31 de maio de 2010

Explique

Não entendo muito bem como é isso de superar um amor. Semana passada vi a ex-namorada de uma amiga minha. No shopping. Com outra garota. Então espera: você salva o outro do colapso, vocês trocam juras de amor eterno, você tatua isso na sua pele e, numa ausência que não é morte, o outro te supera.

Sim. É claro que já superei amores que não deram certo e meus amores também me superaram. Mas e daí? Não entendo! Numa dessas alguém morre de tristeza (amor mata, viu?!) e hão de dizer “ah... que exagero...”

Exagero???

Como diz o Luz-ciano, “o único exagero é a palavra exagero. Olha! Um X e um G numa palavra só!”

27 de maio de 2010

Cometi uma arte em estado de deus


O estado de deus não é o mesmo que o estado de graça. O estado de graça é o estar sublimado, em paz, e Deus não é só sublime, elevado, imaterial. Ele tem peso e densidade se quiser. Ele incide na matéria e resolve o impasse da tendência quântica. Ele cria.

Estar em estado de deus é assim. Uma forma brilhante e criativa, sublime, mas também perturbada. É enxergar novas conexões onde antes só existiam velhas. É amar e, por isso mesmo, abandonar, seguir, progredir, evoluir, metaforizar o que lógico não se entende. É um estado de comunhão com o desígnio, mas também de conflito. Um conflito íntimo e indeclarável com o divino que habita em tudo, até em você. É paciência e aflição.

Eu sou agnóstica. Mas não importa se você acredita em Deus ou não. Na certa há de reconhecer esse estado.

25 de maio de 2010

Tent ativa

Fiquei contemplando minha vizinha naquele começo de tarde de sábado. Ela lá, do outro lado da rua, toda serelepe, lavando a calçada com a mangueira. E andava de um lado, andava do outro, molhava os pezinhos, tirava o musguinho verde do cantinho da rua e dá-lhe água potável pra empurrar o lixinho que uma vassoura poderia.
No começo eu fiquei com muita raiva, mas em pouco tempo comecei a entrar em desespero e me descabelar. De onde eu estava ouvia nítida a voz áspera dela falando com outras pessoas da casa:

_ Vai pro inferno! Ah! Cala a boca! Cala a boca! Sai daqui! Pro inferno!

...E lavava as angústias em água corrente. Vagarosamente. Primeiro a calçada, depois o carro, daí a calçada na frente do outro portão, pezinhos, musguinho, um papelzinho ali, pezinhos outra vez e eu enfartando.
Daí resolvi que ela ia receber uma carta da Sabesp e da Prefeitura avisando que existe lei sobre isso, que é desperdício, que dá multa de até R$ 1.488,00, blá blá blá, com dicas de economia de água e tudo mais, até com grifos nas partes sobre mangueiras, carros e calçadas, pra ela nem precisar fazer muito esforço mental pra sacar.
Resolvi que ela ia receber essa carta e ela recebeu. Na madrugada desta terça-feira, à 1h37 da manhã.

Não me perguntem como eu sei disso.

24 de maio de 2010

Perdeu?


Música bonita assim parece que pega
a alma e torce. Exprime alguma coisa inominável que a gente nem sabia que tinha dentro. É indizível por culpa dessa sina humana de ser limitado e expandido pelo mesmo.

A(h) linguagem.
..


...Ao menos temos várias!


http://www.bridgestonemusic.com.br/

21 de maio de 2010

Basta amar para saber o que fazer

O chefe da minha mãe se atrasou esses dias e justificou.
Foi assim:

“Eu tava pronto, saindo de casa, quando meu filho levantou no berço e disse:

_ Brincá papai!
_ Filho, papai não pode. Papai tá indo trabalhar.
_ Papai... Brincá!
_ Filho, olha aqui o papai como tá vestido. Eu não posso brincar agora, tenho que ir trabalhar. Tem gente me esperando lá no trabalho. Agora não posso.
_ Snif... Papai... Snif... Brincá, papai... snif...

Ah... não tive dúvidas. Joguei a pasta de lado e peguei meu filho no colo.

