31 de outubro de 2008

...consigo mesmo.

peguei essa foto daqui: http://bichos.uol.com.br/album/bbc/fotografo_da_vida_selvagem_album.jhtm?abrefoto=2

E é sempre assim que parece ser. O mais forte sempre ganha. Não necessariamente o mais forçudo, ou mais inteligente, ou mais bonito, ou mais alguma coisa...
Conheço gente que faz da sua fraqueza (exposta) a sua força (questionável). Mas eu prefiro ser (como seja) fraca. Assim, a fraqueza rende, ao invés de ser ela própria, uma força (inquestionável): a honestidade...

30 de outubro de 2008

ass.: tchuri tchurim funflai

Então qual seria, adorável anônimo, a palavra mais feia do dicionário?
Tenho aqui algumas inscritas pré-selecionadas:

1) defenestração (me lembra uma nefasta tração em déficit, ou algo assim...)

2) culicídeo (como não sei a faixa etária dos visitantes do blog, melhor não citar ao que remete esta aqui)

3) crocitar (fácil! Crocodilo quando cita! Manda outra!)

4) trocista (como diria Leda Maria, celebradíssima em Os Aspones, “é um típico colocador de troço pra fora”)

5) anódino (sem nó do tino)

6) espavorir (tipo um espasmo, só que meio rindo, sabe?)

7) pleistoceno (alguém acenando de um pára-peito que é um dos catetos da hipotenusa)

8) leguelhé (que lhe faz lelé)

9) bodegueiro (esbagaçado)

10) renitente (que tem renite novamente)

Mas a top topo é...
...Tchãrãrãrãm…

VerBorraGia… (eca!)

29 de outubro de 2008

RE EStruTUranDO

Estava eu num turbilhão de uma redação e no calor que só conhece quem conhece, quando meus pensamentos foram interrompidos por um questionamento lançado ao ar.

_ O que você faz quando sente saudade?

E outra pessoa considerou:

_ Saudade é a palavra mais bonita do dicionário.

Tentei resolver mais essa questão:

_ Ah... você vai ver a pessoa e mata a saudade!
_ Mas e se a pessoa estiver longe?
_ Você sai correndo e vai ver ela!
_ E se ela estiver muito longe?

Alguém questiona:

_ A pessoa morreu? Daí não tem jeito...

Concluo:

_ Ah! Saudade é a pior coisa que existe! É horrível! Odeio saudade! E se a pessoa estiver em outra cidade? E se a pessoa estiver em outro país? E se a pessoa simplesmente não quiser te ver? Ah... desencana! Sai fora! – e não foi difícil continuar reelaborando o que estava fazendo. Nem foi difícil lembrar do assunto outra vez. Saudade só é boa quando acaba. É uma ternura sem fim que não deixa nem sentir raiva nem repulsa, mas alimenta um qualquer coisa bonito que, por ser bonito, é também triste. É a inconcretude do que não é, mas poderia ser, palpável. É o que provoca a vontade de querer ver e tocar o que só se pode lembrar. É uma sanidade se esvaindo, inconformada com o que não há. Isso é que enlouquece! Essa coisa que é linda e dolorosa ao mesmo tempo. É o que vai tornando ébrio o que era convictamente sóbrio, até sobrar só impulso.

É por isso que no inglês eles dizem somente “I miss”. E isso serve pra tudo.
I miss minha caneta.
I miss meu marido que morreu.
I miss minha torta de morando que eu tinha deixado na geladeira.
I miss meu vinil do Elvis.
I miss you.

Como pensamento é linguagem, a linguagem molda o pensamento. Assim sendo, se eu uso a mesma estrutura para expressar que sinto falta do controle remoto da tv e sinto falta do meu melhor amigo, fica mais fácil encarar a falta. É só uma coisa a mais que não está. É a vida. Ótimo. Bola pra frente.

Saudade é mesmo a pior palavra do dicionário.

27 de outubro de 2008

Imaterial

Trabalhei a semana inteira. Daí trabalhei sábado o dia inteiro. Daí trabalhei domingo o dia todo. Daí acordei com sintomas de estafa na segunda-feira. E não trabalhei.
Há quem diga que é imprudência. Eu digo que é amor. Ou desejo. Ou os dois. Nada que um sofá e um miojo não alcancem com a cura.
Faltei em outros lugares para estar onde estou. Imprevisíveis consequências da escola das escolhas rotas. Cítara.

