31 de dezembro de 2008

Fuja do cliché. Beba coca-cola.

Promessas manjadas que não precisam de um novo ano para acontecer, nem de uma segunda-feira:

· Começar o regime – Feche a boca de uma vez. A começar pela ceia. Se você resiste a comum fartura desta noite, você resiste a tudo pra sempre. Vai por mim.

· Fazer mais exercícios – Nem que seja jogar bolinha de gude, vai. Se for com a molecadinha do bairro você pode sugerir que os buracos da rua a 5 quarteirões pra baixo são melhores. 5 pra ir, 5 pra voltar e você já fez uma caminhadinha. Vai ser moleza! Descarta essa promessa e pensa em outra mais difícil.

· Dormir mais – Delícia. Deita e esquece. Nada mais natural. Auto-hipnóse pode ser útil.

· Dormir menos – Use despertadores. Sim. No plural. Em pontos estratégicos ao redor de seu adorável leito. Quando todos eles começarem a soar em uníssono lembre-se de que um terço da sua vida você passa na cama dormindo, ainda que sua cama possa ter tantas outras serventias... A sensação de desperdício e incômodo vai dar conta de te manter com os olhos abertos.

· Parar de bater no Seu Madruga – Repita como um mantra: “A vingança nunca é plena, mata a alma e a envenena.”

· Parar de fumar e/ou beber – Promessa nível “easy baby”. Chiclete!

· Tomar banho diariamente – Para algumas pessoas pode parecer complicado mesmo. Mas estudar linguagem corporal para ler as reações humanas aparentes quando você entra em algum ambiente pode ser de grande auxílio no processo de conscientização de certas necessidades básicas do universo social.

· Aprender a comer mais frutas e legumes – Não olhe e não cheire. Enfie na boca e mastigue na velocidade três do créu, procurando relaxar a musculatura facial (isso evita rugas e ânsia).

· Reviver um livro, um romance, uma amizade, um projeto – Não reviva nada. Figurinha repetida não completa álbum. Mude de canal. Recomendo Adult Swim.

Do mais, abstraia simpatias, conselhos, regras e postagens. Feliz 2009.

29 de dezembro de 2008

(in)ex(-)ato

Algumas expressões não podem se concretizar porquê não existe forma possível pra elas. É como um espírito sem corpo. Não cabe na fôrma anterior, mas também não tem uma nova. Então o significado fica pairando, bobo, volitando sem ser capturado e retransmitido.
E chega a ser mesmo um lamento isso... Porque o que não é dito, de qualquer maneira que seja, se perde. É como se dissolvesse no ar... e, embora seja um eco eterno, é uma forma de existência que ninguém alcança, entende ou toma conhecimento.
Mas... algumas sensações... realmente... não fogem de ser inexprimíveis...




foto by L. de Sálua

28 de dezembro de 2008

...só sei que foi assim...

_ Mas não minto, a melhor parte foi quando a noite caiu e meu pensamento voou no céu escuro e disse: "Preciso voltar".

Pois que também não minto, meu pensamento andou às voltas de seu céu anoitecido e disse: “Uhul!”.

27 de dezembro de 2008

Com celular.

Porque o azar algumas vezes vira sorte, meu novo celular é mais moderno, mais lindo e mais útil do que o anterior.

O mesmo número, inclusive, para a comodidade de meus contatos.
Apareçam.
E agora pode ser por telefone mesmo.

25 de dezembro de 2008

...então é Natal...

Desenho por: Edu Gomes

E como diz o Du, de várias maneiras, Natal é só alguma coisa boa que paira no ambiente...
“Até os bandidos roubam menos... Eles pensam ‘ah... é Natal vai...’ e tudo fica melhor...”
Então, meu grito, do fundo do coração: que coisas boas pairem no ambiente dos meus 3 leitores!!! Beijo mãe, beijo vó e beijo irmã! "É isso aí... um joinha pra vocês..."

Postagem freneticamente inspirada em: http://www.fotolog.com/a_fuga/58357669

21 de dezembro de 2008

...mas o vício pode ser bom...

Era uma menina simples.
Tinha um cabelo simples, uns olhos simples, umas roupas simples. Era um ser-nada-demais que vestia um’alma simples.
O quê de rebuscamento ficava por conta do que diziam dela, do que faziam por ela, do que sentiam por ela. E era quanto e tanto que era lindo. E ela se sentia rica demais pra ser dona do mundo.
Amigos se penduravam na janela do seu quarto até de madrugada. E sono era o de menos quando a magia de uma companhia trazia tantos sorrisos que monotonia ou solidão não eram conhecidas.
Ela lembrava às almas companheiras que estavam sendo assaz complacentes com seus defeitos, que não merecia tamanha honra de tal carinho de tal natureza e que tais cuidados e carícias passaria a vida sabendo-se incapaz de merecer, justificar ou entender. Mas os amigos continuavam brotando como flores numa eterna primavera, enfeitando até o que não era terra, tornando a vida dela um jardim sem fim de cores, sabores, cheiros e delícias.
Era uma alegria quase insuportável que ela suportava a bem dos sorrisos próprios e alheios. Regava as flores como podia. E elas cresciam ao seu redor, indizíveis, incontáveis, indefiníveis...

19 de dezembro de 2008

...sorte viciada...

Today's fortune: Do right and fear no man
Podia ser…
Sorte de hoje:
você não vai encontrar alguém a quem todos saibam que você encontrou até quando estiver lendo jornal na fila do pão e vai ser feliz mesmo assim
Mas não era.
Para ser precisa, talvez devesse ser...
Sorte de hoje:
você vai bater com a cabeça bem forte em alguma idéia maluca que envolva um grande desapego
O que seria o equivalente a...
Sorte de hoje:
sofra, se é o que prefere
E então...
Sorte de hoje:
preferência não é a palavra certa quando sua razão já voou pelos ares

18 de dezembro de 2008

Da série - Mais coerente impossível, versículo V

Estava eu contando para a minha irmã sobre a carta que recebi:

“Seu presente está preso na alfândega. Espero que o retire. Ah... tem taxas...”

E ela pergunta:

_ Onde que fica a Alfândega? É um lugar bem longe, não é?
_ É! Fica no oriente médio.
_ É mesmo?
_ É sim. Fica perto do Paquistão. É assim, tipo, aqui tá a Inglaterra, daí vem o Brasil. A Alfândega fica entre o Japão e a China.
_ Ah...

_ Depois procura no mapa. Tenho um dicionário sociológico do século XX que talvez te ajude.
_ Hum...
_ Mentira, doida!
_ Ah... não é verdade? Mas tem um país com esse nome, não tem?

Mãe faz uma tentativa desesperada de salvar a filha:

_ Você tá confundindo alfândega com Afeganistão.

E ela confirma:

_ É! Então! Sabia que tinha uma palavra parecida!
_ Tem! Almôndega! Aliás, o Afeganistão e a Alfândega era tudo um país só. Daí, depois dos conflitos eles se separaram. E virou tudo almôndega!

17 de dezembro de 2008

.A BANCA.

Uhul!
Brigadu mãe, brigadu irmã, brigadu vó, brigadu Má, Gi, Rô, Lê, Chi, Ja, Fá, Vi, Man, É, Si, Bi, Gla, Pa, Co, Cá, Thá...
Uhuuuul!
...
Passei.

15 de dezembro de 2008

Desopilando as estribeiras

Era eu voltando pra casa depois de saber como seria o ritual da primeira banca. Como diz o velho provérbio: da primeira banca a gente nunca esquece. E parece mesmo ser assim.
E era eu, parada, esperando para atravessar a Radial Leste, a pé. E era, do meu lado, um senhor negro, rijo, educado, com um perfume ardente.


_ Olá!
_ Olá. – respondi.
_ Demora esse negócio pra gente poder atravessar, né?
_ Ah, é!
_ Sabe, eu gosto de ter gente por perto pra conversar! Acho muito importante isso.
_ Ah, sim sim. Mas é mesmo. Muito importante.
_ Você é estudante, né?
_ Sim.
_ Faz o quê?
_ Jornalismo.
_ Aaahhh...!!! Você faz jornalismo? Que lindo! Sabia que eu já saí duas vezes na Veja?A revista, sabe? Então! Quando eu vou pra minha cidade eu levo as revistas e todo mundo diz que eu tô importante. Mas lá eles não entendem muito dessas coisas. Eu sou de Salvador! Soteropolitano. Sabia que quem nasce em Salvador é soteropolitano? Fiquei com uma raiva! Lembra aquele dia do Show do Milhão que o hómi não sabia como chamava a pessoa que nascia em Salvador? Mas eu sabia, porque é a minha cidade. Eu dava pulo em casa de raiva que o sujeito não sabia. Mas fiquei pensando: aquilo tudo é combinado, não é combinado?
_ Olha... eu não sei...
_ Ah! Eu acho que é combinado! Não é possível! Teve outra pergunta também que eu fiquei com raiva. Era sobre a bandeira, “Ordem e progresso” tem 15 letras. 5 com E dá 6. Mais 9 do progresso dá 15. Não é que o cabra errou? Você assistia esse programa? Nossa eu adorava! Você assistiu dessa vez? Se lembra?
_ Não... acho que não...
_ Então, é porque eu sou professor de português e matemática, né? Eu tenho uma filha que é psicóloga e mais duas que são professoras, porque fizeram o magistério. Você sabe o que é magistério, né? Então. Pois é. Mas eu sou de Salvador. Vou te provar. Olha aqui.
_ Nossa... É mesmo... Seu RG é de Salvador. Nessa época tava só de bigode, hein?
_ É! Não! Nessa época eu tava sem barba! Mas eu sou formado em patologia clínica, sabe? Que faz exames e tal. Mas eu também sou boxeador. Daí é bom que eu te acompanho e te protejo, porque eu também sou, óh!, capoeirista. Tenho 54 anos, mas me sinto um menino! Aguento dois homens! Nossa! Você é muito legal, hein?! Muito legal mesmo, adorei você! Simpatia! Mas olha! Vai ter uma festinha de final de ano lá na firma onde eu trabalho e eles vão até doar aquelas cestas básicas, sabe?
_ Ah... puxa, que ótimo!
_ É! É bom, né? Então! Vai ser ótimo mesmo! Onde você trabalha vai ter festinha também? Aliás, você vai se formar, né? Se você me chamar... Olha, eu tô vestido assim, mas se você me chamar eu vou lindo! Eu pego a roupa mais linda do meu armário e me visto todo bonito. Vai ter festinha?
_ Ah... mas ainda falta um ano pra mim...
_ É, né? Ah... mas tudo bem. Olha, eu moro nessa rua, foi um imenso prazer acompanhar a senhorita. Nunca conheci alguém assim. Você é maravilhosa. Incrível mesmo. Não teve preconceito, viu que eu sou trabalhador, me tratou com respeito. Meu nome é Luis. Sei que não vamos nos ver até o Natal, então dá um beijo na família por mim, manda lembraça pra todo mundo lá, um feliz Ano Novo e vá com Deus, filha, vai. Foi um prazer, viu? Você é ótima.
_ Ah... foi um prazer conhecê-lo também, senhor Luis. Feliz Natal e feliz Ano Novo. Até mais!

