24 de setembro de 2014

Como se sente a mãe de uma mulher


No metrô é coisa comum. É um que confunde meu quadril com a estrutura metálica do metrô, outro que simula um empurra-empurra que não existe. No ônibus, menina, eu olhava o movimento quando notei um carro insistentemente emparelhando. Demorei para entender, chocada, que o motorista dividia sua atenção entre o volante e o que se podia ver de mim pela janela, enquanto manuseava seu órgão genital. Coisa parecida também quando eu falava ao telefone estirada na cadeira da varanda e reparei um homem seminu manipulando o falo no apartamento do prédio da frente. 

Mas pior, muito pior do que como se sente uma mulher, é sentir o que sente a mãe de uma menina sabendo o que a filha encontrará pela frente. E eu vou ensinar o quê? O quê é essa resistência? Como se resiste à violência? Pacificamente, como Gandhi, aceitando o abuso e encontrando rotas alternativas menos piores, oferecendo flores a quem lhe oferecer dinheiro? Distribuindo socos? Procurando a polícia a cada episódio? Fazendo passeata toda a semana?

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