Hilda me emprestou suas palavras para esta resposta minha:

Pulsas como se fossem de carne as borboletas
E o que vem a ser isso? perguntas.
Digo que assim há de começar o meu poema.
Então te queixas que nunca estou contigo
Que de improviso lanço meus versos ao ar
Ou falo de pinheiros escoceses, aqueles

Que apetecia a Talleyrand cuidar.
Ou ainda quando grito ou desfaleço
Adivinhas sorrisos, códigos, conluios
Dizes que os devo ter nos meus avessos.

Pois pode ser.
Para pensar o Outro, eu deliro ou versejo.
Pensá-LO é gozo. Então não sabes? INCORPÓREO É O DESEJO.

25 de outubro de 2008

Eu, ela, nós, eu, ela, ela

E para quê servem as novas tecnologias senão para tornarem-se obsoletas? Mais cedo ou mais tarde, e cada vez mais rápido, sentimos a necessidade de nos estender um tanto mais longe, um tanto mais forte, um tanto mais exato, vários tantos mais velozes. Não raro, um tanto mais precisos também. A bilocação ainda não é uma realidade real, mas, sem nenhum problema ou dificuldade, é uma realidade virtual. Veja eu você mesmo:



Este é meu Buddy Poke no Orkut. Agora você pode me abraçar, beijar, dançar comigo, me oferecer uma carona, fazer um dueto romântico, brincar, podemos bater os quadris, lutar num duelo de espadas mortal, meditar, fazer ginástica, dormir, levitar, nos cumprimentar, enfim! E eu, que gosto tanto do face to face, perdi-me na (falta de) noção dessa existência insustentável. A insustentável não-existência, aparentemente cômoda e liberta, se converte em prisão. A falha de eu não ser mais eu. Eu sou ela. Ela é eu. E o outro você pode abraçar ela. Ou seja, nos abraçamos. (?) (!)

24 de outubro de 2008

Da série - Eu tava lá e vi, 4:20


23 de outubro de 2008

Voc-A-ção

Comunicação
Comunica
a comun
comuna
numa
ação
unica com
uma canção
como imã,
a noção uni,
muni oca munição,
caça o coma.

Adoro brincar disso!

22 de outubro de 2008

monoGrafando - Uma Palhinha

A dialética então seria, segundo Aristóteles, uma técnica de discussão entre parceiros que se utilizam de breves questões e respostas e estaria para a fala privada assim como a retórica está para a fala pública, sendo que à segunda interessa questões particulares, de ordem social ou política. Mas a definição de Brunschwig (1967) talvez seja a mais interessante e precisa para o que queremos abranger: “dialética como a prática do diálogo racional, a [arte] de argumentar por questões e respostas”, e ainda, “que o processo conversacional se torna dialético na medida em que ele repousa sobre um problema preciso, definido a partir de comum acordo, e se desenrola entre parceiros iguais, entre os quais a fala circula livremente, orientada para a busca do verdadeiro, do justo ou do bem comum, aceitando falar segundo regras explicitamente estabelecidas”.

E ainda tem o antes, o depois, o espaçamento duplo, parágrafo justificado, em Times, 12, paginado, margens superior e esquerda de 3 cm, inferior e direita de 2 cm, normatizado segundo a ABNT 2002 (não vale ser 2001 nem 2003, nem qualquer outro ano), no papel A4.
Óh vida!

21 de outubro de 2008

ass.: eu

O poder das novas mídias é esse mesmo. Qualquer um pode ter fama do quintal de casa. Anonimato agora é só pra quem faz questão. Absolutamente. Ainda bem que tem gente que não faz tanta questão. Que nem ela!


19 de outubro de 2008

"Mar... com você qualquer fundura dá..."

Existem pessoas que morrem. E isso não é nem uma verdade absoluta tão óbvia quanto possa parecer, nem ironia barata. Tudo bem que não é assim uma revelação que vá deixar os meus leitores com a sensação extasiante do efeito Rosa Púrpura do Cairo, mas dá uma reparadinha...

O fato é que tem pessoas que morrem em vida. Não porque de fato se extinguiram, mas porque escafederam-se de nós, esvaneceram-se, a lembrança empoeirou-se e fez virar pó o que era vida.

Daí parece que o mundo dança...
“Bota a mão no joelho, dá uma abaixadinha, vai mexendo gostoso...”

E, quando nada mais faz sentido, as pessoas tornam. É outra dualidade tempo-espaço, é outro ar, é outra biosfera, é outra pele, é outro rumo.

Aqui, neste nível do mar, a melodia é outra...
“Quando eu olhar pro lado eu quero estar cercado só de quem me interessa...”

17 de outubro de 2008

Estou tentando dizer

...que não é brincadeira. Que não quero mais isso entupindo meu e-mail, empatando minha vida. Acho que vou ter mesmo que contratar uma recepcionista de e-mails.