Ao final estávamos ambos mais calmos. Senhor Luis e eu.

14 de dezembro de 2008

Ufa!

Exemplo de ruído na comunicação verbal, escrita, por isso mesmo visual, interpessoal, indireta, particular, bidirecional:

.Glauber. diz:
ok..com certeza
.Glauber. diz:
tudo que vem de vc, é aproveitável
Camila diz:
"aproveitável"
Camila diz:
ah..puxa... devo agradecer? isso foi um elogio?
.Glauber. diz:
a palavra não soa bem né?
.Glauber. diz:
não falei de maneira xula
.Glauber. diz:
desculpa
Camila diz:
definitivamente não
Camila diz:
rs
.Glauber. diz:
posso trocar?
Camila diz:
desculpado
Camila diz:
vai lá
Camila diz:
tenta denovo
Camila diz:
rs
.Glauber. diz:
hauhauaha
.Glauber. diz:
olha lá....
.Glauber. diz:
uahuahuahuaaa
.Glauber. diz:
to rindo muito aqui
.Glauber. diz:
uahuahuahahauaha
.Glauber. diz:
calma ae, não é essa a palavra
Camila diz:
rs
.Glauber. diz:
é que foi tão seco que eu não to me aguentando rs
Camila diz:
hahahaha
Camila diz:
rsrs
.Glauber. diz:
bom, aproveitável pode ser substituído por "tudo que vem de vc, me acrescenta"
.Glauber. diz:
é nesse sentido, de soma
.Glauber. diz:
rs


11 de dezembro de 2008

Esquisitices

Não conhecer um desconhecido e, ainda assim, reconhecer suas virtudes e adorá-lo.

Constatar que numa prova para a qual você estudou em grupo, o grupo foi mal e você se safou do exame.

Não tomar leite no café-da-manhã porque acabou o nescau.

Ficar sem ouvir o celular tocar por uma semana.

Receber comentários anônimos no seu blog e passar o dia pensando em quem terá sido.

Professora avaliando o trabalho de um trio, sendo que duas pessoas ficam com média e uma fica sem nota suficiente. “Péra. Deve haver uma explicação...”

Ser assaltado e negociar com o sujeito. “Bem, vamos conversar. Eu tenho aqui R$ 30,00. Dez pra você e vinte pra mim, pode ser? Bom, o dinheiro é meu, fui eu que trabalhei, fui eu que ganhei. É pegar ou largar!”

Ouvir uma mentira que você sabe que é mentira e a pessoa que está contando a mentira sabe que você sabe que é uma mentira deslavada, mas ainda assim segue em frente. “Vou ao show, mas é pra fazer uma matéria, não é pra me divertir...”

Ficar até 3 horas da manhã estudando... com a sua irmã. Porque ela tem 4 exames para fazer, está desesperada e você não consegue dizer “se vira aí mina”.

Ouvir alguém dizer ao telefone que “nós estamos fazendo” e saber que significa “a Camila já tá vendo isso, mas eu vou pressioná-la pra ver se acaba mais rápido, pódexá”.

10 de dezembro de 2008

A felicidade tem boa alma

9 de dezembro de 2008

Inexprimível expressão

...Porque quase não é possível conviver com a responsabilidade de se estar sendo observado, de ter um rosto, de ter uma identidade e, ainda por cima, de ter um blog, orkut, myspace, T-global, facebook, msn...

“A observação passa a ser o mecanismo mais sutil de controle na medida em que identifica as ações e o agente. Diante do olhar especulativo de um controle invisível, tudo o que não é obrigatório torna-se proibido. O olhar é a garantia de um comportamento esperado.”

L. M. Sá Martino – Comunicação: troca cultural?

7 de dezembro de 2008

Sem celular.

Simples assim.
A última vez que o vi foi quando disse “coloca no seu bolso pra mim?”.
Daí foi-se para nunca mais.

Se conselho fosse bom não se dava, vendia. Estou vendendo este aqui: “nunca peça para alguém guardar qualquer coisa pra você no bolso quando se trata de um show onde tem bate-cabeça.”

Se estiver interessado em comprar este conselho entre em contato.
Mas não por telefone.

5 de dezembro de 2008

Big - gift

3 de dezembro de 2008

...que já passou da hora.

É um incômodo sobremaneira, de modo que nem cabe em verbo algum.
É um quê que começou com um q, até que virou um quê inteiro, só pra me remoer o juízo.
E, como se não bastasse, ainda deu cria.
Daí virou vários, dando voltas na minha cabeça.
Pensei em princípio de matar todos eles. Com inseticida. Jogando a latinha.
Depois achei melhor esmagar com o chinelo mesmo, já que lata não é ecológica e tem também esse tipo de quê dando cria aqui dentro.
Mas eram muitos e eram tantos que não chegou providência.
Daí, quando assumi que remediado estava, caí.
Na insônia de não esvaziar nada, caí. Da cama pro chão. Do mar de rosas pro botão, que disse mal-querer-me nesta estação.
Um desenho de tudo e nada se fez em branco-e-preto na parede que eu mirava. Alvo das falhas, todas, projetadas.
E os quês ali, subindo, enquanto eu descia.
Era como se fossem balões inflando, nutridos das desventuras de uma deusa usando roupagens ridículas de humana.
Humana.
Por quê o retrato do humano é a solidez da sordidez?
...E os quês fazendo festa em todos os becos de clareza falta
Preenchendo os ocos de ecos
Soprando pro ar as convicções leves demais pra durar.
Ao final eu toda era um quê de desavença.
Bem-aventurança é dádiva dos excluídos do litígio.
No limbo, do enfado se (res)guardam os superiores de alma puritana.
Os desgastados ficam do lado de cá da mediocridade.
Contando quêzinhos antes de dormir...

2 de dezembro de 2008

Você sabia que...

...sua conta do gmail pode ser bloqueada por 24 horas caso você faça algo muito errado, como por exemplo mandar arquivos para uma indiana que mora em NY e quer 262 fotos em alta naquele mesmo dia, porque se trata dos registros do III Congresso Mundial de Enfrentamento da Violência Sexual de Crianças e Adolescentes e ela precisa fazer um relatório e, se você cair na desgraça de enviar 38 e-mails com quatro fotos cada e cada foto com mais de 2 megas, sua conta fica bloqueada por utilização incomum detectada na trigésima nona mensagem?

Por isso, não faça isso.
E não pergunte como sei disso.

1 de dezembro de 2008

30 de novembro de 2008

Geração saudosista

Um primo de oito anos e uma tarde de domingo.

_ Sua estante tá cheia...
_ Sim.
_ Olha... Que isso?
_ É uma ampulheta.
_ Posso ver?
_ Pode.
_ Posso pegar na minha mão?
_ Pode.
_ Pra quê serve?
_ Pra marcar o tempo.
_ Posso pegar pra mim?
_ Não.
_ Aonde você comprou?
_ Eu não comprei. Eu ganhei de presente.
_ Ah... Mas você sabe onde vende?
_ Até sei. Por quê?
_ Quando você encontrar vendendo, compra uma dessa pra mim? É que eu tô precisando...
_ Você? Tá precisando de uma ampulheta?
_ Aham!

Que coisa, não?

27 de novembro de 2008

Humor congressista

_ Do you speak english?
_ Yes.
_ Ah… eu não… Era só pra saber...

J.S., 16 anos

25 de novembro de 2008

MetA(própria)ção


24 de novembro de 2008

Notícias de mim

Ao lado do Barra Shopping, na Barra(!), existe um concorrente chamado New York. Na entrada tem uma linda escultura... A Estátua da Liberdade. A mesma imposição em miniatura (quando comparada à original). A boa notícia é que o taxista me explicou que já houve muitas manifestações para que o shopping não tivesse esse nome, muito menos que ostentasse tal ostentação. A má notícia é que ele existe há cerca de 10 anos.

Ouvi dizer que o tempo no Rio de Janeiro está tão ruim quanto em São Paulo. Não posso confirmar. Só sei que no Rio está bem ruim.

City Tour no Rio é ver cenário de novela ao vivo. Barra, Ipanema, Copacabana, Leblon. Engenho de Dentro, Antures e Rocinha ficam só nos noticiários.

No quarto do hotel tem um rádio-relógio impossível de ser domado. E ele projeta no teto uma luz vermelha no formato de uma cruz estranha, quando as luzes estão apagadas. Lembra o símbolo dos fingermen (informe-se: V de Vingança).

Ter franja é legal. Rian veio me dizer que pareço ser do país dele. Tailândia.

_ No, no, thanks. I’m brazilian.
_ It doesn’t seem.
_ Brazilians have a lot of faces. We never seem to us.

Sugeriram também que eu fosse espanhola, japonesa... Estou analisando as sugestões ainda.

22 de novembro de 2008

Brokenfast

_ Fulana, você vai tomar café-da-manhã agora?
_ Uhum...
_ Quer pão? Mas é de ontem. Você come pão de ontem?
_ Ah... tudo bem... Tem outra coisa?
_ Tem: pão de anteontem.

Rárá!
Bem humorada essa pessoa...

_ O pão de ontem tá legal. Vai esse mesmo... Dá pra colocar no microondas?


