11 de setembro de 2011

Íntimo

Quando baixei o vestido até a metade, era tarde. O sol me acertava de viés. Você me olhou extasiado num átimo, depois dolorido. Cambaleou sutil, franziu o cenho e se apoiou na escrivaninha. Perguntei o que o afligia e respondeu-me de olhos fechados que nada. Apertou os dedos na têmpora esquerda e disse pausado, embebido da luz: “é que quero guardar essa imagem”.

4 comentários:

Joey Marrie disse...

Ah, meu caro moço, não precisa de esforço para que as imagens especialmente extasiantes se guardem na nossa memória, é que elas fazem isso por si só, são pior que tatuagem. E não adianta que, depois de um tempo passado, a gente queira por algum motivo apagá-las, nossa mente não é um HD que se possa formatar.

Magno Nunes disse...

"Pq o homem só se torna homem quando consegue criar sua própria pornografia..." RIOS, Ronald

E foi assim

Felipe Teles disse...

Não se trata de uma escolha.
Ele vai lembrar de cenas que não espera no momento que não espera por motivos que não espera.

Esse é só mais um ,só mais um mesmo.
O melhor deles, ou ainda, o melhor momento daquele segundo.

Rakal D'Addio disse...

São as pequenas coisas, já dizia um personagem de uma série de televisão.