16 de outubro de 2008

Maldições

Sabe aquele dia que você tá superhipermegaultramasterblaster-uhul com vontade de comer uma panqueca? Então. Daí fui e pedi a panqueca. E ela veio. De frango com catupiri, muzarela e molho em cima. E tava eu no mó pique, comendo.
...
...
Eis que pousa uma mosca.
...
Tentei afugentá-la. Sem sucesso.
Fiquei contemplando a bela, passeando em cima da minha panqueca.
...
Dei a panqueca pra mosca. E amaldiçoei as próximas 100 mil gerações da família dela.
Tomara que tenha morrido empanturrada de panqueca!

15 de outubro de 2008

Esta Sorte na mídia

Pois para aqueles que procuram referências, saibam que estamos bem referenciados.

Quem digita o nome deste blog no Big Boss Google, recebe nada menos do que 8.160 resultados para a busca. Quem digita o nome da autora desta Sorte, encontra 2.440 referências, desde postagens, até comentários em blogs alheios, matérias assinadas e até uma tal de Ana Camila Caringe, advogada (nunca a vi mais gorda, nem menos, porque nunca a vi).

De acordo com os relatórios Analytics, esta sorte foi visitada recentemente por 7 países e 56 cidades só no Brasil (incluindo São José dos Campos e Lavras!).

Os que nos acharam sem procurar, digitaram no google palavras chaves interessantes: "sexy porens", "textos sexy", "adoro acordar cedo", "coisas que ninguém quer ouvir na superfície" (?), "como eu mando vírus para orkut", "como fazer dados viciados", "como fazer pokito com o diabo" (acho que a pessoa quis dizer pacto!), "cor de cabelo da sorte", "esforço físico exagerado", "eu quero ver briga de galo", "frases para falar quando seu beijo eh bom", "minha sorte de amanhã", "o ruído e a redundância", "ônibus para avenida ibirapuera", "playboys na praça é nossa" (what a hell...?), "psicomaníaco", "receita de shake caseiro", "significado de verborragia" (!), "taxi perto do autódromo", "texto que pulando"(?), "vício em aprender"(!), "vírus do orkut cor-de-rosa", "camila caringe" (ufa!).


Bem, o universo da web é mesmo muito grande. Mas legal mesmo é saber que a gente atinge quem a gente atinge:

14 de outubro de 2008

Da série "Contradições insanas"


13 de outubro de 2008

Inusitadas 35/789442

Imagina você andando por um parque no domingo de manhã...
Imagina que o parque fica no meio de uma metrópole...
Daí que você tá andando, tranquilamente...
E ouve um barulho de macaco.
Você olha pra cima esperando ver um macaco.
Mas o que vê é uma pessoa semi-mascarada, fingindo ser um macaco.
Então você repara... e percebe que tem mais duas pessoas trepadas nas árvores ao redor, também com o rosto parcialmente coberto, olhando para as pessoas caretas que preferem passear no parque andando no chão mesmo...
Daí que você não entende nada, mas gostaria de entender.
Imagina você que essa pessoa era eu...
Imagina o quanto eu não ficaria grata se você recebesse alguma notícia sobre isso e resolvesse, generosamente, compartilhar comigo???

12 de outubro de 2008

Não é engraçado


Quando você pensa, planeja, pensa, calcula, imagina, pensa, analisa, espera, pensa, ensaia, mede, pensa e, quando o cometa passa, sai tudo diferente.

Já te aconteceu de fazer um suflê de couve-flor e alguém elogiar seu talharim com camarão?

10 de outubro de 2008

Panaceia

(photo by Magno Nunes)
Menos líquidos quer dizer mais sólidos, mais reais. E só é real quando é visível? Quer dizer que todas as pessoas que eu não vejo não existem? E não existem porque eu não as vejo? Ou não as vejo porque, de fato, não existem? E se eu visse? Existiriam? Sim, porque se existissem eu veria. Ou não? E qual é a cura para a liquidez de tudo o que eu vejo e, ainda assim, não é real? E a cura para a realidade que parece mais sombra da criação líquida? Como tornar o real real e deixar tudo quanto é líquido se esvair sem importância nobre? Por quê damos importância ao que não é real e descuidamos do que é real? Pra quê conhecimento se não o estamos usando para mudar a realidade, senão para recriá-la mais bonita em biosferas virtuais?
Você, que está aqui, no blog, não está aqui, comigo. Está aí, sei lá onde. O espaço que aqui está - blog - não o localiza realmente, só virtualmente.
É bonito aqui. E aí? Como é?

Inusitadas

Na aula de diagramação...