Adoooro essas piadinhas matinais.
Sério mesmo!

21 de novembro de 2008

A sério demais

Do orkut

Today's fortune: Study as if you were to live forever. Live as if you were to die tomorrow.

PODERES CÓSMICOS E FENOMENAIS!!! ...dentro de uma lampadazinha...

20 de novembro de 2008

(in)justificativas

No último dia de prova argumentei com um amigo que não é só porque uma pessoa faz Iniciação Científica que ela é nerd. Isso não significa nada...

[pause na cena]

No feriado eu não podia descansar, porque tinha uma monografia para terminar. Mas, pelo menos, não precisaria acordar cedo. Pra relaxar decidir ler. Uma leiturinha teórica, só pra desestressar.
“Dicionário do pensamento social do século XX”

[play]

...Bem... talvez existam outros motivos... Mas não só por causa disso!!!

19 de novembro de 2008

ZZZZzzzzZZZzzz.....

Faz tempo que meu dia não termina.
Quando eu era pequena, o dia terminava todos os dias. Era só dormir que o mundo esperava eu acordar pra continuar girando. Agora não.
Você, querido leitor, pode até ter sentido falta de mim nesses últimos 3 dias. Mas essa sensação é falsa. O dia marcado aqui acima e logo abaixo, nas outras postagens, é uma mentira.
O dia nunca acaba. Ele só escurece. Não faz 3 dias que não escrevo. Faz só um tempo.
Por isso é que eu digo que as ampulhetas são mais úteis. Elas são mais exatas! Essa história de dividir o tempo, certinho, em horas, minutos, segundos, quebra nossa percepção da continuidade.
A gente tem que almoçar quando está na hora (não quando sente fome de verdade), tem que acordar quando está na hora, tem que sair e voltar na hora, tem que chegar na hora... Tem que dormir quando o dia acaba...
Mas é tudo um dia só, que escurece e depois clareia, que muda pra gente não enjoar...
...

..
.
(ronco)

16 de novembro de 2008

Condão dos autóctones

Nada(,) que me sobra(,) falta(!)
Nada que defina(-me) é preci(o)so(!)
À parte isso, (por quê não?) tenho (em mim)
todas as palavras do mundo (sob) aos meus (devaneios) pés.
Concretudes do etéreo-demais pra caber no paradi(gma)so (perduto).(..)

15 de novembro de 2008

Vergonha alheia

Eu tenho muita vergonha desses programas que ajudam uma pessoa a se declarar pra outra em troca de audiência. Sabe... é o tipo de coisa que se faz só pra pessoa, não interessa ao resto do mundo. Chatão isso...
Tava assistindo TV e vi uns casos lá.
Mó saia justa. Não tem como.

Teve uma menina que se declarou pro professor da academia. O cara até beijou ela, mas tive a nítida sensação de que era só para não decepcionar os expectadores e, mais ainda, a apresentadora, uma loiraça que tinha ido até lá só por causa dele...

Também teve o caso de um cara que tentou se reaproximar da ex-namorada. Resultado:

_ Não quero aparecer na TV! Sai daqui! Me deixa em paz! Ele é um louco! Fala pra ele parar de me perseguir! Não aguento mais! Não quero ver ele de novo nunca mais!!!!

E os bem sucedidos...

_ Eu tô aqui pra dizer que te amo, que você é o homem da minha vida e que eu desejo passar o resto da minha vida do seu lado, porque eu te amo muito...
_ Obrigado.

Apresentadora:

_ Isso é o amor!!!

Isso é o amor?
Não, obrigada... Tô legal, valeu.

14 de novembro de 2008

Reflexão Profunda, n. 432.890 - 6x

"O conflito no Congo já levou cerca de 250 mil pessoas a deslocarem-se para procurar abrigos, sendo que na região oriental do país, os campos de refugiados já não conseguem responder à procura, noticia a SIC.
As estimativas apontam para cerca de 70 mil refugiados doentes e 100 mil sem qualquer assistência. Nos campos faltam medicamentos, água potável e a cólera é uma ameaça permanente." (
new)

Mas como diz o grande pensador do for all music, Beto Barbosa, “SER FELIZ, É UMA OPÇÃO”.
É isso aí!

13 de novembro de 2008

Frases (a)típicas que os homens dizem imediatamente antes de perder uma mulher

_ Você não quer saber de mim?
_ Não, eu não me importo.
_____________________________________________
_ Eu vou te levar num lugar muito importante pra mim...

(Motel em região desabitada de Itaquera)
_____________________________________________
_ Você é a mulher da minha vida, juro! Eu sempre sonhei que a mulher da minha vida teria canela grossa!

_____________________________________________
_ Você só ficou comigo porquê eu te dava coisas!
_____________________________________________
_ Se você não ficar comigo tudo bem! É porquê eu não fui bom o bastante...

_____________________________________________
_ Ah, me poupa! Eu tenho padrão estético!

_____________________________________________
_ Ah... não importa que você disse não. Com mulher tem que ser assim!
_____________________________________________
_ Mas o que você fez? Que horas você foi? Que horas você voltou? Quem tava lá?

11 de novembro de 2008

Histerias Urbanas (amenas)

_ Compra um ae mano? Não quer fumar?
_ Não, obrigado.
_ Então me dá dinheiro.
_ Não vou dar nenhum centavo.
_ Eu tô armado.
_ Legal, deixa eu ver.
_ Me dá seu celular!
_ Já disse que não vou dar nada.
_ O negão vai te furar.
_ ...

De acordo com o relato da vítima, um dos acusados puxou o celular do bolso.

_ O quê você tem no outro bolso?
_ É... ... Nada?
_ Pega o bilhete único dele!
_ Eu vou chamar a polícia.
_ Vamo embora negão!

É isso que eu chamo de uma experiência comunicativa interpessoal com baixo nível de trocas informativas de teor emocional...

9 de novembro de 2008

Por isso é que eu digo que gosto da lógica

Era um político criticando a atitude do outro em deixar de castigo servidores públicos que não concordavam com suas posturas, de maneira que eles (os servidores) passavam os dias a cumprir inteiramente a jornada de trabalho sentados no pátio da repartição, olhando a paisagem.
E o olhar hiper sagaz do crítico iluminou a questão:

_ Bem, esse é um ato inaceitável, primitivo E não-civilizado.

Grata. Isso quer dizer que sou gente E não sou bicho, que sou racional E não sou burra.
Uhul!

8 de novembro de 2008

Exercício narrativo (alternativo)

É o seguinte: o sol tava lá no céu, no rolê da noite, aproveitando a folga, mas aí voltou e os raios dele entraram bem com pé no peito, no mó invasão do quarto, sabe? Ninguém perguntou se podia, só que ele foi lá e pãnz e fez. A noite saiu de cena, foi puxar um ronco noutro canto, sussa, não tava mais a fim de esconder ninguém na sombra.
E o cara tava ali, mas não podia mais, tava osso
.
Daí ele levantou assim... pá... pegou o casaco... foi procurar o negócio que ele largou num lugar que não lembrava aonde. Olhou, olhou, mas não viu não.
Sentiu um coiso estranho no corpitcho, de frio ou medo, sei lá. O mundo todin, assim, de repente, era demais pr'um cara assim, um lixo. Mó treta.
Largou tudo no chão mesmo. E percebeu que tava úmido e frio fora do casaco. O corpitcho tremeu de novo. Sentiu o futun dela. Deu risada.
Daí que não podia mais esperar e ficou doido!
Riu de novo. Foi correndo pelado pela casa até o banheiro, de pé no chão, fazendo barulho. Abriu o chuveiro. A água ajudou a relaxar. Ficou ali, curtindo aquilo, sabe? Com a água na cara, quase engolindo e cuspindo de novo como se fosse baba, com coração empolgado, fazendo ziriguidun no peito magrelo.
Saiu fazendo mó zueira, molhando tudo, um lixo. O ó do borogodó, escorregando, segurando pelas paredes, quase caindo, na correria.
Abriu o guarda-roupa e viu que não tinha quase nada. Que lixo! Encontrou qualquer coisa que lembrava uma camisa, uma calça e foi aquilo mesmo. Colocou o sapato enxulezado.
Pensou no carro, daí se lembrou de uma piada e não pensou mais.
Catou as chaves. A do carro foi pro bolso e a de casa usou pra fechar a porta e enterrou no vazinho de fora, como se não fosse um lixo de esconderijo pra chave do ap.
Desceu fazendo pensamento positivo pro elevador ir logo.
Daí chegou lá embaixo e pá, deu oi pro zelador num desengonço só e se foi.

7 de novembro de 2008

Exercício narrativo

Os primeiros raios atravessam a janela e invadem o quarto. Ninguém perguntou se o dia podia amanhecer, mas aconteceu sem que alguém fizesse algo para impedir. A proteção da noite já se fora. Ele não podia permanecer ali.
Levantou-se. Envolveu-se num casaco qualquer e caminhou procurando o que havia perdido. Olhou em todas as direções e não encontrou nenhum vestígio.
Sentiu um arrepio de frio ou de medo. O mundo inteiro para si, de repente, o pareceu grande demais. Largou o casaco vagarosamente deixando-o cair no chão empoeirado. Sentiu a umidade, a temperatura. O corpo tremeu mais. Não de medo ou de frio. Sentiu o cheiro dela. Sorriu.
Agora que sabia, não podia mais esperar nem um segundo.
Riu alto. Correu para o banheiro fazendo barulho com os pés descalços. Abriu o chuveiro. A água quente confortou os músculos contraídos. Permaneceu ali por alguns minutos, com a água escorrendo, o rosto feliz, o coração batendo rápido.
Saiu molhando o chão de todo o lugar, escorregando, segurando pelas paredes, andando rápido de um canto pra outro.
Abriu o guarda-roupa semivazio, com aspecto de abandono. Encontrou uma camisa qualquer, uma calça qualquer e decidiu que serviria. Recolocou os mesmos sapatos.
Pensou no carro, mas se lembrou de tudo rapidamente.
Pegou as chaves. As do carro colocou no bolso. As do apartamento usou para trancar a porta quando saiu e as colocou no lugar super secreto de sempre: enterrado no vaso de flores ao lado do elevador.
Desceu fazendo pensamento positivo para que o elevador passasse milagrosamente mais rápido pelos treze andares restantes.
Chegou, enfim.
Cumprimentou o zelador do prédio desajeitadamente e seguiu seu passo firme.

