28 de junho de 2009
Da série - Esperteza pouca é bobagem, 349.056
_ Não.
_ ... Você sabe que eu tô parando. Estou fazendo o maior esforço, já diminui muito. Você está vendo o quanto eu tô tentando. Seja compreensiva. É só um. Olha, aquele maço eu comprei há 3 dias e ainda tem 17, 16 cigarros dentro. Agora, se você me disser que não me aceita do jeito que eu sou, que não me quer assim, que não pode me compreender e não vai morar comigo por causa disso... Aí eu vou ser obrigado a rasgar o maço.
_ Uhum. Só o maço, né? Os cigarros ficam.
_ Não! Os cigarros eu queimo todos! ...Um a um.
26 de junho de 2009
Do pesadelo:
No almoço:
_ Estou quatro quilos acima do meu peso. Preciso emagrecer.
_ Não precisa não. Você tá gostosa.
_ Ah... isso quer dizer que eu tô gorda, eu sei. É péssimo sentar na mesa assim, sabe?, e ver que a sua barriga divide em três partes. Mó triste...
_ Putz, é mesmo! Tipo pneu de bicicleta. Mas os meus já são de caminhão.
_ ...
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Festinha de aniversário no escritório. Alguém acende a vela:
_ Nossa, mano! Que chama alta! Era pra ser assim mesmo?
_ É sim. Agora ela vai tocar música.
_ Olha, olha! Ela tá caindo! Vai queimar o bolo!
_ Não. Ela tá abrindo. É uma flor. Quando a chama grande acende as chaminhas das pétalas ela abre e começa a girar.
_ Vixe... Quem foi que trouxe isso?
_ Num sei, mas lá em casa a gente comprou uma vez e ela não parava mais de tocar essa musiquinha.
_ É mesmo! Tá tocando uma musiquinha...
_ Pois é. Ela só vai parar na marretada agora. Lá em casa a gente tacava ela no chão, tacava na parece e não parava. Meu tio teve que jogar num terreno baldio lá perto.
_ Que merda, hein?
_ É...
_ Só tomara que não estrague o bolo...
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Numa recepção. Tevê ligada. Volume mudo:
_ Por quê é que tá aparecendo essas imagens? Alguém morreu?
_ Não sei...
_ O Michael? Jackson?
_ Não... não é possível...
_ É mesmo... Não deve ser, não... Quando a gente chegar em casa a gente vê o que tá acontecendo...
24 de junho de 2009
Inspirada pela inspiração alheia passada e retransmitida à testemunha de uma vida que é, no caso, eu mesma
O tempo é, existe. E, para existir, precisa de si. Ou seja, sua própria existência, assim como a de tudo o que existe, precisa do tempo. Porque o tempo passa e muda a natureza da existência das coisas que existem. Então, a existência precisa do tempo para se mover. Existência é movimento e para haver movimento precisa haver tempo. O real tempo que existe é só o presente. O passado não existe mais e o futuro não existe ainda. Mas é uma esteira aonde as existências vão passando, sempre num presente contínuo. Daí que o tempo não existiria se a existência não existisse antes ou simultaneamente, nem a existência existiria sem o tempo. Tudo seria estático. Sem tempo, sem existência, por isso sem movimento, então sem mutação, portanto sem evolução, involução, degradação, construção, reflexão, turbilhão, pulsação, dramas.
Mas o tempo passa.
Felizmente.
E a gente existe.
Prova disso é que você taí lendo o que eu escrevi num passado, falando sobre um futuro que já é presente enquanto você me lê.
[...E, pelas minhas contas, já faz um mês e um dia de um tempo...]
22 de junho de 2009
21 de junho de 2009
Emprestadas
"Somos algo e não tudo (...), incapazes de conhecer com segurança e de ignorar totalmente."
20 de junho de 2009
[?]
…e me pareceu um caminhão de incontestáveis amores... Mas daí lembrei que quase nada é incontestável...
...Depois me pareceu as voltas que a vida dá. Depois me pareceu burocracia.
Em seguida soou como erro meu. Depois seu. Depois nosso. Depois de nenhum dos dois. Depois nosso outra vez. Depois do deus ou do diabo, dos vizinhos, dos maus espíritos, das más vibrações.
Podia ser um pássaro, um avião ou só uma TPM. Podia ter sido qualquer coisa que se converteu num trovão que trouxe uma chuva torrencial e inexplicável.
Era uma brisa que virou um vendaval... E fogo que (nos) queimou em brasa. Podia não ter sido nada.
E não foi.
...Mais nada.
18 de junho de 2009
Memoráveis
“Antes da crise econômica mundial já tinha 10 milhões de crianças morrendo de causas ridículas e não era crise. 25 milhões de pessoas já morreram de AIDS e não era crise?”
