30 de agosto de 2005
.Meu título.
A sociedade.
[...]
(.photo by Camila.)
[...]
Não consigo leitor, não consigo compreender porque diacho você alimenta o ibope das novelas enquanto seu filho usa o seu dinheiro pra se alienar e te deixar tão sozinho quanto você o deixou.
E adianta fazer parte? E adianta falar? E adianta fazer critica em forma de texto anti-poético e crônica improvisada se você ainda tá aí?
Adianta eu educar o meu filho pra não dirigir se for beber, se o seu filho bebe dirigindo e mata o meu no primeiro cruzamento mal iluminado?
Caro vizinho de porta, de cidade ou de país, cadê você agora que eu preciso pra contar que o vizinho do outro lado levou seis tiros nas costas, virou esportista e anda com um sorriso no rosto como nunca vi você fazer?
Cadê você, cidadão que atropelou meu irmão e omitiu socorro?
Talvez esteja sendo muito dura...
...Afinal, alguma vez na vida você deve ter dado lugar a uma velhinha ou mulher grávida.
Talvez você tenha comprado chiclete do menino que cresce a olhos vistos no farol a caminho de casa.
[...]
Não foi parente seu que morreu doente na fila esperando atendimento? Não foi no seu bairro que houve um deslizamento de terra na ultima chuva?
Ah...entendi...
É...também não foi comigo...
Se meu único limite sou eu, o que é você então, encosto da minha vida?
Meu inferno. Sim, meu inferno é você. Este sujeito oculto ou indeterminado que me acorrenta a passos lentos.
Teu peito é o abrigo do meu inferno, minha covardia é o abrigo dos teus infortúnios.
Já se esqueceu, meu caro?
Somos uma sociedade.
Sem você eu não sou nada.
Sem mim tu não és coisa alguma...
...Nesta linda e próspera sociedade.
Camila Caringe.
27 de agosto de 2005
[...]
"Primeiro, a luz no céu não era maior do que a Lua, depois pareceu maior, infinitamente maior, e o bosque inteiro tremeu, todas as criaturas prenderam a respiração e os vaga-lumes brilharam mais forte do que jamais haviam brilhado em suas vidas, cada um convencido de que isso finalmente era amor, mas em vão..."
StarDust
Neil Gaiman e Charles Vess
(livro da vez)
(.photo by Camila.)
Dizem que as pessoas se tornam eternamente responsáveis por aquilo que conquistam. Particularmente, não aposto nisso.
Muito raramente tem-se a exata noção do quanto foi conquistado.
Você tem? Você soube de todas as vezes que alguém rezou por você ou com qual intensidade lhe desejaram tão bem? Talvez se soubesse as coisas já estariam melhores pelo simples fato de saber que alguém lhe deseja o bem tanto quanto deseja para si próprio. Mas o encanto está aí: no fato de contarmos, ou não contarmos, com algo que desconhecemos.
Eu poderia dizer que Deus o abençoou mais vezes do que possa supor. E te mostrar flash-backs de relatos eloqüentes sobre sua pessoa.
Poderia te contar das pessoas que lhe desejaram uma boa noite sem que você soubesse, e te fazer sentir o quanto algumas palavras ditas sem muita reflexão e com um toque de desmazelo mudaram o rumo dos pensamentos de tantos...
O Universo diz sim a todos os pensamentos humanos. Os limites estão dentro daquele que pensa. Pode imaginar quantas vezes alguém que conhece pensou em um desejo seu com efusivo efeito?
Sim. O vento balança a janela. As árvores acenam.
E tudo continuará ainda que você nunca mais se manifeste. Um outro há de surgir com a tua missão. Partindo de tua descendência ou não.
As gerações virão reformuladas. E as fórmulas já não serão as mesmas.
Sua ausência será sentida, será esquecida, será superada, será amarga, será indiferente, será lembrada... E tudo continuará o mesmo.
Quando não restarem mais testemunhos sobre a sua existência ou sobre a minha, quando todos os que amamos tiverem partido também, estas palavras serão encontradas em algum disquete velho, em algum arquivo morto, em algum rascunho ilegível. E todos constatarão, uma vez mais, quão antigo e freqüente é o tormento humano por tudo o que se passa.
Antigas questões, perguntas sem respostas, problemáticas insolúveis, física quântica, crimes passionais...
...E quem achar este perdido, presumirá que sua autora não pensava nisso...
[...]
Camila Caringe.
23 de agosto de 2005
...as coisas que eu penso que ninguém quer entender...
"Se comparado a um macaco, é um gigante; mas, se comparado a esse homem, qualquer macaco é um sábio."
(William Shakespeare sobre Bush in: "Muito barulho por nada")
A felicidade em si é a busca ou alguma conseqüência divinamente presenteada a todos que ousam fazer o que deve ser feito?
Já não penso em nada que me faça acreditar na felicidade eterna e desprezo os tolos que ousam perseguir a felicidade além do bem estar...Pois somente um tolo seria corajoso a ponto de ignorar as falhas do mundo que podem ser mudadas e não são. Apenas um louco tolo seria feliz...
