30 de maio de 2008

Detesto:

- Quando alguém passa buzinando pra comemorar o jogo... uma da manhã
- Quando coloco num canal e tá passando os Simpsons... e entra a vinheta final
- Quando eu pego água... e derrubo antes do primeiro gole
- Quando tô esperando... e a pessoa não liga
- Quando tô falando... e me interrompem
- Quando aumento o som... e alguém me grita pra abaixar
- Quando tô lendo um livro super interessante... e me dá sono do nada
- Quando dá a hora de almoçar e minha barriga avisa... e tenho que interromper uma conferência on line super interessante

27 de maio de 2008

Maitena

Talvez seja porque meu número cabalístico também é seis. Talvez seja cisma. Simpatia gratuita. Mas acho mesmo que a Maitena é uma grande pensadora deste século.


Não te parece também?

26 de maio de 2008

POP – Procedimento Operacional Padrão

Como em todo o lugar, onde trabalho a cozinha também é o cantinho do Plá.
E, como em todo o lugar, onde trabalho também tem as esquisitices costumeiras que visam garantir a continuidade do serviço, haja o que houver, doa a quem doer, morra quem morrer.

Descobri aqui um negócio cuja abreviação é POP e que funciona como um passo-a-passo. Assim, caso o encarregado por determinada atividade falte ou tenha que ser substituído, um outro qualquer poderá desempenhar a mesma atividade sem muitos transtornos.

Pois muito bem. Chego no nosso cantinho do café, ou do Plá, e vejo papéis escritos em cima da mesa...

"POP do café"
"POP do chá"


Fiquei parada alguns segundos, tentando entender porque alguém precisaria de instruções precisas para fazer um café ou um chá.
E lembrei das explicações de superiores sobre outros POP's:

_ É porque é preciso um padrão. Todo mundo tem que fazer igualzinho, falar igual. Estamos padronizando tudo.

Ah...
Então tá, né!
Assim sim!

24 de maio de 2008

Singelo adubo é a poesia à alma

Aos que têm a dizer, espaço. Hoje meu palco não é meu. Emprestei-o a um famoso poeta da pós-modernidade. (informe-se) Apreciem os que podem. Porque entender é graça concedida somente a mim.


Do jardim à vida

A arte... Há arte... À arte!
O novo nasce e renasce,
como fênix pelas mãos da primavera,
ao retorno de Perséfone.
Quem contemplou, lá se pôs a ver.
Por muito tempo observando detalhadamente.
Fixamente.
Muito tempo...
Detalhadamente...
Caule belo e formoso.
Folhas desenhadas delicadamente. Sedosas, promovem, aos toques, explosões sensoriais. Ah... (...)
Mel escorre de sua taça, lambuza o beija-flor que se nutre com beijos...
O vento lhe afaga. Conhece o prazer de lhe sentir.
Que aroma! – evoca a paixão do mar denunciada pelo ciúme da aurora.
A rival se indigna por seu brilho.
Por cintilar com graça sob a luz da lua – a amiga confidente.

Já foi regada com suas águas da solidão...
Uma pena...
Espinhos outros lhe incomodaram.
É apenas um copo-de-leite, disseram.
Não, não é não! Não (...) E não...
Respondeu...
A placa, aos seus pés,
traz uma legenda a dizer
do lugar conservado
àquele copo-de-leite
que jamais se desarraigará...

P.P.

23 de maio de 2008

Amigos

A família é o universo das coisas não ditas.
O implícito que paira sobre a tolerância.
Mas isso acontece também entre amigos.
Existem amigos circunstanciais, amigos por afinidades, amigos por lealdade, amigos por interesse, amigos por tudo isso junto e mais alguma coisa inexplicável.

Tenho uma amiga que gosta do cheiro do próprio umbigo.

_ Mas... como você cheira seu próprio umbigo???
(omitirei a resposta em respeito a ela)

Tenho amigo que não lava o pé no banho.

_ Como assim?
_ Ah... sei lá... nem lembro que tenho pé. Esqueço dele. Nunca lavo.
_ Argh!

Tenho uma amiga que vive tropeçando em tudo, esbarrando em todos e perdendo coisas por aí. Desenho animado não seria melhor.

_ Mas e aquele livro no qual escrevi uma dedicatória pra você?
_ Não sei. Desconfio que roubaram. Fulano! Não tá com você? Só pode estar com você! Ai... não sei...!

Tenho amigo com síndrome de não ter amigos.