“Quanto mais a gente destrói o meio ambiente, mais aumenta o PIB. Se as pessoas deixam de adoecer o PIB cai, porque isso é péssimo para os hospitais e as empresas farmacêuticas. Que medida é essa?”
“Se a caneta é minha e eu der para alguém, vou deixar de tê-la. Ela é uma propriedade. Mas o conhecimento, se eu passo para alguém não vou deixar de tê-lo. Toda a trama de impedir o acesso ao conhecimento é absolutamente surreal, porque o conhecimento não é corpóreo.”
Ladislau Dowbor
Para mais, acesse: http://www.dowbor.org/
16 de junho de 2009
Da série...
Sabe o que isso significa?
Significa que temos bois demais.
E você sabe porque temos bois demais?
Porque precisamos de carne demais.
E você sabe porque precisamos de carne demais?
Bem... eu posso pensar numa resposta óbvia o suficiente para não explicar porque é que mais de dois milhões de pessoas morrem de fome por dia no mundo, uma vez que precisamos e temos carne demais.
Aliás, temos até as consequências de tanta carne, ou seja, de tanto boi, portanto, de tanto pasto, logo, de tanto desmatamento.
15 de junho de 2009
13 de junho de 2009
Confidências
_ Por quê?
_ Eu e meu irmão estávamos lavando ela com Veja.
_ Ah... que horror!
_ A gente era muito pequeno...
_ Quando eu era pequena e minha mãe mandava eu chamar o elevador, eu me punha a gritar “elevadoooor”.
_ Essa porta do guarda-roupa caiu porque eu chutei num dia que tava com raiva.
_ Tava com raiva do que?
_ Ah... não tava achando meu bilhete único...
_ Você reparou em mim? Eu tenho um segredo...
_ E por que você acha que o céu é azul?
_ Por causa da forma como a luz incide na atmosfera.
_ ...
_ Não era bem essa a explicação que você queria, né?
_ Ah... eu tenho uma melhor!
_ (((ronco)))
11 de junho de 2009
10 de junho de 2009
[des.]Serviço
Depois de nossos preciosos esclarecimentos sobre as palavras esdrúxulas (ou seja, vindas das bruxas druidas) de nosso concebível idioma, amado, idolatrado, salve-salve português (Op. Cit. http://camilacaringe.blogspot.com/2008/10/ass-tchuri-tchurim-funflai.html), prestaremos os mesmos serviços às almas simplórias que precisam de semelhantes dicas em inglês sobre os famosos cognatos e mais. Anota aí:
fondle – indicação de local na outra extremidade da localidade de onde se está localizado. Ex.: “Onde fica o banheiro? – There! Nos fondles!”
key – aqui, pra cá. Ex.: “Give me the key!” = “Me dá isso aqui!”
nag – verbo negar na terceira pessoa do imperativo afirmativo. Ex.: “Nag até morrer!”
shove – sobre o clima (evidente). Ex.: “Hoje shove.”
whichever – exatamente o mesmo uso de “tchuri tchurim funflai”
boundary – bandalheira (para não dizer coisa pior). Ex.: “Politic is a boundary.”
Com um vocabulário rico assim você já pode até escolher se prefere ir pra New York City ou pro Texas. Ou pro Zimbabwe também, pode ser.
That’s all folks!
7 de junho de 2009
Um retrato - porque é possível dizer de si sem dizer nada, e é possível que alguém o ouça
Ele passou de cenho franzido numa sobriedade que beirava a apatia, mas não tenho certeza se isso tudo era ele ou se era eu, presa nos olhos de águia um pouco guiados por nenhuma transparência.
6 de junho de 2009
Tipo... sei lá... Percebe?
O ser humano é patético, o que se vai fazer?
O ser humano é a coisa mais patética, porque mais poderosa e frágil que Alguém já inventou.
Você pode tropeçar, cair, bater a cabeça na guia da calçada e morrer. Tenho uma amiga que perdeu a avó porque a senhorinha foi beber água, engasgou e morreu.
Quer dizer, mesmo os grandes-bostas mesmo, tipo Hitler, estão sujeitos a isso.
O próprio Elvis! O rei morreu, na verdade, de dor de caganeira, dizem as más línguas.
Patético!
Pateticamente frágil.
Irritante até!
Mas tudo isso foi pra dizer que... sei lá!
Tem dias que você não tem inspiração!
Simplesmente não tem!
4 de junho de 2009
"...E eu do meu lado aprendendo a ser louco..."
Por exemplo: acho risíveis expressões como "fulana está louca da cabeça". É possível ser "louco do pé"? Ou "louco do pâncreas"? "Louco do intestino delgado"?
Pode-se ser "louco de pedra", mas não "dos rins".
Por quê?