22 de outubro de 2010
Mater
Aquela maternidade parecia um afresco. Uma madona doando leite numa cena urbana. O peito um menino sugava, com a garra de quem se apropria da própria vida, doce, afoita e milagrosamente. Entre a cabeça do pequeno e o ombro da mãe, cabia ainda o maiorzinho, que desfalecia no sono infantil de qualquer-lugar-serve. Estava assim quando projetou suas pupilas nas minhas, negras, vívidas e cheias de vontade de ser mãe, e me acertou a alma o indistinguível contorno preto, denso, no rosto branco marcado. Era como uma chama trepidante e insistente tamborilando dignidade naquele vagão de gente. Ainda por cima, usava as pernas pras sacolas. Mas os filhos? Tinham mãe aqueles filhos dela.
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3 comentários:
"... cheia de vontade de ser mãe..."
As vezes tenho medo medo de não poder realizar este sonho e ficar sendo uma mãe sem filhos.
rsrs
Bebes tudo de bom ne =D
Ah... ser pai é maneiro... Mas eu acho que ser mãe deve ser mais ainda...
E a dona do blog ia poder ensinar várias cousas!
Já pensou?!
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