_ Eu só tenho você...
_ Pára. Que mentira!

Tenho amigo que diz que me ama desde sempre até pra sempre.

_ Te amo, flor!
_ Também te amo, flor! (huashuahauhshahsuahshau)

E amiga boba.

_ Você acha que eu fiz errado?
_ Fez. Foi idiota.
_ Você acha mesmo?
_ Acho.
_ Mas não ia dar de qualquer jeito.
_ Você não sabe. Não tentou. Mas agora não adianta chorar pelo leite derramado.
_ Mas você acha mesmo que fiz errado?
_ Claro que acho!


Amigos... Adoráveis!

21 de maio de 2008

Os resultados e o público



Os Dados apontaram, na última super pesquisa divulgada esta semana, que existe um empate técnico e efetivo entre os que acham que "a grande chance" se trata de dinheiro fácil e outros que se deduram românticos.
É certo que o Sidney Magal está entre as prioridades, bem como a aventura oferecida pela sensacional descoberta de fósseis no quintal.
Aqui também, assim como em qualquer outro lugar do mundo, Ronaldinho está em baixa. E, definitivamente, trabalhar não está no top priority da galera. E olha que o top só tinha 6 itens!

Mas os Dados questionam nossa Sorte: O que é sorte mesmo???

20 de maio de 2008

Olhar de olhos fechados

A sábia Pocahontas já cantava “lá na curva o que é que vem...” nos anos 90.
Ela remava por um rio arredio como seus cabelos e se empolgava até chegar numa bifurcação. A árvore sempre dizia pra ela “siga o coração e vai entender...”.


Os momentos de decisão me parecem sempre assim. Se auto-resolvem. É só ficar olhando. E de olhar - a quântica explica - já interfere. O coração é quem olha.
As decisões já vêm tomadas. A gente sempre sabe o que tem que fazer. Por mais irracional, por mais louco, por mais desvantajoso que possa parecer à primeira vista, a decisão se auto-toma. E toma nosso coração e o enche de uma certeza estranhamente inevitável.
...A idéia é continuar remando além da curva. E só então... descobrir o que é que vem...

19 de maio de 2008

Um lugar

A cozinha de um ambiente de circulação coletiva é uma graça.
Lá as pessoas, além de engolir coisas, cospem coisas.
Histórias sobre a morte do cachorro, como o nenê cresceu, dificuldades na faculdade, caos no transporte público, o caso Isabella, o tombo na rua, a trajetória do rap, etc., etc., etc....
Solidariedade é mesmo o espírito encarnado na hora do almoço, na hora do café, na hora da água.
As pessoas aproveitam para compartilhar experiências, desabafar. E, entre uma coisa e outra, quando lembram, até que fazem uma refeição...

17 de maio de 2008

Ordem e Protesto

Então, houve um tempo em que eu quase achei que minha bandeira era descobrir qual era a bandeira dos outros.
Mas não. Acabei descobrindo a minha própria. Ao mesmo tempo em que sim, descobria a bandeira alheia. Ajudava os outros a descobrirem. E descobria junto.
Afinal, descoberta nunca é sozinho.
Tem amigo meu cuja bandeira é a Diversidade, Educação, Liberdade, Cultura, Disciplina, e por aí vai...



E você? Já descobriu qual é a sua bandeira?

16 de maio de 2008

...Planos...

Quando eu era pequena, planejava tudo. E quando alguém perguntava “o que você quer ser quando crescer?” eu já sabia:

_ Princesa!
_ Você quer ser princesa?
_ É! Ou professora de natação.
_ Mas pra ser princesa você vai ter que casar com um príncipe!
_ Eu caso.
_ Mas não tem príncipe no Brasil.
_ Eu procuro em outro lugar.
_ E se não achar?
_ Vou ser professora de natação.

Muito simples!
Planejamento é sempre muito simples.
A gente prevê cada passo, cada suspiro, a posição mais bonita pro cabelo e pras mãos, as palavras mais certas, o charme e tudo de si.
Daí acontece...

Tô planejando agora um jornal.
Sem coroa nem piscina.

15 de maio de 2008

Com vocês... o maestro

Os primeiros robôs da série começaram a ser desenvolvidos em 1986. Eu estava nascendo.
Cresci. E o futuro chegou.


Asimo, da Honda, cumprimenta seus colegas. Ele foi o maestro da Orquestra Sinfônica de Detroit, na última terça-feira.

