Eu não via problema algum. Por mim, teríamos folhas nas calçadas inteiras. Pisaríamos num chão crocante, sobre estralitos fofos no outono. As mulheres afundariam seus saltos, experimentariam o desequilíbrio e, quem sabe assim, desinventassem os degraus ambulantes. Até lá, homens e crianças levariam vantagem ao passar por onde ainda houvesse árvore.
De qualquer forma, devem tê-lo mandado. Varria a entrada do prédio com esmero e vassoura, juntando as folhas em montinhos disciplinados. Só que, como a vida tem desses ventos, acontecia de tudo voar antes que fosse possível realizar de todo o feito. E ele recomeçava, contrariado, a peripécia de viver.
2 de agosto de 2011
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5 comentários:
Pq viver não é fáciO!
O Mito de Sísifo, eu diria...
Mas e se as folhas escondessem um buraco na calçada e alguma dondoca enroscasse seu salto superfino neste buraco e enfiassem seu belo rosto no chão? Quem limparia o sangue?
Sei lá...
O vento.
A chuva.
...mas é mais provável que seja o zelador.
Quando eu era pequena e ia varrer o quintal, isso sempre acontecia comigo. E eu nem sequer imaginava que bagunça maior viria, não só do vento, mas da vida...
;D
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