28 de junho de 2012

Registro


(((silêncio)))
(((silêncio)))

Vozes no escritório:


_ Esse já dá pra montar, porque esse não tem recomendação.
_ É. O pequenininho já pode tirar, né?
_ Mas eu já batia...
_ Essa colorida aí, do grande, precisa mandar pra ela...
_ É... vai tirando...
_ Depois tira.
_ Não, é que vai bater as meninas.
_ Ah, por isso cê quer que mande.
_ É. Não, mas acho que o capítulo dois são essas páginas aqui... 47, 48, 49, essa daqui não tem...
_ Tô tirando só dessas mesmo.
_ Então tá bom.
_ Cê quer que eu deixe na sua mesa?
_ Cê deixa na minha mesa?
_ Eu deixo na sua mesa.
_ Então tá bom.


(((silêncio)))
(((silêncio)))

O cacto indiferente colhe impressões em 360 graus. 

Barulho de ônibus e sirenes lá fora. 
Som de teclas.
Estas.

3 comentários:

Magno Nunes disse...

Mas deixou certinho na mesa?

Vamos conferir? Deixa eu pegar um café, vai indo, vai...

Camila Caringe disse...

Acho que na maior parte das vezes nossos diálogos são assim. A gente PENSA que está fazendo todo o sentido.


...Mas não.

rs

Vítor Massao disse...

como disse Douglas Adams sobre o vaso de flores, que apenas pensou "de novo não!"