_ Cê quer brincar do quê, filho? De carrinho? Então vâmo brincá de carrinho!

E fiquei brincando com ele uns quinze minutos. Depois ele quis jogar bola e eu fui jogar bola com ele. Depois liguei a tevê e coloquei num desenho que ele gostava. Daí disse:

_ Filho, agora o papai vai trabalhar, tá bom?
_ Tá!

Por isso me atrasei uma hora!”

(((suspiro)))

Pra mim parece que o mundo inteiro foi salvo e eu respirei aliviada pelo menino que, felizmente, tem um pai guiado pelo amor.


https://mail.google.com/mail/?ui=2&ik=7c4d25b4b2&view=audio&msgs=128bc77b93ca6a9b&attid=0.1&zw

20 de maio de 2010

Mundo Kato



Tenho a impressão de que esse tipo de coisa só acontece porque os candidatos é que estão sendo avaliados. Se os candidatos avaliassem as empresas que os querem contratar, o mundo seria bem melhor, com certeza.

19 de maio de 2010

Porque eu gosto de semiótica

Acho que todos os professores de semiótica na história da humanidade no mundo já responderam à gloriosa pergunta: “Pra quê serve semiótica, afinal?”

Mas há os mais inquisidores, socialmente preocupados com as injustificáveis 40 mil mortes diárias de crianças do terceiro mundo subnutridas ou com doenças evitáveis: “Com tanta gente morrendo de fome, pra quê estudar semiótica? Ao quê ou a quem a semiótica salva? Por que ela é importante?”

De fato. Indubitavelmente a fome física é mais premente, mais urgente do que outros tipos de fome. Sem o alimento para o corpo físico não há vida que possa durar. Mas o alimento não é a única urgência de uma vida. A sede também o é, o sexo, a higiene, o sono, o sonho. Claro. Mas eu não conheço vida que o valha estática em seu processo de perceber e, por isso, progredir. A fome de conhecimento e a pobreza de espírito também são humanas. E uma vez supridas aquelas, o ser há de querer avançar. E quem pode dizer qual fome é mais importante? É mesmo uma questão de grandeza?

Eu posso entender que cada um de nós conhece os anseios da vida. E, graças ao desígnio, temos tendências diferentes, inclinações que nos levam a caminhos distintos. A diversidade não é acaso, é a única forma de perpetuar a evolução. Não há caminho único possível. É por isso que tem gente lutando pelas questões da raça, da orientação sexual, da deficiência, da educação, da política, da cidadania, da mulher, das minorias, das sociedades, das rendas. E por que não da semiótica?

E por que sim?

Bem, a semiótica é a investigação lógica do processo de apreensão do mundo pela consciência de forma cognoscível, por meio da percepção que se converte no fluxo de signos, logo, linguagem. Uma vez compreendida a progressão que se dá na sua cabecinha, desencadeia-se um (embora haja outros) modo de auto-conhecimento. Auto-conhecendo-se você também passa a entender melhor o outro, o mundo e a necessidade do outro e do mundo pra você e em você.

É tão bonito isso...

Pensa só: desde Aristóteles temos a teoria do ato e potência, que nos diz, entre outras coisas, que você não pode se definir senão por meio de atos, que são a essência de sua própria existência.

_ Quem é você?
_ A Camila.
_ Não. Este é seu nome. Quem é você?
_ Eu sou uma jornalista.
_ Não. Esta é sua ocupação. Quem é você?
_ Eu sou a filha da Eliane e do Ivan. Sou a irmã da Thais.
_ Esta é sua localização no contexto familiar. Mas e quem é você?

Eu não posso responder quem sou eu. Eu sou um todo que habita uma consciência, ou sou a própria consciência? Uma só? Sou uma alma que anima um corpo ou sou um corpo que viabiliza a expressão de uma alma? Sou uma vida finita ou uma existência infinita e perpétua?

Ninguém pode dizer com certeza o que é. Mas se você encostar em mim, posso dizer, com toda a certeza, onde termina eu e começa você.
E por quê? Por que eu sinto. E, como diz Pessoa, “tudo o que em mim sente está pensando”.

