photo by Camila Caringe
Sobre a sensação de vazio, incerteza e tentação curiosa gerada pela descoberta da existência do que ainda não se descobriu, digo que já descobri. Digo da sensação e, consequentemente, da descoberta rasa. Falo aqui de quão pequeno você sente de repente. É como se crescer obrigasse a ser menor. Mais uma artimanha da vida...
É aquela falta de chão, o arregalar de olhos e um sonoro “TÃ!” que soa nos ouvidos. É como quando você tenta executar uma operação torta no Windows. É o mesmo “TÃ!”, só que é só seu, é só você quem ouve e significa o mesmo que um “Xeque-mate!” berrado pelo inimigo do outro lado da mesa. Você é você e o inimigo também.
Aí a pessoa – que não sou eu, claro! – se enrosca em desmedidas entre a paralisia boquiaberta e a atitude meio cigana doida, como quem não tem mais nada a perder. Só que tem, embora se esqueça de vez em quando...
A partir disso é como rolar escada a baixo no acesso ao metrô Barra-Funda às 18h00. A única diferença é que você não precisa ficar roxa. Mas a torcida da galera se repete: “_ Já morreu?”
Não, ainda não galera.
Não morri, mas tô quase.
Se depender do colapso que Bordenave me provoca quando fala da “sofisticação tecnológica inovadora” dos videocassetes* não tardarei a entrar em parafuso.
Se depender de publicações periódicas tão gentilmente cedidas por mestres para toda a vida, tô salva.
Quem vai entrar no bolão?
*Juan E. D. Bordenave é MUITO BOM. Mas a obra a qual faço referência é de 1991. A culpa é minha, ok?