1 de junho de 2011

Sem causa aparente

Esta manhã passei diante de uma “Vidênte Conselheira, que faz e desfaz todo tipo de trabalho e traz seu amor aos seus pés”, conforme o anúncio. Especulei intimamente se me iriam pedir unha, cabelo ou cueca, caso é que só te tenho a escova de dentes, laranja, antiga, no espelho do banheiro.

Pensei quanto dinheiro se iria, quanto infortúnio de antes e durante seria ventura depois. Precisaria muito provocar a natureza do espontâneo? Pareceu-me ato de pouca fé.

Abandonei a tal “vidênte”, sem que me soubesse, a outros delírios que não os meus. Feitiço maior já foi acontecido. Desmaiou-me a razão e depressa recobrei em tropel. “Foi verão”, diziam-me, “foi verão”. Mas era abril quando você chegou. E o outono nunca mais partiu.

3 comentários:

Magno Nunes disse...

Eu trago a pessoa amada como se fosse cigarro...

E assim vou tragando... tragando... tragando...

Joey Marrie disse...

Mas já não é o amor seu próprio feitiço?
Não é ele mesmo quem faz o "trabalho" pra trazer pra perto a pessoa amada?
Ele não precisa de unhas, cabelos ou cuecas, ele se basta, é a própria mandinga...

;D

Anônimo disse...

Eh muito doce essa mulher!

=*