6 de novembro de 2008

Imprescindível


5 de novembro de 2008

Dificuldades geográficas

É triste quando você tem uma amiga que conheceu no Brasil, com quem trabalhou e criou laços, e ela tem que voltar pra casa dela...
Na Itália.

4 de novembro de 2008

Auto-explicativo

Relatório de atividades do Grupo:

A.F. – Auxiliou criativamente na elaboração do layout, enquete e logo. Executou três pautas.

Camila Caringe – Auxiliou criativamente e graficamente na elaboração do layout, criou elementos que o compuseram (botões, marcações das editorias, agenda, enquete), padronizou as páginas, inseriu imagens e links, diagramou as próprias matérias e de companheiros, formatou as matérias do grupo e o presente relatório, além de desenvolver o escopo do projeto. Escreveu os textos e diagramou as páginas dos quatro links do menu horizontal. Executou duas pautas.

F. M. – Auxiliou criativamente na elaboração do layout, enquete e logo. Executou três pautas.

G. T. – Auxiliou criativamente na elaboração do layout, enquete e logo. Executou duas pautas.

L. V. – Auxiliou criativamente na elaboração do layout, enquete e logo, diagramou suas próprias matérias. Executou duas pautas.

M. N. – Auxiliou criativamente na elaboração do layout, enquete e logo, diagramou suas próprias matérias. Desenvolveu o texto para o link 'Agenda'. Executou duas pautas (com fotos próprias).

R. B. – Auxiliou criativamente na elaboração do layout, enquete e logo, diagramou suas próprias matérias. Executou duas pautas.

V. B. – Auxiliou criativamente na elaboração do layout e enquete, desenvolveu desenho e conceito do logo, diagramou suas próprias páginas. Executou duas pautas.

2 de novembro de 2008

Tipicalidades do findi

Estava eu trocando a roupinha do meu Buddy Poke (isso é muito importante, senão todo mundo vai pensar que eu só tenho aquela roupa!) quando de repente...

_ Eu nem me lembo maaaiiis...

Fazia um tempo já que meu vizinho não se apresentava para nós, da comunidade, em seu inevitável karaokê.

_ Ficam uuuu... lembo maaaiiis...

Mas dessa vez foi especial. Era um dueto!

_ Quanto tempo, eu já nem seeeiii... cando... ondi... que vaaai!

E, provavelmente, a criatura que não era ele não devia ter muito mais do que uns 3 anos...

_ Eu nem me lembo maaais... eu nem me lembo maaaiis... eu nem me lembo maaaiis...

1 de novembro de 2008

! ! !

31 de outubro de 2008

...consigo mesmo.

peguei essa foto daqui: http://bichos.uol.com.br/album/bbc/fotografo_da_vida_selvagem_album.jhtm?abrefoto=2

E é sempre assim que parece ser. O mais forte sempre ganha. Não necessariamente o mais forçudo, ou mais inteligente, ou mais bonito, ou mais alguma coisa...
Conheço gente que faz da sua fraqueza (exposta) a sua força (questionável). Mas eu prefiro ser (como seja) fraca. Assim, a fraqueza rende, ao invés de ser ela própria, uma força (inquestionável): a honestidade...

30 de outubro de 2008

ass.: tchuri tchurim funflai

Então qual seria, adorável anônimo, a palavra mais feia do dicionário?
Tenho aqui algumas inscritas pré-selecionadas:

1) defenestração (me lembra uma nefasta tração em déficit, ou algo assim...)

2) culicídeo (como não sei a faixa etária dos visitantes do blog, melhor não citar ao que remete esta aqui)

3) crocitar (fácil! Crocodilo quando cita! Manda outra!)

4) trocista (como diria Leda Maria, celebradíssima em Os Aspones, “é um típico colocador de troço pra fora”)

5) anódino (sem nó do tino)

6) espavorir (tipo um espasmo, só que meio rindo, sabe?)

7) pleistoceno (alguém acenando de um pára-peito que é um dos catetos da hipotenusa)

8) leguelhé (que lhe faz lelé)

9) bodegueiro (esbagaçado)

10) renitente (que tem renite novamente)

Mas a top topo é...
...Tchãrãrãrãm…

VerBorraGia… (eca!)

29 de outubro de 2008

RE EStruTUranDO

Estava eu num turbilhão de uma redação e no calor que só conhece quem conhece, quando meus pensamentos foram interrompidos por um questionamento lançado ao ar.

_ O que você faz quando sente saudade?

E outra pessoa considerou:

_ Saudade é a palavra mais bonita do dicionário.

Tentei resolver mais essa questão:

_ Ah... você vai ver a pessoa e mata a saudade!
_ Mas e se a pessoa estiver longe?
_ Você sai correndo e vai ver ela!
_ E se ela estiver muito longe?

Alguém questiona:

_ A pessoa morreu? Daí não tem jeito...

Concluo:

_ Ah! Saudade é a pior coisa que existe! É horrível! Odeio saudade! E se a pessoa estiver em outra cidade? E se a pessoa estiver em outro país? E se a pessoa simplesmente não quiser te ver? Ah... desencana! Sai fora! – e não foi difícil continuar reelaborando o que estava fazendo. Nem foi difícil lembrar do assunto outra vez. Saudade só é boa quando acaba. É uma ternura sem fim que não deixa nem sentir raiva nem repulsa, mas alimenta um qualquer coisa bonito que, por ser bonito, é também triste. É a inconcretude do que não é, mas poderia ser, palpável. É o que provoca a vontade de querer ver e tocar o que só se pode lembrar. É uma sanidade se esvaindo, inconformada com o que não há. Isso é que enlouquece! Essa coisa que é linda e dolorosa ao mesmo tempo. É o que vai tornando ébrio o que era convictamente sóbrio, até sobrar só impulso.

É por isso que no inglês eles dizem somente “I miss”. E isso serve pra tudo.
I miss minha caneta.
I miss meu marido que morreu.
I miss minha torta de morando que eu tinha deixado na geladeira.
I miss meu vinil do Elvis.
I miss you.

Como pensamento é linguagem, a linguagem molda o pensamento. Assim sendo, se eu uso a mesma estrutura para expressar que sinto falta do controle remoto da tv e sinto falta do meu melhor amigo, fica mais fácil encarar a falta. É só uma coisa a mais que não está. É a vida. Ótimo. Bola pra frente.

Saudade é mesmo a pior palavra do dicionário.

27 de outubro de 2008

Imaterial

Trabalhei a semana inteira. Daí trabalhei sábado o dia inteiro. Daí trabalhei domingo o dia todo. Daí acordei com sintomas de estafa na segunda-feira. E não trabalhei.
Há quem diga que é imprudência. Eu digo que é amor. Ou desejo. Ou os dois. Nada que um sofá e um miojo não alcancem com a cura.
Faltei em outros lugares para estar onde estou. Imprevisíveis consequências da escola das escolhas rotas. Cítara.

Hilda me emprestou suas palavras para esta resposta minha:

Pulsas como se fossem de carne as borboletas
E o que vem a ser isso? perguntas.
Digo que assim há de começar o meu poema.
Então te queixas que nunca estou contigo
Que de improviso lanço meus versos ao ar
Ou falo de pinheiros escoceses, aqueles

Que apetecia a Talleyrand cuidar.
Ou ainda quando grito ou desfaleço
Adivinhas sorrisos, códigos, conluios
Dizes que os devo ter nos meus avessos.

Pois pode ser.
Para pensar o Outro, eu deliro ou versejo.
Pensá-LO é gozo. Então não sabes? INCORPÓREO É O DESEJO.

25 de outubro de 2008

Eu, ela, nós, eu, ela, ela

E para quê servem as novas tecnologias senão para tornarem-se obsoletas? Mais cedo ou mais tarde, e cada vez mais rápido, sentimos a necessidade de nos estender um tanto mais longe, um tanto mais forte, um tanto mais exato, vários tantos mais velozes. Não raro, um tanto mais precisos também. A bilocação ainda não é uma realidade real, mas, sem nenhum problema ou dificuldade, é uma realidade virtual. Veja eu você mesmo:



Este é meu Buddy Poke no Orkut. Agora você pode me abraçar, beijar, dançar comigo, me oferecer uma carona, fazer um dueto romântico, brincar, podemos bater os quadris, lutar num duelo de espadas mortal, meditar, fazer ginástica, dormir, levitar, nos cumprimentar, enfim! E eu, que gosto tanto do face to face, perdi-me na (falta de) noção dessa existência insustentável. A insustentável não-existência, aparentemente cômoda e liberta, se converte em prisão. A falha de eu não ser mais eu. Eu sou ela. Ela é eu. E o outro você pode abraçar ela. Ou seja, nos abraçamos. (?) (!)

24 de outubro de 2008

Da série - Eu tava lá e vi, 4:20


23 de outubro de 2008

Voc-A-ção

Comunicação
Comunica
a comun
comuna
numa
ação
unica com
uma canção
como imã,
a noção uni,
muni oca munição,
caça o coma.

Adoro brincar disso!

22 de outubro de 2008

monoGrafando - Uma Palhinha

A dialética então seria, segundo Aristóteles, uma técnica de discussão entre parceiros que se utilizam de breves questões e respostas e estaria para a fala privada assim como a retórica está para a fala pública, sendo que à segunda interessa questões particulares, de ordem social ou política. Mas a definição de Brunschwig (1967) talvez seja a mais interessante e precisa para o que queremos abranger: “dialética como a prática do diálogo racional, a [arte] de argumentar por questões e respostas”, e ainda, “que o processo conversacional se torna dialético na medida em que ele repousa sobre um problema preciso, definido a partir de comum acordo, e se desenrola entre parceiros iguais, entre os quais a fala circula livremente, orientada para a busca do verdadeiro, do justo ou do bem comum, aceitando falar segundo regras explicitamente estabelecidas”.