_ Oi Camila! Isso aqui é seu?
_ Nossa! Minha pasta, meu livro e meu negócio de prender cabelo!
_ Tó!
_ Obrigada...
_ De nada.
_ Onde tava?
_ Na outra sala. Acho que você esqueceu lá.
_ Nossa... Mas como você sabia que era meu?
_ Ah! Só você que lê esse tipo de coisa!

"Estamos numa sala de jornalismo. McLuhan não devia ser assim tão atípico", pensei sem dizer. Não me lembro de ter trocado nenhuma palavra anteriormente com a simpática colega. E ela me reconheceu.
Por um livro.
Do McLuhan.
No terceiro ano.
De jornalismo.

8 de outubro de 2008

FLAGRAntes CXIXVIII


6 de outubro de 2008

Histerias Urbanas, pág. 783, Vol. 10

Você está na chuva.
Sem guarda-chuva.
Logo, não está seco.
Seu ônibus passa em longos dez minutos.
Você dá sinal pra ele.
O motorista te olha, mas fica com preguiça de desacelerar, parar, abrir a porta, engatar a primeira e sair de novo. Prefere aproveitar o embalo da descida.
Você percebe que um pensamento cruel perpassou pela mente doentia daquele sujeito investido do poder do transporte público. Acena novamente. E ele passa.

30 minutos depois um outro ônibus ainda não passou, o que o obriga ao super Plano B, que não envolve atitudes Winehousesistas, como socar alguém em público, beber, chutar ou contar seus problemas a ratinhos de estimação, depois de ter cheirado "giz".
O super Plano B envolve pegar um outro ônibus - errado no Plano A, revisto e reaproveitado - e suportar um trânsito muito eloquente que anuncia o estado do metrô na pior estação, no pior horário do pior pico. Ou seja, fazer o mesmo trajeto no tripo do tempo.
Depois não sabem porque as pessoas se matam. Entre si, claro (talvez o suicídio tenha uma outra explicação plausível).
Eu não me mataria. Mas talvez não fosse tão condescendente com os outros seres humanos que competem comigo o mesmo centímetro quadrado.
Se dois corpos não ocupam o mesmo lugar no espaço, não chamarei o táxi para o outro coisíssima nenhuma.
E, imbuída de pensamentos inconfessáveis, cheguei, em formato enlatado, ao destino.

5 de outubro de 2008

Porque estou numa democracia não sou livre

Parece que, pela quarta vez em eleições consecutivas (contando o referendo), fui carinhosamente lembrada pelos caras-pálidas do Cartório Eleitoral da Avenida Brigadeiro Luis Antônio.
Por causa disso fui gentilmente contemplada com a não-escolha de passar o domingo inteiro como mesária.
Divertido até a medula!

4 de outubro de 2008

Would you?

"What chain reaction
What cause and effect
Makes you turn around
Makes you try to explain
Makes you forgive and forget
Makes you change

If everything you think you know
Makes your life unbearable
Would you change?
If you knew that you would die today
If you saw the face of God and love
Would you change?"

3 de outubro de 2008

FLAGRAntes


2 de outubro de 2008

Só mais uma de amor...

A despeito de um passado talvez nem sempre honrado, eu diria a Deus:

_ Mas ele teve medo.
_ Eu também tive quando o fiz. E mesmo assim fiz. - responderia o Deus, insensível diante de meus argumentos.
_ Mas veja os braços dele! Com essa idade e são maiores que os meus! Ele trabalhou! Veja os cabelos e a barba branca, veja as dobras no rosto e no corpo todo, olhe a respiração ofegante e a fragilidade, Deus! Este senhor merece o céu!
_ Só haveria de ter porque eu criei o céu, criei ele e tudo o que existe. E ele? Não pôde sequer criar seu próprio céu com tudo o que lhe dei! Precisa agora do meu!

E eu, já no fim de minhas idéias, responderia sem forças e sem esperanças, mas tomada de compaixão não só por aquele homem, mas pela humanidade inteira e por tudo o que não é humano também, responderia àquele Deus divino, que obviamente não poderia mesmo ser humano:

_ Mas você era um Deus então. Ele... era só um homem.

E Deus, inexplicavelmente, enviou-lhe para o seu céu.

1 de outubro de 2008

Da CET

Por não entender por que justo eu, decidir repassar. Vai que é uma corrente e eu morro em 72 horas, né?!
Pois Control+C/Control+V na mensagem oficial:


Restrição à circulação de caminhões completa 90 dias e confirma bons resultados

Em setembro, a lentidão média do trânsito ficou em 66 km, e chegou a ser até 43% menor do que a registrada durante o segundo semestre do ano passado.