Depois de procurar no estojo, debaixo do caderno e no meio do livro, fui até a tia Cida, professora do pré:
_ Tia Cida... não estou encontrando meu lápis. Acho que alguém pegou ou eu perdi. Empresta um pra mim?
_ Não vou emprestar. Procura direito que você acha.
_ Eu já procurei, mas não tô encontrando...
_ Até eu sei onde está! Procura direito.
Voltei pra minha mesinha e procurei mais um tanto.
_ Professora... não achei!
_ Ah... não é possível. Classe! A Camila não está achando o lápis. Vocês estão vendo o lápis dela?
_ Siiiiiiimm!!!!! – em coro.
_ Mas não digam onde está. Ela vai encontrar sozinha.
Senti uns olhares estranhos pro meu lado, como se eu não estivesse sendo coerente. Voltei pro meu lugar e procurei por toda a parte. Cansada e desesperada com a lição, que estava atrasando, coloquei as mãos na cabeça, num gesto de desespero.
...E achei o lápis. Bem ali, atrás da orelha direita. Tinha visto o açougueiro com o lápis daquele jeito e achei mó legal. Coloquei-o ali e me esqueci!
Comecei a rir sozinha e a menina do lado me olhou.
_ Achei meu lápis!!!
Ela fez uma cara de “sai pra lá com a sua doidice que pode ser contagiosa” e eu voltei a escrever, toda contente da vida de seis anos.
10 de setembro de 2010
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4 comentários:
Ah, os lápis são mesmo brincalhões. Gostam de fugir das meninas pequenas e das grandes também, um dia desses houve uma fuga em massa dos meus lápis de desenho. Fiquei depre quando procurei por eles lá no trabalho e não achei, até quis chorar, são lapis simplesmente, mas tem um valor imenso pra mim. Acabou que eles tinham ficado em casa.
Mas não é algo que se leve muito a sério essa peraltisse dos lapis, eles também merecem um pouco de diversão a nossas custas!
Gostei da tia Cida. Se eu tivesse encontrado uma assim aos seis anos, não estaria perdendo meus lápis até hoje ou, se os perdesse, poderia encontrá-los com mais facilidade agora.
Ahhhhh que legal!
Eu faço isso direto...
AI ai....
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