E ainda tem o antes, o depois, o espaçamento duplo, parágrafo justificado, em Times, 12, paginado, margens superior e esquerda de 3 cm, inferior e direita de 2 cm, normatizado segundo a ABNT 2002 (não vale ser 2001 nem 2003, nem qualquer outro ano), no papel A4.
Óh vida!

21 de outubro de 2008

ass.: eu

O poder das novas mídias é esse mesmo. Qualquer um pode ter fama do quintal de casa. Anonimato agora é só pra quem faz questão. Absolutamente. Ainda bem que tem gente que não faz tanta questão. Que nem ela!


19 de outubro de 2008

"Mar... com você qualquer fundura dá..."

Existem pessoas que morrem. E isso não é nem uma verdade absoluta tão óbvia quanto possa parecer, nem ironia barata. Tudo bem que não é assim uma revelação que vá deixar os meus leitores com a sensação extasiante do efeito Rosa Púrpura do Cairo, mas dá uma reparadinha...

O fato é que tem pessoas que morrem em vida. Não porque de fato se extinguiram, mas porque escafederam-se de nós, esvaneceram-se, a lembrança empoeirou-se e fez virar pó o que era vida.

Daí parece que o mundo dança...
“Bota a mão no joelho, dá uma abaixadinha, vai mexendo gostoso...”

E, quando nada mais faz sentido, as pessoas tornam. É outra dualidade tempo-espaço, é outro ar, é outra biosfera, é outra pele, é outro rumo.

Aqui, neste nível do mar, a melodia é outra...
“Quando eu olhar pro lado eu quero estar cercado só de quem me interessa...”

17 de outubro de 2008

Estou tentando dizer

...que não é brincadeira. Que não quero mais isso entupindo meu e-mail, empatando minha vida. Acho que vou ter mesmo que contratar uma recepcionista de e-mails.

16 de outubro de 2008

Maldições

Sabe aquele dia que você tá superhipermegaultramasterblaster-uhul com vontade de comer uma panqueca? Então. Daí fui e pedi a panqueca. E ela veio. De frango com catupiri, muzarela e molho em cima. E tava eu no mó pique, comendo.
...
...
Eis que pousa uma mosca.
...
Tentei afugentá-la. Sem sucesso.
Fiquei contemplando a bela, passeando em cima da minha panqueca.
...
Dei a panqueca pra mosca. E amaldiçoei as próximas 100 mil gerações da família dela.
Tomara que tenha morrido empanturrada de panqueca!

15 de outubro de 2008

Esta Sorte na mídia

Pois para aqueles que procuram referências, saibam que estamos bem referenciados.

Quem digita o nome deste blog no Big Boss Google, recebe nada menos do que 8.160 resultados para a busca. Quem digita o nome da autora desta Sorte, encontra 2.440 referências, desde postagens, até comentários em blogs alheios, matérias assinadas e até uma tal de Ana Camila Caringe, advogada (nunca a vi mais gorda, nem menos, porque nunca a vi).

De acordo com os relatórios Analytics, esta sorte foi visitada recentemente por 7 países e 56 cidades só no Brasil (incluindo São José dos Campos e Lavras!).

Os que nos acharam sem procurar, digitaram no google palavras chaves interessantes: "sexy porens", "textos sexy", "adoro acordar cedo", "coisas que ninguém quer ouvir na superfície" (?), "como eu mando vírus para orkut", "como fazer dados viciados", "como fazer pokito com o diabo" (acho que a pessoa quis dizer pacto!), "cor de cabelo da sorte", "esforço físico exagerado", "eu quero ver briga de galo", "frases para falar quando seu beijo eh bom", "minha sorte de amanhã", "o ruído e a redundância", "ônibus para avenida ibirapuera", "playboys na praça é nossa" (what a hell...?), "psicomaníaco", "receita de shake caseiro", "significado de verborragia" (!), "taxi perto do autódromo", "texto que pulando"(?), "vício em aprender"(!), "vírus do orkut cor-de-rosa", "camila caringe" (ufa!).


Bem, o universo da web é mesmo muito grande. Mas legal mesmo é saber que a gente atinge quem a gente atinge:

14 de outubro de 2008

Da série "Contradições insanas"


13 de outubro de 2008

Inusitadas 35/789442

Imagina você andando por um parque no domingo de manhã...
Imagina que o parque fica no meio de uma metrópole...
Daí que você tá andando, tranquilamente...
E ouve um barulho de macaco.
Você olha pra cima esperando ver um macaco.
Mas o que vê é uma pessoa semi-mascarada, fingindo ser um macaco.
Então você repara... e percebe que tem mais duas pessoas trepadas nas árvores ao redor, também com o rosto parcialmente coberto, olhando para as pessoas caretas que preferem passear no parque andando no chão mesmo...
Daí que você não entende nada, mas gostaria de entender.
Imagina você que essa pessoa era eu...
Imagina o quanto eu não ficaria grata se você recebesse alguma notícia sobre isso e resolvesse, generosamente, compartilhar comigo???

12 de outubro de 2008

Não é engraçado


Quando você pensa, planeja, pensa, calcula, imagina, pensa, analisa, espera, pensa, ensaia, mede, pensa e, quando o cometa passa, sai tudo diferente.

Já te aconteceu de fazer um suflê de couve-flor e alguém elogiar seu talharim com camarão?

10 de outubro de 2008

Panaceia

(photo by Magno Nunes)
Menos líquidos quer dizer mais sólidos, mais reais. E só é real quando é visível? Quer dizer que todas as pessoas que eu não vejo não existem? E não existem porque eu não as vejo? Ou não as vejo porque, de fato, não existem? E se eu visse? Existiriam? Sim, porque se existissem eu veria. Ou não? E qual é a cura para a liquidez de tudo o que eu vejo e, ainda assim, não é real? E a cura para a realidade que parece mais sombra da criação líquida? Como tornar o real real e deixar tudo quanto é líquido se esvair sem importância nobre? Por quê damos importância ao que não é real e descuidamos do que é real? Pra quê conhecimento se não o estamos usando para mudar a realidade, senão para recriá-la mais bonita em biosferas virtuais?
Você, que está aqui, no blog, não está aqui, comigo. Está aí, sei lá onde. O espaço que aqui está - blog - não o localiza realmente, só virtualmente.
É bonito aqui. E aí? Como é?

Inusitadas

Na aula de diagramação...

_ Oi Camila! Isso aqui é seu?
_ Nossa! Minha pasta, meu livro e meu negócio de prender cabelo!
_ Tó!
_ Obrigada...
_ De nada.
_ Onde tava?
_ Na outra sala. Acho que você esqueceu lá.
_ Nossa... Mas como você sabia que era meu?
_ Ah! Só você que lê esse tipo de coisa!

"Estamos numa sala de jornalismo. McLuhan não devia ser assim tão atípico", pensei sem dizer. Não me lembro de ter trocado nenhuma palavra anteriormente com a simpática colega. E ela me reconheceu.
Por um livro.
Do McLuhan.
No terceiro ano.
De jornalismo.

8 de outubro de 2008

FLAGRAntes CXIXVIII


6 de outubro de 2008

Histerias Urbanas, pág. 783, Vol. 10

Você está na chuva.
Sem guarda-chuva.
Logo, não está seco.
Seu ônibus passa em longos dez minutos.
Você dá sinal pra ele.
O motorista te olha, mas fica com preguiça de desacelerar, parar, abrir a porta, engatar a primeira e sair de novo. Prefere aproveitar o embalo da descida.
Você percebe que um pensamento cruel perpassou pela mente doentia daquele sujeito investido do poder do transporte público. Acena novamente. E ele passa.

30 minutos depois um outro ônibus ainda não passou, o que o obriga ao super Plano B, que não envolve atitudes Winehousesistas, como socar alguém em público, beber, chutar ou contar seus problemas a ratinhos de estimação, depois de ter cheirado "giz".
O super Plano B envolve pegar um outro ônibus - errado no Plano A, revisto e reaproveitado - e suportar um trânsito muito eloquente que anuncia o estado do metrô na pior estação, no pior horário do pior pico. Ou seja, fazer o mesmo trajeto no tripo do tempo.
Depois não sabem porque as pessoas se matam. Entre si, claro (talvez o suicídio tenha uma outra explicação plausível).
Eu não me mataria. Mas talvez não fosse tão condescendente com os outros seres humanos que competem comigo o mesmo centímetro quadrado.
Se dois corpos não ocupam o mesmo lugar no espaço, não chamarei o táxi para o outro coisíssima nenhuma.
E, imbuída de pensamentos inconfessáveis, cheguei, em formato enlatado, ao destino.

5 de outubro de 2008

Porque estou numa democracia não sou livre

Parece que, pela quarta vez em eleições consecutivas (contando o referendo), fui carinhosamente lembrada pelos caras-pálidas do Cartório Eleitoral da Avenida Brigadeiro Luis Antônio.
Por causa disso fui gentilmente contemplada com a não-escolha de passar o domingo inteiro como mesária.
Divertido até a medula!

4 de outubro de 2008

Would you?

"What chain reaction
What cause and effect
Makes you turn around
Makes you try to explain
Makes you forgive and forget
Makes you change

If everything you think you know
Makes your life unbearable
Would you change?
If you knew that you would die today
If you saw the face of God and love
Would you change?"

3 de outubro de 2008

FLAGRAntes


2 de outubro de 2008

Só mais uma de amor...

A despeito de um passado talvez nem sempre honrado, eu diria a Deus:

_ Mas ele teve medo.
_ Eu também tive quando o fiz. E mesmo assim fiz. - responderia o Deus, insensível diante de meus argumentos.
_ Mas veja os braços dele! Com essa idade e são maiores que os meus! Ele trabalhou! Veja os cabelos e a barba branca, veja as dobras no rosto e no corpo todo, olhe a respiração ofegante e a fragilidade, Deus! Este senhor merece o céu!
_ Só haveria de ter porque eu criei o céu, criei ele e tudo o que existe. E ele? Não pôde sequer criar seu próprio céu com tudo o que lhe dei! Precisa agora do meu!

E eu, já no fim de minhas idéias, responderia sem forças e sem esperanças, mas tomada de compaixão não só por aquele homem, mas pela humanidade inteira e por tudo o que não é humano também, responderia àquele Deus divino, que obviamente não poderia mesmo ser humano:

_ Mas você era um Deus então. Ele... era só um homem.