Quando eu era pequena achava que o ano 2000 nunca ia chegar e, quando chegasse, eu ia ser gente grande.
Quando chegou o ano 2000 eu tinha só 13 anos. Não era gente grande e me pareceu que demorou menos do que eu imaginava.
Quando cresci, pensei que no ano 2100 as pessoas iam usar robôs para ajudar crianças a atravessar a rua. Isso aconteceu em 2008, mas nem envelheci ainda...

Sinto que serei sempre forasteira nesse campo de mutação frenética.

13 de maio de 2008

Aline

Adão Iturrusgarai

12 de maio de 2008

Fez que foi

O passado pode ser presente. De presente agora, neste momento, ou presente dádiva, que alguém te dá. Pode até ser você mesmo quem se deu. Ou não. Mas, de repente, é presente.
Tem passado que nunca passa. Fica passando... Andando na plataforma sem entrar no trem.
E o trem passa. E o passado fica.
E tem passado que a gente joga no trem, dá tchauzinho, chora e balança o lencinho, jura que ele nunca mais vai voltar.
Chega em casa e olha as paredes vazias, liga pros amigos, bebe pra esquecer...
E, depois de um tempo, abre o armário e ele cai. Do nada. Na sua frente. E diz com carinha triste: "Me escondi aqui no bolso do seu casaco pra não ter que ir..."
...E chegou o inverno.

10 de maio de 2008

to call a strike

Pelas perdas.
Pelas dores.
Pelas perdas.
Pelos medos.
Pelas perdas.

Minha forma de protesto pacífico pela parte de mim que foi viver e não volta.
Pela outra parte que ficou com medo e não ousou.
E pela perda.
Greve.

9 de maio de 2008

Sexta

Quando completei seis anos tudo mudou. Alcancei o interruptor. Ligava e desligava todas as luzes da casa. Alcancei o filtro de água. Não precisava mais quase desfalecer desidratada até que alguém pegasse pra mim. Me vestia sozinha. Tomava banho sozinha.
Estava finalmente no pré! E fui alfabetizada.

Na sexta série fiz uma grande amizade. E desfiz outra. A amizade desfeita morreu. A que foi feita se agiganta a cada dia.

Nasci em 1986. Meu primeiro nome tem seis letras.
De acordo com a numerologia a vibração do 6 está ligada e favorece a vaidade, o equilíbrio, a harmonia, a beleza.

Hoje é sexta-feira.
E isso significa...

Significa...

Que tá começando o final de semana.

8 de maio de 2008

Seguinte

Acordar cedo é difícil. Cruel.
Acordar cedo quando está frio é muito cruel.
E a pior parte não é ter que tirar o pijaminha e trocar por uma roupa social. Não é ter que lavar o rosto na água gelada. Não é ter que deixar o quarto confortavelmente escuro e abrir a janela pro sol que faz doer os olhos...
A pior parte...
De tudo...
Sem dúvida...
É trocar as pantufas por sapatos.
Mesmo que sejam tênis.
Pantufa é pantufa.
E ter que tirar minhas pantufas é como ouvir a vida dizer “é chegada a hora, criança”. E não tem mais jeito. Nem mais 5 minutos. Mesmo porque, quando tiro as pantufas eu normalmente já estou atrasada mais de 10 minutos.
E a repetição.
Por quê alguém liga o ar condicionado pra sair da sala e me deixar congelando?
Maldade...


********


No elevador, depois de tirar as pantufas e descer do metrô...
Robson bate na cara de uma colega de trabalho com o jornal do dia.

_ Robson! Pára! Vou ter dar um soco!
_ Vai!

Colega do Robson vira pra outra colega e diz:

_ Eu soco o Robson o dia inteiro, sabia?
_ Sabia.

Terceiro andar.
Deixo os pombinhos desconhecidos e levo a mensagem do dia, o exemplo de companheirismo, para a cooperativa.

_ Olha colega... O jornal do dia... Olha de pertinho, olha...!
(hehe)

7 de maio de 2008

New place

Quando a gente chega num ambiente novo é tudo lindo...

_ Essa é sua mesa. Esse vai ser o seu computador... Essa é sua cadeira. Aquele é o Filisbino. Esse é o Espiriquitiberto. O outro deixa pra lá que não vale à pena. Aqui fica a água. Vê? É água. Essa é nossa cozinha. Aqui é o banheiro. Vê? Essa é a privada... etc, etc, etc.

