8 de abril de 2012

A vingança dos sucrilhos

Sei sobre duplas sertanejas. Algumas. Particularmente aquela que canta na pizzaria perto de casa aos finais de semana. Não é boa.
E de crianças. Fiquei muito tempo no parque vendo dois meninos pequenos gritarem pras bolinhas de sabão que o pai fazia.
E sobre grama, árvores, irmã e as coisas sem nome.
E sobre os gritos. Eu desisti dos gritos ainda pequena, no final de um recreio como todos os outros. Não gritei mais, não pulei, não saí correndo. Eu sei gritar, mas não quero.
Coisas intoleráveis. Sei algo também sobre o intolerável. A intolerância, por exemplo, não é tolerável. E mais um monte de coisas. Mesmo as boas. Quando é bom em demasia também não pode ser tolerável. Nossa ranhura não suporta o muito belo. Nascemos com a fenda. A fragilidade é o pecado original, não o coito entre os padres nossos. Há uma rachadura no espírito das gentes que sucumbe na pressão das coisas belas. Eu sei também sobre coisas belas. Mas sei mais das coisas belas o feio delas. Reconheço o que é bonito porque aprendi antes a reconhecer o que é feio.
Aprender. Sei sobre aprender. Aprender é perceber algo que faz mudar a conduta. Não é orgulho não mudar de conduta. É sinal de teimosia. Sei sobre isso também. E sobre o que rompe a resistência. A água polindo a pedra de milênios. Sei sobre ter aulas, sei sobre poesia.
De sucrilhos, não sei nada.

4 comentários:

Rogerio Barbosa disse...

Olhar cirúrgico de Camila Caringe. Concordo!

Joey Marrie disse...

Esqueceu de dizer que entende também de conquistar corações à distancia!

;D

Camila Caringe disse...

Rsrs...

Ai é!

Esqueci de dizer!

Sou boa nisso também, né, Joey Marrie???

;)

Magno Nunes disse...

Sucrilhos eu entendo, pode perguntar.