E Deus, inexplicavelmente, enviou-lhe para o seu céu.

1 de outubro de 2008

Da CET

Por não entender por que justo eu, decidir repassar. Vai que é uma corrente e eu morro em 72 horas, né?!
Pois Control+C/Control+V na mensagem oficial:


Restrição à circulação de caminhões completa 90 dias e confirma bons resultados

Em setembro, a lentidão média do trânsito ficou em 66 km, e chegou a ser até 43% menor do que a registrada durante o segundo semestre do ano passado.

30 de setembro de 2008

a_to-amp_tação

Marshall McLuhan em Understanding Media defende que todo o nosso corpo físico existe em função de proteger nosso sistema nervoso central. Sendo assim, cada vez que nosso equilíbrio mental está ameaçado precisamos isolar os eventos irritantes que não podemos evitar ou compreender.

Uma das formas de isolamento é criar contra-irritantes, ou seja, fontes de prazer.

Outra forma é se auto-amputando.
Sim. A roda surgiu para atender às demandas. Com isso, "amputamos" nossos pés (ou inutilizamos os mesmos em sua função primeira). Não somos mais (tão somente) carregados por nossos pés.

Da mesma forma criamos apêndices de nós (arte, tecnologia, acessórios, formas de comunicar e interagir) na tentativa de retornarmos à estabilidade psíquica.
A verbalização é uma forma de restabelecer nosso sistema nervoso central quando este foi abalado por um choque, no caso, de realidade.

Talvez isso justifique o fato de este blog ter já 3 anos, 2 meses e 266 postagens.
Auto-amputei-me muito.
Por quê será?

29 de setembro de 2008

Improváveis II

Parece que estamos numa semana atípica!
Alguém na cidade já atendeu uma ligação do Rogério Ceni, além da esposa, da mãe e do empresário dele. Alguém ganhou na loto. Alguém continua recebendo boletins da CET em seu e-mail pessoal.


E, para completar a semana que mal começou, alguém na cidade ficou sem gmail, google, youtube, orkut, blogspot e analytics no dia de hoje.

Como desgraça pouca é bobagem, devemos lembrar que até meia-noite é só segunda-feira!

28 de setembro de 2008

Do que interessa

Explicações

Pois levei bronca. Talvez não devesse ter ignorado "a coisa" que representava o canditado a representante. Talvez devesse ter gritado com ele, segundo meu anônimo e a mãe do Gui. E assustei uma amiga de infância com tamanha frieza!
Não não não!
Meu pedido de desculpas...




Quanto à pesquisa que tem levantado suspeitas, inventei mesmo um especialista que concordasse comigo, já que não é possível reunir em torno de mim aqueles que concordam, simplesmente porque não os conheço!

Márcia Tiburi ensinou pessoalmente a mim uma vez: "Ironia boa é aquela que ninguém percebe", depois de Saint-Exupery dizer na voz de seu principezinho que "adultos adoram números". Até dei a dica de que 10 milhões de pessoas foram analisadas in loco...

27 de setembro de 2008

Improváveis

Existem muitas coisas improváveis de acontecer. Por exemplo, ganhar na loto, atender a uma ligação do Rogério Ceni pra você ou receber boletins da CET no seu e-mail pessoal.

Há uma semana estou recebendo boletins da CET no meu e-mail pessoal.
Não. Não fiz nada para que isso acontecesse, nem sei como fazer para isso parar.


Ocorrência: Acidente com vítima
Sentido: Vila Mariana
Envolvidos: 3 Autos
Ocupação: Faixa Central e Direita (faixas 2 e 3 de 3)

Ocorrência: Acidente com vítima
Sentido: Marginal
Envolvidos: Auto e muro
Ocupação: Não informado

25 de setembro de 2008

Fluxograma

Pareceu-me tão absolutamente funcional (leia-se genial) que tive de roubá-lo. Mas foi por uma boa causa. Fiz na melhor das intenções, num esquema Robin Hood. Aos leitores!
Desculpe, amigo. Essa maravilha precisava ser compartilhada com o mundo. E obrigada pela contribuição involuntária.


24 de setembro de 2008

Histerias urbanas

A época de eleições é linda...
Na faculdade, candidatos se aglomeram como urubus nas portas, cercando os alunos de brindes e sorrisos.
Ontem foi a vez de um gentil eleitorável distribuir seu panfletos coloridos. Mas, mais do que isso. Alguma coisa vermelha e branca gigante balançava com os bracinhos abertos e as mãozinhas chacoalhando, assustadoramente.
Quando passei pela coisa, eis que ouço uma voz:

_ Me dá um abraço?!?!?!

Ignorei.
Foi a vez da minha amiga passar:

_ Me dá um abraço?!?!?!
_ Nãããããããoooo!!!

Poxa... a coisa até murchou...
Falei para ela! Não precisava falar assim também, né?!

23 de setembro de 2008

Plantão!

Cientistas da Yale University - Graduate School of Arts and Sciences - descobriram que mulheres são sinônimo de falta de liberdade para 98,3% dos homens entre 20 e 35 anos, residentes no Estado de São Paulo (sendo de qualquer cidade).

A pesquisa foi realizada com 10 milhões de indivíduos sendo aplicados questionários, análises clínicas, exames psicológicos, observação “in loco” e teste de QI. O processo ainda está em fase de conclusão e deve demorar mais alguns anos.

De acordo com Robert M. P. S. F. Gerringtsow, os resultados prévios apontam que os mais qualificados intelectualmente seriam aqueles que, supostamente, teriam maior capacidade de envolvimento, não necessariamente com o sexo oposto, mas com um outro ser humano. Isto porque as pessoas têm suas experiências incrementadas a partir do compartilhamento das experiências alheias. Logo, aquele que se envolve, aprende e cresce com o outro através de processos mais intensos e rebuscados.

Este foi um informe exclusivo do DataDados. A informação em primeiro lugar!

21 de setembro de 2008

Vox populi

O DataSorte perguntou. Você respondeu. E já temos uma estimativa. Faz tempo aliás.
Hakuna, então! Obrigado a você que participou da apuração desta pesquisa de extrema relevância social e política. Principalmente agora, nessa época de eleições e agora, agora, que a Terra está passando por
transformações...

19 de setembro de 2008

Vamo respeitá a experiência de mais um colega - A saga continua



As novas tecnologias da informação modificam, criam e recriam novos espaços de atuação. A presença virtual substitui o encontro pessoal. As inter-relações, ao mesmo tempo que se intensificam, do ponto de vista da versatilidade, rapidez, fluidez e eficiência, esfriam quando passam a depender exclusivamente do contato on line, que é líquido, evasivo e abre portas para a incorreta ou parcial interpretação do conteúdo das mensagens transmitidas.

Esperto mesmo é quem sabe usar as tecnologias a seu favor e complementa suas relações aumentando a superfície de contato com o outro, favorecendo interfaces e as novas experiências proporcionadas pelos novos ambientes e possibilidades de interação. O colega foi vítima da sapiência alheia. Peça do próprio jogo. Motivo de nossa alegria de hoje. Vamos agradecê-lo!

16 de setembro de 2008

Óh minhas rugas de preocupação!


Não. A faculdade não corresponde às expectativas que a visão do mundo nutre em mim.
Não. Não há muitos professores que eu admire e sim, posso contá-los em uma mão.
Não. O ar não tava menos poluído hoje.
Sim. Está bem frio na cidade onde eu moro. E eu não estou preparada com a camada de gordura que os ursos polares usam entre os órgãos. Preciso de alguns meses para conseguir uma camada dessas. Até lá já vai ser verão.
Não. Não cumpri minha agenda. Tenho uma série de trabalhos por terminar.
Sim. Hoje deu curto circuito de novo onde eu trabalho. E, mesmo tendo 234.987.467 de coisas pra fazer fiquei deitada no puf laranja descansando os olhos.
Sim. Tenho que apresentar meu projeto de pesquisa na segunda-feira e não, nem fiz minha apresentação de Ppt ainda.
Mas... Tô nem aí!
Só não estourem a bolha, please.



Imagem gentilmente cedida por ToadaTalhada.
O copyleft foi autorizado com exclusividade a este blog sem cobrança de encargos.
Os mais sinceros agradecimentos destes Dados Viciados.
A ilustração é meramente ilustrativa.

15 de setembro de 2008

Pra isso

Uma das coisas mais comoventes que já vi. Faz-me lembrar pra quê serve a música, pra quê serve a arte, pra quê servem as novas tecnologias... Pra quê servimos nós.

14 de setembro de 2008

Das relações (todas elas)

Toda a decisão autoritária é arbitrária.
Toda a decisão autoritária é arbitrária?
Toda a decisão autoritária é arbitrária!
Toda a decisão autoritária é arbitrária...
Toda a decisão?
É autoritária?
É arbitrária?

Se uma decisão que afeta além do sujeito que decide é tomada somente por ele, sem a participação dos outros afetados, então, é autoritária. Ou seja, é contra o direito de cada um decidir o que é melhor pra si. E então? Derruba-se o autoritarismo? Com isso a democracia também cai, já que é o poder da maioria e a maioria não é sinônimo de unanimidade nem de certezas. Logo, se a democracia cai, resta a anarquia. Mas, se vivemos em sociedade e nossas ações são interdependentes, serão também as consequências das ações. Se cada um fizesse o que é melhor pra si não cairíamos, novamente, no autoritarismo do qual fugíamos?

12 de setembro de 2008

10 de setembro de 2008

Leminski


9 de setembro de 2008

Eu também escrevo errado

Um tempo me açoitou a consciência. E fiquei a contemplá-lo. Impassível.
Os segundos escorrendo e eu dentro deles. Poeira cósmica diluindo numa ampulheta.
Era a minha juventude que não servia de nada.
E o que restou foi um rolo compressor de poesia, cheiro e histórias.
Só fiz juntar os cacos de tudo e guardar na mochila.
Tempo-espaço nunca foi tão estreito, porque agora é sempre o maior que nunca.

7 de setembro de 2008

Porque aqui a estrela é você!

