Vejo várias mamães falando sobre a inefável experiência
materna, o amor eterno, transcendental.
Não vou falar disso. Deixo para quem transcendeu. Eu não.
Nada menos transcendental do que o cotidiano: o cocô na banheira, o xixi sem
fralda, o nariz escorrendo, a comida no chão, a tinta na boca, a birra no metrô
lotado, a briga na escola, o tombo no caminho, a febre de madrugada, a
empolgação no domingo cedo, a empolgação tarde da noite, o puxão na tomada antes
de você salvar o arquivo, o desenho na hora do jornal, o grito enquanto você
está numa ligação importante de trabalho, a impaciência no meio da história.
Toda a relação é uma construção. Inclusive aquelas onde o
amor está presumido.
O amor é um elo que precisa ser nutrido no compromisso, no companheirismo, na espera, na ação, no ritmo, nos dias.
Este é só mais um dia.
De muitos.
Em que uma mamãe ama. E espera fazer algo de bom com isso.
O amor é um elo que precisa ser nutrido no compromisso, no companheirismo, na espera, na ação, no ritmo, nos dias.
Este é só mais um dia.
De muitos.
Em que uma mamãe ama. E espera fazer algo de bom com isso.
Meu amor não é inexplicável. Ele se explica em cada
exercício que me tira do conforto individualista.
Meu amor não é transcendental. Mas quem sabe possa, assim mesmo, simples e
imanente, no esforço das ocupações ordinárias, fazer algo de bom por mim
também.
Nenhum comentário:
Postar um comentário