Venderia minha felicidade pelo sorriso de um filho, por um ideal, por um amor, por um plano, por uma certeza...Porque simplesmente há coisas que me são mais caras do que minha própria vida.
Cada pessoa encerra em si um verdadeiro Universo de idéias, sensações, traumas, desejos de infância, lágrimas de saudade, sorrisos inatos, sonhos abandonados, sedução, amor, ideal, perfeições e imperfeições. Como ignorar isso? Como pensar em agredir alguém?
E, toda vez que conhecemos alguém e tocamos a superfície desse ser, que derrubamos muros de medos ingênuos, somos recompensados pela doçura de sabermos que não estamos sós.
E como ignorar?
O mundo, com suas misérias e suas tragédias, é regido por gente assim. Como eu. Como você.
Todas as grandes catástrofes da humanidade foram causadas por homens que um dia foram bebês. Por homens que precisavam ser amados de todas as formas. Homens que choraram a perda e sentiram a glória...
E você? Continuará imune a certas verdades?
[...]
Camila Caringe.
19 de agosto de 2005
"Agora vejo que a urgência de antes não era assim tão urgente."
(photo by Camila)
Após tanto tempo de tentativa, temos motivo para comemorar:
Thais Caringe, mais conhecida como Táta, entrou na fanfarra da escola e está no comando de uma caixa!
EEEEeeeeeeeee........!!!!!!!!!
Uma salva de palmas, por favor!
Quem é fã desta criatura fofa, entre em contato pelo celular, orkut, telefone residencial, mensagem ou e-mail.
Quanto a mim...piano, piano, piano, piano...
" A música, como toda a forma de arte, precisa se utilizar de certos padrões para que manifeste uma expressão cultural esteticamente agradável. Para tanto foram desenvolvidos determinados mecanismos que auxiliam o músico em sua criação e estudo da música na sua fase teórica."
Tão fácil falar...Estou vendo colcheias e pausas até na comida...
(Fica registrado aqui meu parabéns.
Parabéns Táta!)
17 de agosto de 2005
Título pra quê?
William Shakespeare
Muito barulho por nada
(livro da vez)
(photo by Camila Caringe)
...A mãe dizia que não, mas o menino continuava dizendo que o Sol corria rua abaixo ao amanhecer a procura dele. O menino dizia que o Sol entrava em todas as casas e o procurava olhando por entre os prédios altos. Mas a mãe só ria. E riam também quando o menino falava que o vento puxava e empurrava ele, que o vento não sabia brincar e que era ele, o vento, que sempre bagunçava seu cabelo.O menino ria sozinho da bobagem da mãe que, segundo ele, só ela não via que a onda queria carregar pra longe, pra outro país, pra outro planeta, pra outro guarda-sol. Amigos eram poucos. Por isso o menino era visto falando com bicho. Um dia disse pra vó que um esquilo apareceu e chamou ele pra dar uma volta, mas ele não foi com medo de não conseguir ou não querer mais voltar. Um belo dia o menino sumiu.E todo mundo ficou sem saber se foi Sol, se foi vento, se foi onda ou se foi o tal esquilo que levou embora aquele menino... ...Ou se a imaginação teria sido o perigo maior que ninguém havia entendido como o poderoso inimigo...
Mas eu ainda acho que não.
Camila Caringe.
16 de agosto de 2005
[no title]
...Meus braços podem abraçar o mundo. Mas as pessoas que abraço não percebem que minhas pequenas escolhas são conscientes...
Minhas pernas suportam um passo de cada vez. Mas minha imaginação voa além dos jardins do Éden em perfeições infernais.
Ser politicamente correta é tudo que não desejo agora.
A política não me agrada e o correto é muito pessoal.
Meu inferno é o que abriga o limite da minha mente. Meu sono, minha fome, minhas paixões platônicas e minha constante falta de tato.
Aí você chega e eu não sei o que fazer.
Fico paralisada desperdiçando momentos preciosos e toda a minha filosofia solidamente baseada cai por terra.
Desejo que você suma; Não, não... Desejo que EU suma. Na verdade, desejo que nós dois fiquemos. E que todos os outros sumam...
"...Os instintos são proeminência divina. Não se pode não notar..."
"Eu sou a que no mundo anda perdida,
Eu sou a que na vida não tem norte,
Sou a irmã do sonho, e desta sorte
Sou a crucificada... a dolorida...
Sombra de névoa tênue e esvaecida,
E que o destino amargo, triste e forte,
Impele brutalmente para a morte!
Alma de luto sempre incompreendida!...
Sou aquela que passa e ninguém vê...
Sou a que chamam triste sem o ser...
Sou a que chora sem saber por quê...
Sou talvez a visão que
Alguém sonhou,
Alguém que veio ao mundo pra me ver,
E que nunca na vida me encontrou!"
Florbela Espanca.