E quando alguém diz "vem comigo" e a gente aceita, mas não sabe pra onde?
Isso significa que "os livros na estante já não tem mais tanta importância" só porque a teoria de nada vale quando a prática é demasiadamente... prática?

(suspiro)

6 de maio de 2008

Quase um pouco nada

Acontece de a gente querer muito uma coisa e conseguir.
E acontece também de a gente querer muito uma coisa e não conseguir.
Já aconteceu de você não querer nem um pouco uma coisa e conseguir?
Qual é a lógica do universo, afinal?

5 de maio de 2008

Um frio

O frio de domingo congelou o sorriso tímido do sol que tentou alcançar minha janela. Não alcançamos. Nem o sol nem eu. O frio tava alto demais. E congelamos no ar.
Nada como uma rede na varanda, onde eu permaneceria congelada por anos de bom grado. Bom grado os anos e eu congelada. E a rede me sustentando no ar...
As pantufas e o quadro novo na parede foram os cúmplices de uma tarde vivida entre músicas e artigos científicos...
“E até o tempo passa arrastado...” pingando e parando no ar... como estalactites de lembranças...
“Casos, besteiras” e um livro velho ainda não terminado.
E a respiranção fazendo fumacinha no ar...

4 de maio de 2008

Diálogo

_ Será que a monogamia é mesmo um mito?
_ Não sei. Acho que sim.
_ Sempre achei a fidelidade muito importante.
_ Na verdade, eu não vejo problema em ficar com outras pessoas. Outra coisa é ter dois relacionamentos.
_ Por quê? Qual a diferença?
_ Ah... não dá pra levar. Mas existem muitas formas de se relacionar.
_ Eu acho que não tem problema ficar com outras pessoas. Desde que você não engane ninguém. Se for franco, isso também é fidelidade.
_ Não. Isso é lealdade.
_ Talvez. Mas lealdade é mais importante que fidelidade.
_ Pois é. Eu, por exemplo, penso em me casar, mas morando em casas diferentes.
_ Háháháháháháhá...
_ Que foi?
_ Nada.
_ Como você é quadrada... Como você é careta...
_ É... Obrigada... (eu)
_ Existem muitas formas de se relacionar!
_ É... pois é...

3 de maio de 2008

A saga do buraco

Abriu-se um buraco na minha rua.
Não sei como. Quando vi já tinha um buracão na calçada, bem do lado do meu prédio.
Mas o mais legal é que sou eu a jornalista, e sou a única do prédio que nem liga pro buraco.
Meu zelador e um vizinho praticamente não saem do lado do buraco. Ficam lá chocando ele.
Estávamos comentando isso aqui em casa. Os caras ficam lá, assistindo o buraco.
E tem os trabalhadores do buraco que ficam sendo assistidos, no sentido passivo da semântica. Acho que eles pensam “Pô, esses manés ficam aí olhando! Se estão tão interessados porque não ajudam???” – e o cheiro do buraco justifica tudo silenciosamente.
Nada muda.
A gente sai do prédio de manhã e lá estão eles, olhando o buraco.
A gente volta a tarde, a noite, e eles estão lá, plantados, olhando o buraco.
Será que isso ajuda a refletir? Uma espécie de auto-terapia hipnótica?
“...olhe pro buraco... você está com sono... muito sono...”
Gente! Tenho mais o que fazer!

1 de maio de 2008

Top secret

Recebi uma carta hoje. Num envelopinho branco. Não parecia conta. Já fiquei feliz.
Abri sorridente minha cartinha, ao que leio "Promoção por tempo limitado". Bem, toda a mulher gosta de promoção. Mas enche o saco ficar recebendo propaganda. O que me chamou a atenção foi a foto de um jardim todo bonito...

"INVISTA NA SUA TRANQUILIDADE"

"DEIXAR TUDO PARA A ÚLTIMA HORA SEMPRE SIGNIFICA PAGAR MAIS"

"INFRA-ESTRUTURA COMPLETA"

"COM O MAIS ARROJADO E CONCEITUADO PROJETO DE CEMITÉRIO-JARDIM DA CIDADE"

"VENDA DE JAZIGOS. LIGUE AGORA E SOLICITE UM REPRESENTANTE"

Só tenho 21 anos. Não pretendo morrer logo. E, mesmo que morresse, acho que não me importaria de ficar com a gentalha. Prefiro pagar isso numa casa pra usar em vida. Obrigada.
Mas onde eles conseguiram meu endereço e nome completo?
Será que é um presságio dos dados???
Pff...!