23 de fevereiro de 2010

Sen-sa-cio-nal

21 de fevereiro de 2010

De um apelo sincero


17 de fevereiro de 2010

Não resta nada quando não resta nada

Do resultado de uma tentativa morna e fatídica aquela lembrança que nenhum de nós precisava ter. Não era colorido, nem preto-e-branco, nem monocromático. Não tinha gosto, nem cheiro, mas também não era transparente ou imperceptível. Um líquido derramando, um alguma coisa derretida se esfarelando no tapete, nos degraus da porta de saída. Um horror, um rumor e se chamava fim. Podia ser de tarde, podia ser de noite, mas o fim era de nós. E eu pensei: “com tanta coisa pra se findar, tinha que ser logo eu?” Mas percebi que era egoísmo aquela vontade do pra sempre e calei meu pensamento antes que ele calasse meus remédios, que eram tudo o que restava e já não eram nada. Aquelas vontades todas de ser mais.

11 de fevereiro de 2010

Ensaio sobre a beleza


Depois de uma noite inteira no “beber para esquecer”, estava eu, às quatro e meia da manhã de uma quinta-feira, numa rua semi-deserta, quando uma mendiga tentou me animar:

_ Você! Você é uma ótima pessoa!
_ Eu?
_ Sim!

Sentei no canto da calçada, bem de frente pra ela:

_ E por que você acha isso?
_ Ora, porque você é linda. E a beleza vem de dentro pra fora. Logo, você não pode ser uma má pessoa.

(((chocada)))

Aquilo, embora não fosse necessariamente verdade, fazia bem sentido! Pensei em perguntar se ela tinha sido sofista e por isso estava na rua, mas:

_ Você está sozinha?
_ Não. Estou esperando o meu amor.
_ E onde ele está?
_ Lá! – e apontou pra descida da rua.
_ E por que você não vai lá atrás dele?
_ Porque eu não posso.
_ Por quê?
_ Porque senão me pegam.
_ Quem pega?
_ As serpentes.
_ humm...
_ Tenho que ficar aqui até amanhecer.

E um grito rompe o silêncio:

_ Camila Caringe!
_ Olha! São meus amigos. Eu tenho que ir.
_ Ah... tudo bem.
_ Boa sorte.
_ Pra você também! Tchau!

10 de fevereiro de 2010

Os decibéis levaram

Era de uma frivolidade rica e obsedante aquela chuva que caía na mesa, no chão e lá fora. Nada bastava. Panos nas frestas, cobertura no forro, baldes espalhados e aquela tempestade estrondando. Típica de verão, típica de tudo que dá e passa, que nasce pra não durar. Uma febre, uma insolação, um mal súbito e funesto, que tinha tudo pra parir a morte.

Daí passou.



8 de fevereiro de 2010

Gosto de tangerina.

Leia outra vez o título, por favor.

“Gosto de tangerina.”

Imagina que a frase fosse legenda de uma tangerininha que eu desenhei aqui pra vocês, óh:


Gosto de tangerina.


Mas aí que tá. Eu não disse “gósto de tangerina”, eu disse “gôsto de tangerina”, porque na verdade eu nem gósto de tangerina, eu só senti o gôsto e decidi contar. Mas você, esperto que é, não imaginou uma frase sem ação e logo engatou o verbo na primeira do singular do presente do indicativo e leu que eu gósto, mas eu não gósto.

Daí que pensa só: numa frase tão curtinha e pouco significativa pode caber um equívoco tão grande. Imagina então em uma frase tipo assim:

“Elvis não morreu”
“O homem pisou na lua” ou
“Eu não quero mais te ver, boa sorte.”

Vaaaai que alguém interpreta errado. Ou pior! Vai que alguém acredita nisso!!!!

5 de fevereiro de 2010

Parafraseando um amigo...

2 de fevereiro de 2010

Nos embalos de sábado a noite