A semiótica é um meio de pensar o próprio pensamento. E o que é um pensamento senão um pensamento sobre outro pensamento? Todas as palavras aqui escritas estão ecoando na cabeça de você que está lendo e sua consciência está num esforço de significar isso tudo. Como? Por meio de signos, ou seja, de mais pensamento. Ler é pensar, interpretar as palavras é o pensamento do primeiro pensar e certamente a primeira interpretação desencadeia idéias e conexões com, adivinha!, outros pensamentos.

É lindo isso, não é? Tenho até um amigo que, um dia eu explicando, resolveu tatuar uma coisa sobre isso.

Lúcia Santaella falando sobre a primeiridade no sistema de categorias dos elementos que compõem o pensamento na lógica de Peirce é poesia!

“Levantemos, por exemplo, algumas instâncias de qualidades de sentir ao imaginarmos um estado mental caracterizado por uma simples qualidade positiva: o sabor do vinho, a qualidade de sentir amor, perfume de rosas, uma dor de cabeça infinita que não nos permite pensar nada, sentir nada, a não ser a qualidade da dor. Um instante eterno, sem partes, indiscernível de prazer intenso ou a sutil qualidade de sentir quando vamos gentilmente acordando, dóceis, ao som de uma música.”

É claro que existem muitos caminhos a serem percorridos para se chegar à lucidez, à realidade que é compartilhada e independente de nossas opiniões a respeito dela. A semiótica é um caminho e faz sentido pra mim. Se todas as pessoas lutassem pelo quê faz sentido pra elas, mais coisas fariam sentido pra ainda mais gente, porque a lucidez é contagiosa. Já dizia Hilda (Hilst):


“Lúcidos? São poucos.
Mas se farão milhares
Se à lucidez dos poucos
Te juntares.”


Creiam-me. A semiótica me faz entender a vida.

“O sentimento ou qualidade de impressão é um quase-signo porque já funciona como o primeiro, vago e impreciso predicado das coisas que a nós se apresentam.” [Santaella, 1983]

Isso me lembra uma conversa de um amor sobre nós, incluindo-se a si mesmo na terceira pessoa, quando lhe pedi uma estória e veio uma história:

_ Sabe quando você vê uma pessoa que você não conhece bem, mas ama? E sabe quando você ama uma pessoa que você conhece muito bem? Então... Eles estavam num estado intermediário e se amavam tanto quanto podiam diante disso. Era um pré-amor, mas já era tão bonito quanto o amor. Foi assim quando eles se conheceram.

...O que, por sua vez, me lembra o mito de Campbell, o habitus de Bourdieu, a comunhão de Bordenave, a complexidade de Morin...

“[...] Mentes diferentes podem partir dos pontos de vista mais antagônicos que o progresso da investigação os levará, por uma força a eles estranha, a uma e mesma conclusão. [...]Será que não existem realmente estas coisas apenas porque não há qualquer esperança de alguma vez estarem ao nosso alcance? [...] A isto minha resposta é que, embora em nenhum possível estágio do saber possa haver um número suficientemente grande para exprimir a relação entre a quantidade do que permanece desconhecido e a quantidade do que sabemos, não é, no entanto, filosófico supor que, relativamente a uma dada questão, (com um significado claro) a investigação não possa chegar a uma solução, desde que levada suficientemente longe.”

Eis porque ele nos deixou 80 mil manuscritos e 12 mil páginas publicadas. Entre os artigos acessíveis na internet, este, cujo trecho citei acima. “Como Tornar as Nossas Idéias Claras”, por Charles Sanders Peirce, para os brasileiros que não se incomodam com o português de Portugal na tradução.

14 de maio de 2010

Gente, eles não são ótimos?

O rádio me contou esta manhã um maravilhoso conto de uma mulher assaltada dentro de uma delegacia. Poderia ser dos Grimm, se não fosse tão idiota. Ela jogou a bolsa para trás do balcão dos policiais. O bandido saltou, na maior, pegou a bolsa e saiu. Dois policiais assistiram impassíveis e justificaram:

_ Pensamos que era briga de marido e mulher.

