-se à ‘reflexão’, mais do que leva a ela.”

6 de julho de 2009

Thanks. You’re sold.

Recebi um e-mail com uma mensagem cuja lateral estava regada da gentil prestação de serviços que não solicitei. Eis a parte da publicidade que me coube. O e-mail relacionado não vinha de um empresário, de um psicótico, nem de um suicida, acredite se quiser:

CONSULTORIA E TREINAMENTO
Desenvolvimento gerencial e de executivos. Coaching Familiar.

(Quê? Cuma?)

COMO TER ATITUDE?
Programa Paragon – atitude superior para resultados extraordinários.

(Opa! Ou eu ou o remetente da mensagem pareceu não ter atitude o suficiente, hein? Que bom que eles têm um programa especial para esse tipo de gente! Ufa!)

SÉRGIO/PSICÓLOGO
Adultos, crianças e casais. Psicanálise e terapia breve.

(Não. Valeu.)

MEDO DE AVIÃO
Terapia para medo de voar. Grande índice de sucesso.

(Jura? Que legal! Mas... Quem aqui tem medo de avião?)

CURAR SEU ESPÍRITO
Você realmente nasceu de novo da água e o Espírito?

(Não. Nasci da minha mãe e estou certa de nunca ter afirmado nada diferente disso. E o Espírito? Que que tem ele? Tá bem...)

PROMOÇÃO A ERA DO GELO 3
Comprando os produtos Tang ou Royal ganhe 1 copo do filme A Era do Gelo

(Tenho 22 anos. Isso não tava no meu cadastro quando me venderam na mala direta? Ótimo, então anota aí!)

ACABE COM O SEU ESTRESSE
Reduza as químicas cerebrais prejudiciais que causam o estresse.

(Quem aqui tá estressado, me diz???!!!!)

Mais informações

Solidão >>>
(Tô legal...)

Fotos João Pessoa >>>
(Não, obrigado.)

João Pessoa >>>
(Já disse que não.)

Medo >>>
(Medo tenho eu de vocês!)


Note que eles insistem particularmente em idéias positivas, como terapia, medo e João Pessoa.
Bizarro.

5 de julho de 2009

O [v(alor).c(alor)+alo(r)] da dúvida {x = ?}


_ Mãe, lê pra mim?

M P X O W E T V A A U

_ Não tem nada escrito aí.
_ Tem sim, óh! Eu escrevi!
_ Não. Aí só tem letras, mas não tem nada escrito.
_ Se tem letras, tem algo escrito! Lê as letras que eu fiz, mãe!

“M. P. X...”

_ Não! Não assim! Lê a palavra!
_ Mas não tem palavra aí!
_ Como não tem? Se tem letras, tem palavra!
_ Não!
_ Como não? Você que não quer ler, mãe! (Snif...)

E de novo:

_ Lê agora!

O P R G H J S U I E F

_ Filha... não tem nada escrito aí...
_ Como não? Como não?

Como não???
E era uma crise, como sempre é quando alguém faz com que você duvide de você mesmo. Mas, não raro, contra fatos não há mesmo argumentos. E a dúvida faz crescer:

_ Então não tem nada escrito aqui, mamãe?
_ Não.
_ Então me ensina a escrever alguma coisa de verdade?
_ Tá. Vamos escrever CAMILA. Assim...

E hoje eu sei escrever quase qualquer coisa. Inclusive e principalmente sobre aquelas coisas das quais duvido, como a vida, a morte, o destino, a coincidência, o amor e o benefício da própria dúvida.

3 de julho de 2009

Inviáveis

- Parar de pensar numa coisa quanto mais se pensa em parar de pensar.
- Fazer regime convivendo com uma “magra de ruim”.
- Manter o bom humor com um Shrek inevitável.
- Não rir ao ouvir dizer que o Sarney “só” está sendo acusado de... e por isso não merece ser afastado.
- Dormir com um mosquito que, como se não bastasse picar, também avisa.
- Não querer exibir o menino mais lindo do seu mundo.
- Não querer esganar a pessoa que joga seu sapo de pelúcia no outro sofá sem nenhuma gentileza.
- Não morder o pão com requeijão de alguém que fica exibindo ele sem dar atenção.
- Fazer postagens no blog quando não dá conta nem dos trabalhos emergenciais.