O relato não é meu.
Então. Tem um doidinho na rua... Eu sei que ele mora por aqui, mas não sei onde. Ele fica o dia inteeeeeeeeeeeiro na rua, deve ter mais de 40 anos. E sempre vem aqui pedir água.
Quando eu passo na rua, sempre quer conversar. Conta história, pede pra namorar comigo... Enfim. Geralmente ele tem alguma história sem pé nem cabeça e bem triste pra contar. Um dia ele chegou fazendo barulho de choro e pedindo ajuda pelo amor de Deus. Até me assustei.
__ Moça, pode um negócio desse? Me ajuda aqui, pelo amor de Deus!
__ O que você precisa?
__ A mulher aqui, a mulher aqui moça!, tá fazendo macumba pros outros!
Aí eu olhei e disse:
__ Deixa ela, não se preocupa, essas coisas não funcionam.
Ele parou de fazer o barulho de choro e começou a perguntar se eu tinha namorado... Picareeeeeeeeta. Ele nunca chora, sempre faz o barulho de choro pra chamar atenção...
Agora há pouco fui ao banco, apressada. Ele me puxou:
__ Você pode me dar um conselho?
__ Não sou muito boa nisso não...
__ Você acha que eu devo empinar papagaio?
__ Claro! É legal, não é?!
__ Mas não é melhor estudar?
__ Estudar também é ótimo.
__ Mas eu já estudei, fiz o colegial, agora tô fazendo medicina. Quero ser médico, já tô acabando, mas (barulho de choro) sabe... às vezes eu quero morrer.
__ Morrer pra quê? Não... Ainda tem que viver muito. As coisas vão melhorar.
Daí não me lembro do diálogo todo, mas lembro que o consolei e ele mudou de assunto de novo parando de "chorar" imediatamente e sorrindo.
Na volta ele veio de novo:
__ Ai ai, eu acho que morri e ninguém percebeu. Eu queria morrer...
É de uma amiga minha.
É da tormenta. Que atormenta todos nós.
É da tormenta. Que atormenta todos nós.
Então. Tem um doidinho na rua... Eu sei que ele mora por aqui, mas não sei onde. Ele fica o dia inteeeeeeeeeeeiro na rua, deve ter mais de 40 anos. E sempre vem aqui pedir água.
Quando eu passo na rua, sempre quer conversar. Conta história, pede pra namorar comigo... Enfim. Geralmente ele tem alguma história sem pé nem cabeça e bem triste pra contar. Um dia ele chegou fazendo barulho de choro e pedindo ajuda pelo amor de Deus. Até me assustei.
__ Moça, pode um negócio desse? Me ajuda aqui, pelo amor de Deus!
__ O que você precisa?
__ A mulher aqui, a mulher aqui moça!, tá fazendo macumba pros outros!
Aí eu olhei e disse:
__ Deixa ela, não se preocupa, essas coisas não funcionam.
Ele parou de fazer o barulho de choro e começou a perguntar se eu tinha namorado... Picareeeeeeeeta. Ele nunca chora, sempre faz o barulho de choro pra chamar atenção...
Agora há pouco fui ao banco, apressada. Ele me puxou:
__ Você pode me dar um conselho?
__ Não sou muito boa nisso não...
__ Você acha que eu devo empinar papagaio?
__ Claro! É legal, não é?!
__ Mas não é melhor estudar?
__ Estudar também é ótimo.
__ Mas eu já estudei, fiz o colegial, agora tô fazendo medicina. Quero ser médico, já tô acabando, mas (barulho de choro) sabe... às vezes eu quero morrer.
__ Morrer pra quê? Não... Ainda tem que viver muito. As coisas vão melhorar.
Daí não me lembro do diálogo todo, mas lembro que o consolei e ele mudou de assunto de novo parando de "chorar" imediatamente e sorrindo.
Na volta ele veio de novo:
__ Ai ai, eu acho que morri e ninguém percebeu. Eu queria morrer...
2 comentários:
"E a gente chora em segredo
Mais por prazer que pela dor
E a gente grita porque às vezes
O silêncio é mais ensurdecedor
Nas rugas que trago do berço
Não há passado e tampouco um futuro
Assim como em todo o universo
Até mesmo o sol tem o seu lado escuro"
Augusto Cury, em seu livro "O futuro da humanidade", diz que quem quer morrer não quer a morte, mas sim tem ansia de VIDA.
Mas é VIDA assim com letra maiúscula, não esse espectro triste que vemos por aí.
=T
Postar um comentário