Pois que são democráticos estes Dados, dizem e provam que o cantinho do leitor não é só a seção PALPITES, mas cada branco aqui presente.

Eis então os comentários de um leitor que, apesar de fazer uso constante do espaço aberto, estendeu-se por e-mail. E meu chegado teve a coragem:

“Cá! Adoro seu blog. Leio sempre. Tá favoritado aqui. No mozilla tem uma opção que toda a vez que eu entro em uma nova "aba" ele aparece os meus favoritos. Então todo os dias eu passo lá pra dar uma olhada. Desculpe não comentar sempre... nem sempre eu sei o que comentar... ou as vezes não entendo. A maioria dos textos têm um tom de deboche... gosto disso. É como se alguém te desse a chave que abre as portas do mundo, mas antes de entrar, vc pára num bar e toma uma pinga. Tipo! Entende? Não que vc vá fazer isso... é so um comparativo. Tem uma coisa grande nas mãos... mas tbm nem ligo. Te explico melhor quando eu te achar. [...]”

Confesso, amigo, que bebo. Mas tenho que dizer que, embora já tenha tomado um pileque memorável de caipirinha, prefiro vinho. Smirnoff na saída da facu também rola. Mas bem-de-vez-em-quando-quase-nunca. Agora, pinga... Bem... É claro que se eu tiver mesmo a chave que abre as portas do mundo, provavelmente repense meus conceitos quando perceber isso. Até lá me prefiro sóbria. Não que eu vá mesmo fazer “isso”. É só um comparativo. Quanto à "coisa grande que tenho nas mãos", devia ser de alguém. Eu só tava segurando. Mas fico esperando, de coração, que me ache. E que eu te ache. E que nós nos achemos. Uma vez mais. E não só uma.

6 de setembro de 2008

Esta manhã...

...Acordei me sentindo esta Valerie. A fugitiva. E aquele mesmo que espera. Nesta manhã os dois papéis eram meus.


5 de setembro de 2008

Da série - Retrato dos tempos passados

Antes de ser jornalista, um dia, eu quis ser publicitária. A foto é minha. A genialidade do contexto também. É só minha. Por isso, não há ninguém mais a quem culpar. Desculpem. Mas não se preocupem. Encontrei a luz.

4 de setembro de 2008

Trilha


...E, pelo habilidoso manejo do destino, acabei me tornando discípula do andarilho do óbvio. Só que mais óbvia.


A professora do pré dizia que a gente ia ser grande um dia. Eu pensava que no ano 2000 eu seria maior do que sou agora, em 2008.


Uma discípula. De um auto-denominado andarilho. De um óbvio que precisava ser desvelado. E ainda precisa.
Um suspiro no concreto, no tempo, no vácuo, no espaço, no meio do povo.
Nos sapatos.
Andarilha.

3 de setembro de 2008

ConCeiTuAndo

Um ato de violência acontece toda a vez que alguém tenta, através de seu poder, suprimir o poder do outro. O tapa é a agressividade. E é só uma das conseqüências possíveis do primeiro movimento. A violência.

2 de setembro de 2008

Verborragia

Algumas palavras me causam um certo espanto, talvez não tanto pelo significado, mas pela forma, pela construção em que se encaixam, ou porque eu sou uma pessoa impressionável mesmo.
Verborragia é uma delas. Fale e escute o som.
Verrrrbooorrrrraaaagggiiiiiaaaa....
Parece que escorre pelos cantos da boca um som mole, tonto.

_ Oi! Boa noite! Eu quero um daquele ali.
_ Que est qui c'e?
_ Uma fatia de bolo. O senhor fala francês?
_ Ah, não... É que quando eu era pequeno... (...) Daí eu cresci... (...) Casei... (...) Tive filhos... (...) E tem um menino que fala 4 idiomas e... (...) Eu acho lindo que... (...)

Eu só queria o bolo. Juro.
E tem palavras que me impressionam. Não tanto pelo som esquisito, mas também, e principalmente, quando vivencio seu significado.

30 de agosto de 2008

É triste?


É triste. Mas fazer o quê se algumas tragédias têm algo de risível? E fazer o quê se o ser humano não escapa de ser patético*? E fazer o quê se o patético não escapa de ser cômico? E fazer o quê senão rir?

*do Lat. patheticu - Gr. pathetikós, comovente

27 de agosto de 2008

O que vem do real não tem a obrigação de ser...

... real também. Porque de real já basta o real. O resto é construção, é possibilidade, é afirmação ou negação, é variação, é acordo ou desacordo, é corda. Corda pra imaginação. Auto-referenciada e mais. Mais... mais...

26 de agosto de 2008

Entrelaçandonós


Quem pinta o quadro da vida somos nós.
E o que vemos somos nós.
E o que pintamos somos nós.
Pra mostrarmos mais de nós ao outro.
E pro outro, os outros somos nós.

25 de agosto de 2008

Múltiplas vozes na mala

“Não acredito em troca de experiência. Eu não dou a minha experiência pra você e você não pode me dar a sua. Eu tenho uma e você tem outra. Aí a gente constrói junto.”
Janaína

“Você quer o conhecimento para ter sabedoria e pra quê? O que você vai fazer com isso? É um objetivo que não tem fim.”

Adriano

“Eu não costumo falar muito disso porque é raro alguém aceitar ou, pelo menos, não julgar...”
Eric

“Depois que vira cinza não acende mais...”
“...Simpatia é quase amor...”

Diego

22 de agosto de 2008

Da série - Retrato dos tempos modernos

Para visualizar melhor a imagem, basta clicar nela.

Para sem mais desencontros


Para que duas pessoas se encontrem, é preciso que estejam no mesmo lugar, no mesmo tempo.
Parece óbvio. E é.
O tempo determina fatores culturais, étnicos, sociais, econômicos, políticos.
O lugar determina fatores culturais, étnicos, sociais, econômicos, políticos.
Ou seja, a dupla tempo-espaço são determinantes.
Eu posso estar no mesmo lugar, mas se não estiver no mesmo tempo que a pessoa que quero encontrar está, nos desencontramos.
Se a pessoa estiver ao mesmo tempo em lugar diferente que eu, jamais me encontrará.
Neste final de semana estarei num outro espaço ao mesmo tempo. Será o mesmo tempo onde se situam meus contemporâneos (rá!) e voltarei ao mesmo espaço antes que dê tempo de sentir saudades...

20 de agosto de 2008

...E no meio do caminho... Havia uma manhã...

Era um qualquer coisa que me agredia de tão lindo.
Esta manhã me açoitou, não tanto pela beleza, não tanto por perdê-la na rotina do lugar estreito, mas pela impossibilidade de descrever o tauma, a surpresa do esplendor que encontrei sem procurar entre as pedras verticalmente cinzas, alongadas, e vertiginosas.

Encontrei. E nem posso narrar aqui o quanto tive que piscar para suportar a claridade daqueles tons.

Mas era algo assim, enquanto as árvores riam da minha cara de susto...


E, por não querer aqui me desfazer do que é pedra, do que é duro, do cinza, do estreito, do que é vida, a referência a quem tira leite (!) da mesma pedra...

http://www.jr-art.net/

19 de agosto de 2008

Areia MoVe...d..iÇa...

O devaneio é o lugar onde se cria. No meio daquela névoa, naquela distância, onde tudo o que não é a voz do próprio pensamento fica abafado... Quando não se sente exatamente nada, mas alguma coisa que faz do ser algo insustentavelmente leve.
Mas é do desespero que surgem indagações e buscas. E não da iluminação criativa. A falta de esperança e de confiança no método (caminho) é o que leva a novos métodos.
Nada é tão engraçado, senão a crueza do que é real.
A ironia e a comicidade ajudam a entender melhor o real porque, no fundo, são ásperos, são duros, machucam. Então, chocados, indefesos, rimos.
Como agora. Ao perceber que nada disso precisa ser verdade.
E, possivelmente, não é.

17 de agosto de 2008

Da série - Retrato dos tempos modernos

Na mosca!

"What is mind?
No matter.
What is matter?
Never mind."

George Berkeley sabia fazer filosofia.
Trocadilho com impulso de reflexão.

13 de agosto de 2008

Voices

Uma mulher gritou “TIA!!!”. Assim. Sem mais nem meio mais. Colocou a cabeça pra fora do ônibus e gritou.
A tia deve ter reconhecido a voz da sobrinha, porque parou desnorteada, olhando ao redor. O ônibus passou, claro, rapidamente. E a tia ficou lá, olhando para o nada...
Fiquei pensando... O que a sobrinha queria com aquilo? O que ela teria dito caso a tia a tivesse visto? Devia ser algo muito importante, por isso berrou tão alto...

_ TIA!
_ OI!
_ SUA CALCINHA TÁ APARECENDO!

Ou então...

_ TIA!
_ OI!
_ CASEI!

Ou ainda...

_ TIA!
_ OI!
_ ME EMPRESTA DINHEIRO???

Não... Não se fala de um assunto tão importante assim, berrando da janela do ônibus... Devia ser mesmo algo sem muita importância...

_ TIA!
_ FALA QUERIDA!
_ NADA NÃO! ERA SÓ PRA DAR OI!

Então entendi.
Entendi que o motorista tinha entendido tudo bem antes de mim.

10 de agosto de 2008

Baita papo

Houve um tempo em que achei que tinha acabado essa coisa de disk-felicidade.
Basta discar e você arrumará um grande amor ou uma amizade pra vida toda.
Ao que ligo a televisão no domingo de manhã e me deparo com meia dúzia de bobocas falando no telefone, sorrindo e se sacudindo, como se estivessem numa balada.

Dei-me uns minutos para apreciar a obra publicitária. E fiquei imaginando como teria sido o making of dessa maravilha. As pessoas dançando, provavelmente sem música alguma, num espaço totalmente fake, forçando sorrisos e charme.
Tinha até depoimento.

_ Meu, minhas amigas tiravam sarro de mim, porque eu tava sempre sozinha. Daí eu liguei e marquei um encontro. Fiquei com medo. Mas que nada! O cara é uma pessoa maravilhosa. Estamos junto ATÉ hoje! – conta a gatinha com um sorriso de orelha a orelha. Ela só não contou que o ATÉ HOJE faz uma semana, mas beleza, né?! O tamanho do vestido convenceu.