Ah tá! Daí tudo bem o marido pegar a bolsa da mulher e sair correndo, seja lá pelo motivo que for.


Uhum. Tendi.


Isso me lembra uma conversa de ontem, no ônibus:


_ Cobrador, preciso descer no ponto do shopping.
_ Falta dois pontos ainda.
_ Ok.

Um ponto depois...


_ É neste agora ou no próximo?
_ Hum?
_ O ponto. Do shopping.

_ Ah... falta 3 ainda...

“Pra você ver como nossa sociedade é, né? O cara deveria estar internado, não deveria estar solto, trabalhando. Mas daí não tem como, né? Colocam um problemático aí, pra atender o público...”


Isso não é nada, gente!
Problema tem nosso presidente. Lembro que ri muito quando ele quis dizer que também cairia no “tatame” mas disse que cairia no “tapume” (???), na época das Olimpíadas. Mas aí é uma piadinha inocente. Não chega aos pés dessa aqui:

Indagada se considerava legítima a comparação de sua biografia com a de Mandela, a pré-candidata do PT respondeu de pronto: “Se você for olhar o tempo de prisão, não. Ele ficou 27 anos e eu fiquei 3 anos e meio. Mas o sentido não é esse”. Dilma disse que a campanha petista quis destacar “o que se faz” diante das ditaduras.


http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,dilma-comparacao-com-mandela-foi-decidida-por-lula,551848,0.htm


Isso porque ele não ia fazer campanha, lembram?

Dá-lhe multa.

Deus, tende piedade de nós.

12 de maio de 2010

Um neném

Há um ano atrás eu dei uma entrevista a um programa que está fazendo um ano.
Palmas ao aniversariante, por favor.

[APLAUSE]

A saber: ZumbiNews

http://magnando.blogspot.com/

Muitos anos de vida.

10 de maio de 2010

Nu

Eu até pensei em dizer que achava a nudez humana admirável, mas naquele contexto ia soar repreensível. Falar uma coisa dessa assim, sentada no sofá da vó na noite de sábado, assistindo o concurso de Miss Brasil, bem na hora do desfile de biquínis, não ia soar compreensível nem pra mim. É claro que eu cogitava intimamente um (por que não?) concurso de Mister Brasil que, àquela altura, seria especialmente interessante. Mas a tia, dotada da intimidade com a própria mãe que Deus lhe deu, foi mais longe:

_ Acho o ser humano vestido tão bonito, tão mais interessante! Não sei por que o povo tem essa agonia pra tirar tanto. O corpo humano é tão feio pelado! O corpo da mulher ainda vá lá, que tem curvas, mas dos homens é horrível! Nossa! Um homem pelado?! Jesus me abane! É terrível! Nem tudo que é gostoso é bonito, né?!

Só deu tempo de suspirar, porque argumentação não cabia. Evocar Michelangelo só não seria pecado se eu não tivesse rido. Mas eu ri. Lembrei do Calvin correndo peladinho até o pote de biscoitos na cozinha, bancando o homem invisível.

É. “Bananas podem serr belas, mas também finas, trristes e amarrelas”*. Então deixa pra lá.



*Hilst, 03/93

6 de maio de 2010

Cotidiano épico em drops

Eu tenho uma calça xadrez com 4 botões e um zíper, além de ter a necessidade de um cinto.

_ Puxa... Se for caso de vida ou morte eu morro.
_ Nossa! O que é que você guarda aí de tão precioso, hein?
_ Não sei... Acho que quem desenhou essa calça supervalorizou a coisa feminina.

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A caminho do serviço, em pleno Vale do Anhangabaú, uma bolha de ar gigante. Dentro, uma mulher de maiô e sorriso, acenando. Ao lado dela, um rapaz com água de côco e sunga, um outro com uma bola colorida e sunga e um coqueiro de folhas verdes vivas entre os três. Eu sorri e alguém prestou atenção em mim, mesmo eu estando de calça jeans e camiseta.

