8 de setembro de 2010

No limite

Eu trabalhei no sábado, no domingo, na segunda e na terça. Mas na madrugada da quarta eu surtei. Até lá, deu tempo pra pensar em muitas coisas. Lembrei do meu sofá xadrez, do Gilberto na terceira série, do Breakfast at Tiffany’s e da minha perna esquerda, que não parava de doer.

Aliás, lembrei de muitas partes do meu corpo. Dos punhos, dos cotovelos, das costas e da nuca. E do cérebro! A dor me fez lembrar que eu tenho cabeça ainda. E o enjôo. Fazia tanto tempo que eu não me sentia tão cansada que não me lembrava mais desse enjôo.

Mas quando fui pegar leite quente na máquina de café da copa e só saiu chocolate diluído em água, percebi que tinha chegado ao fundo do poço. Juntei minhas coisas e saí rindo sozinha, na garoa fina da Augusta às 5h. Um menino se despedia de uma menina perguntando “quê cê vai fazer amanhã?”. Fosse ela eu dava um coice nele.

...E dei. Mas num outro menino.

No dia seguinte, depois do almoço, alguém perguntou:

_ Se sente melhor, agora? Não, né?
_ Sim, sim. Tô melhor. Estou alimentada, pelo menos.
_ É... essas coisas são básicas. Dormir, tomar banho e comer.
_ Não. Dormir e tomar banho é luxo. Só comer é essencial.



2 comentários:

Magno Nunes disse...

Ahhh que mané! Dá 0 pra ele!

Joey Marrie disse...

Uau, então é essa a vida moderna da maior metrópole do país...