Fantástico.

7 de agosto de 2008

I remember...

Bons professores são capazes de oferecer uma experiência cognitiva e fazer a ponte entre o objeto cognoscível e o indivíduo cognoscente através de vivência interessante e conscientizadora.

Maus professores fazem uso abusivo da autoridade e se portam como detentores de verdades absolutas, dilacerando expressões que enriqueceriam a qualidade do diálogo com o outro.

Uma pena que hajam mais exploradores do que expedicionários.

6 de agosto de 2008

DEMOcracia

Jornalistas usam aspas no seu texto para reportar a fala de alguém.
Mas, algumas vezes, a usam também como sinal de ironia.
Outras vezes ainda, não usam aspas no texto, mas nos dedos.
Sabe quando alguém tá falando com você e treme dois dedos em paralelo com a cabeça para colocar aspas nas palavras que está dizendo?
Então.
Vi alguém colocando aspas imaginárias na palavra democracia. E não entendi.
Ou estamos num regime totalitário ou estamos numa democracia e, que eu saiba, não estou num país cujo regime é totalitário.

_ Você diz tudo o que você pensa?
_ Digo.
_ Não, você não diz.

Bem, algumas vezes eu evito dizer que a outra pessoa está com mal hálito, mas isso não é uma questão de censura.

_ Caco Barcellos precisou se exilar!

Protesto. Estamos falando de ameaças de pessoas que vivem às margens da lei já por uma série de situações. Ameaçar alguém de morte é só mais um delito.
A democracia não é a garantia de participação popular nos processos políticos? Se essa participação não acontece, em que grau acontece ou deixa de acontecer é outra história.
A democracia não se impõe. O povo simplesmente se apropria do lugar-ação. Ou não.
A verdade é que é enfadonho demais esse papo de conspiração universal pra tudo.
E discordamos.
Porque, como estou numa democracia, posso fazer isso. E fiz.
Discordamos.

5 de agosto de 2008

...as pessoas.

Acordei mais cedo do que de costume.
Com um endereço e um trajeto nas mãos me lancei ao desconhecido lugar. Não sozinha. Mas com todos os queridos desconhecidos que se espremiam calorosamente nos 3 ônibus necessários ao trajeto.
Ainda convalescente, fui obrigada a andar mais do que gostaria. Bem mais do que gostaria, eu diria.
E cheguei.
A sala não era muito grande. E, mesmo que fosse, passar 8 horas dentro de uma sala não é minha atividade favorita.
O almoço e o lanche foram servidos naquela sala mesmo, que era para ninguém circular.
Ao final, saí antes do final, afinal.
Uma sala é basicamente quatro paredes na vertical e duas na horizontal. Meu horizonte já estava ficando desfigurado da sufocante maresia do assunto viciado.
Mais duas horas de trânsito em ônibus lotados.
Depois descobri que os 3 ônibus necessários ao trajeto poderiam ter sido substituídos por 1 ônibus necessário ao trajeto.
E por quê?
E por quê?
Congresso sobre Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes.
Os responsáveis, as estradas, o orkut, as vítimas, o comércio, as estatísticas, as meninas, os meninos, as pessoas...

3 de agosto de 2008

Recesso

... E, com horror, percebi que estava metamorfoseada num inseto gigante. E que estava sendo esmagada, ainda por cima!
Mal podia perceber como estava e já sentia o medo maior de todos os seres que vivem: o medo de se extinguir.
O calor que a alma sentia sob aquelas novas formas era indizível. E peso. O peso era tanto que respirar era já muito difícil, quanto mais se defender.
Estava escuro. Mas não totalmente escuro. Era um meio escuro, meio claro, de início da manhã. Mas ainda escuro o bastante para que os contornos de mim e do além de mim não estivessem bem definidos.
Tentei me virar, mexer e, sofregamente, o fiz. Pouquinho. Porque mesmo eu não sabia o que queria ao me mexer. Nem onde ir, nem o que fazer...


_ Eu disse pra você não dormir com o cabelo molhado. Olha. Tá queimando em febre. E com 3 cobertores!

Não tive forças pra dizer que era o frio ou pra negar o algo que me enfiavam guela abaixo.

_ Toma esse remédio. E agora? Vai trabalhar?

Eu não me lembrava meu nome de gente, quanto mais o de inseto. Muito menos me ocorreu como responder ao inquérito. Trabalhar? Assim?
Sim.
Fui trabalhar.

29 de julho de 2008

Maybe we won't survive

Laerte

26 de julho de 2008

Frag m en ta n do & reco m bi n an do

Amortecedor
Amor tece dor
Amo te cedo
A morte ce dor
A m o r t e c e d o r
Doce ao
Redor
Certo
Eco
Reto
Mote
Medo
Morte
Cede
Tece
Amortecedor

Um vício. Eu adoro fazer isso com tudo quanto é palavra que eu trombo por aí.

Estacionamento
Est (a) ciona
Mente
Menta
Cota
Cita
Nata
Meta
Toma
Nasci
Eco (!)

Seta
Cesta
Estaciona
Estacionamento

Ufa!

24 de julho de 2008

Trechos atípicos a um auto-proclamado não-merecedor

No começo dos tempos não havia nada, senão o verbo. E era ainda o verbo falado. Falado por gente que já havia antes do verbo. E isso não é um contrasenso, porque sem o verbo, alguém é nada.

Pois bem. Havia um nada. Acompanhado que estava de vários nadas. Do tipo de nada que começa num pensamento muito simples que depois se complexifica. E tanto, e tanto, que se torna intocável ao verbo. Ficamos atônitos diante de tanta coisa, ao que alguém nos pergunta fatidicamente “Em quê está pensando?” – e respondemos “Em nada.” É este nada. Era este nada que havia antes do verbo. Era o intraduzível, não o tautológico.

Mas nascemos num tempo em que o verbo nem sempre é verbo, nem sempre é ação, nem sempre ligação. Quase tudo fez-se verbo e aprendemos, ou pensamos que aprendemos, a lê-los todos. Quiromancia, piromancia, cromatomancia, horóscopo. E, como bem sabes, POEta, não os creio muito.

[...]

E, quando tempo demais tiver passado cronologicamente, Kairos nos lembrará de que o tempo não passa para as almas que se afinizam e nos recordará do ano distante de distâncias físicas tão próximo quanto o ano seguinte a ele. Era ele. E éramos nós dentro dele.

[...]

Recobrei um por um os verbos fugitivos (aqueles, que fugiram de minhas idéias quando o facho indizível se fez de nós) que peguei pelas orelhas com o dedo em riste e uma bronca...

[...]

Eu então, munida de suas explicações sobre o que vê e vive, virei-me e caminhei até a porta. Abri-a e saí. Do lado de fora alguém pousou na sua janela cantando coisas sobre camas e palavras quentes.

(Uma ventania açoitou pela última vez os cabelos da menina.
O menino sorriu aliviado.
E todos viveram felizes para sempre! (?))

23 de julho de 2008

3008

...E me dei a pensar no que será de ‘nós’ daqui a mil anos.
Bem, para começar não seremos exatamente nós. Serão estranhos habitantes descendentes dos atuais. Possivelmente conversarão por telepatia, o que exigirá uma força sobremaneira de adaptação para gente que gosta muito de usar o verbo, como eu, por exemplo.
Depois, não teremos mais carros. Teremos discos silenciosos e não-poluentes. Percorreremos longas distâncias em curto período.
A alimentação será balanceada e em justa medida. Nada de super-big-alguma-coisa. Serão cápsulas nutritivas.
O acesso a bancos de dados online se dará mentalmente, uma vez que teremos confortáveis chips implantados no corpo, o que nos permitirá também movimentar objetos com a força do pensamento.
Minha incrível coleção de cartões postais não valerá mais nada. A globalização vai engolir a diversidade cultural. Não poderemos mais ver a mão sem braço se mexer sozinha ao comando da voz de um homem na Praça da Sé.
Shakes e faixinhas de cabelo serão desnecessários.
As pessoas serão mais educadas e mais nobres. E meninos não farão mais questão de quebrar o coração das meninas.

21 de julho de 2008

RoTiNaÇãO

Dizem que vida de jornalista é boa porque não tem rotina.
Bem, se eu fizesse as contas de quantas horas passei sentada na frente do computador no último mês, todos os dois leitores deste blog, incluindo eu, ficariam chocados.
Costas, pernas e mãos mandam dizer que sentem muito.
E de rotina só sobrou o fato de que a dependência desta máquina - que possibilita minha comunicação com a multidão de vocês dois, incluindo eu - está se tornando excessiva.

19 de julho de 2008

Sobe a cortina

A menina de cabelo longo entra em cena e diz:

_ Bom dia pessoal!

Todos devem estar sentados em seus lugares. Daí vocês respondem:


_ Tudo bem... – mas assim, distraidamente, tá?


Tá. Daí a menina, essa daí, você mesmo, diz que tá com os olhos um pouco irritados e tira os óculos escuros.


Assim?


Isso. Faz uma cara de quem não tem nada. A maquiagem já vai estar pronta nessa hora.


Tá.


Vocês aí, façam uma cara de susto e mandem-na embora!


_ Vá embora!


Isso. Com mais energia. Vamos tentar de novo!


_ Vá emboraaaa!!!!! Não queremos pegar conjuntiviteeeee....!!!!


Beleza. E a menina vai.


Cai o pano.


E ela foi.


Daí a gente mostra pro público uma tabela cromática pra todo mundo ver a cor do céu naquele dia que ela ficou em casa de óculos escuros o tempo todo:


Beleza. Nessa hora o público deve ficar com dó. Talvez esboçar um risinho.

Daí a próxima cena...

18 de julho de 2008

(suspiro)

Não é assustador quando você descobre que alguém pensou na mesmíssima coisa antes de você???

"A poesia é, sobretudo, uma estética. A filosofia é uma retórica. Ambas são falas criativas e criadoras. São experiências de expressão e comunicação. [...] O filósofo escreve aos outros em nome da lucidez. Trazer à luz, dar a luz às idéias, fazer luzir os objetos. A lucidez é o magno projeto de toda a filosofia."
Márcia Tiburi

Chocada.