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_ Bem, em tempo, embora não sem atraso, desejo ao aniversariante prosperidade, vida longa, boa saúde e metade das coisas boas que a astrologia diz sobre o seu signo. Mas só metade, porque gente virtuosa demais nem parece gente.
_ Esse povo da comunicação escreve bonito que só, hein?!!! Foi dos cumprimentos mais legais desse ano!!

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Perto da catraca do metrô elas diziam enfáticas e incrédulas. Cada qual ouvindo somente a si própria:

_ Ah, eu procurei o Marcos!
_ Ah, eu até chorei!
_ Falei: não acredito que ela é assim!
_ Eu não acreditava no que você tinha feito!
_ Daí eu contei pra ele, contei pra Gisele...
_ Conte pro Marcos, daí falei com a Gisele...
_ Eu fiquei que, olha!
_ Olha, eu fiquei...
_ Até chorei!

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Eu estava tentando ler, mas sentei na frente de um sujeito ouvindo seu celular no último volume. Era Rihanna e ele dançava num jeitinho pequeno e sensual, fazendo biquinho, no seu lugar mesmo. De repente, a música trocou:

“…And my heart will go on…
Near, far, wherever you are...”

_ Ah! Ah! Essa é a minha música!
_ Sua música?
_ É. Eu ouvi ela na minha primeira vez. Quando foi minha primeira vez eu estava ouvindo ela.
_ Ah é?
_ É.

Bateu os olhos em mim e eu olhei pra janela, querendo não ter testemunhado a confissão. Mas ele logo se esqueceu. Atendeu a ligação de alguém que se chamava Travesti. Depois se distraiu com o pó, o lápis e o rímel da colega de assento.

_ Ai, louca, arrasou!

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10 minutos. Eu só tinha 10 minutos entre entrar no banco, pagar as contas e sair. Subi as escadas esbaforida. Cheguei, peguei a senha e sentei. Na cadeira ao lado, uma senha abandonada me olhava. 406. Olhei pro painel, que apontava a última senha chamada: 405. A minha era 410. Pensei direitinho, até que o painel tocou. 406. Peguei a senha ao lado e fui ao caixa. Olhei o horário de expedição da senha. 20 minutos antes. Alguém, providencialmente, a pegou especialmente pra mim. Tempo total para a manobra: 3 minutos.

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Mó legal. Você acorda de manhã e vai escovar os dentes. Normal. Que nem todo mundo. Daí vai, pega a escova de dentes e a pasta. Passa na escova e se prepara pra colocar na boca. Sente um cheiro estranho e vira o tubinho para descobrir que é de Hipoglos. E então você lava o negócio e a meleca só espalha. Espalha na sua mão e na sua escova de dentes. Fica tudo deslizando, que nem sabão. E era sua única escova de dentes na casa de quem você está visitando.

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Ver o Corinthians vencer do Flamengo e mesmo assim ser desclassificado de um campeonato no ano de seu centenário: não tem preço.

4 de maio de 2010

A poética do ininteligível

Eu só sei que não sou zaralha! Ou zaralho? Bem, se a origem é obscura, o que dizer da definição de gênero? Quer dizer... Tem dias que eu até que gosto de ficar zumbizando pela casa que nem mendiga, mas é raro. De forma geral eu não sou zaralha/o. Nem vampira, que eu saiba. E também não preciso de um teste pra descobrir, porque acho que se eu não fosse humana eu saberia. Ou... não necessariamente. Acho que os patos não sabem que são patos, mas certamente não se acham humanos. Embora eu não tenha certeza, porque nunca fui um pato. Não que eu me lembre, ao menos. Mas tenho uma amiga cuja cachorra pensa que é gente e chora quando não consegue pegar a ração com as mãos. Quero dizer, com as patas. Mas no caso de um vampiro, acho que o hábito alimentar é indisfarçável, não é? Não sei... De qualquer maneira, caso eu estivesse precisando educar o cão que eu não tenho ou colocá-lo numa creche, certamente eu não procuraria a palavra “zaralho” para encontrar uma solução.

Será que alguém sim?



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