31 de março de 2010

Ptú!

Eu escrevo não porque é bonito ou pra todo mundo saber algo que eu sei. Porque eu não sei.
Eu escrevo porque preciso vomitar, porque é um jeito de transbordar sem inundar, de crescer, de inchar, de estapear sem machucar.
Escrever não é genuíno, não é generoso, não é são. É um gesto de puro egoísmo e acaso, íntima contravenção.
Ninguém quer saber, mas eu escrevo porque não há outro jeito.
O link de saída é serventia da casa. Quem soube chegar, sabe sair.
E a revolta não é por aqueles que não vêm ou que chegam e saem. Os que me intrigam são os que ficam.

O que é que vocês querem afinal?
Digam, porque pode ser que seja o mesmo que eu nem sei!
Falar é tão bonito, é tão contrário ao ego que move essa serpente cuspindo veneno pelos dedos. Por que não ousa você, bem você, aí?!

O que é que você não comparte porque não comun(ga)ica?

30 de março de 2010

Faz sentido, mas por pouco.



_ Camila Caringela! Como você tá?


_ Bem! Que saudade, querido!

_ É mesmo! Faz tempo que a gente não conversa!

_ E como tá lá na NGTal, a TV onde cê tá trabalhando?

_ Ah... eu saí de lá.

_ É mesmo? Por quê?

_ Porque não tinha a menor condição de trabalhar.

_ Como assim?

_ Óh, primeiro que eu não recebia nada pra estar lá. Mas fiquei dois meses sem um cartucho de tinta na impressora. Outro dia fui fazer uma externa e me liberaram o carro sem gasolina. Esses dias mesmo, ligou uma mulher lá na emissora e perguntou se a gente não assistia a nossa própria TV. Perguntei porque e ela respondeu: “Pô, cês não tão vendo que é a terceira vez que cês repetem o mesmo bloco do programa?”. Fiquei sem reação. Fui conversar com o técnico e perguntei o que é que ele fazia antes de ir trabalhar lá. Ele me respondeu que era auxiliar de escritório e que só tava lá porque ensinaram pra ele como apertar um único botão, caso a TV desse pau. Aí colocaram uma híbrida lá no programa que eu produzia. Pensei, nossa, que legal! Vamos entrar com o expectador por telefone. Massa! Mas o programa é ao vivo e, na hora, a híbrida não funcionou. Claro! Ninguém testou o negócio antes do programa entrar no ar. Mas a gota foi quando, faltando sete minutos pro programa entrar no ar, a galera decidiu fazer a abertura do heliporto. Eu disse que não ia fazer no improviso e eles disseram: “Mas que raio de jornalista é você? Se cair um avião você tem que ir lá cobrir!” e eu respondi: “É, né, filhão! Mas se cair um avião! Se vocês forem lá só pra bagunçar eu vou embora.”

_ E eles foram???

_ Foram.

_ E você?

_ Fui embora.

_ Quanto tempo você ficou lá mesmo?

_ Dois meses.

_ Bastante, hein?!

_ É...

26 de março de 2010

Político ou ideológico?

Vamos supor, tipo assim, só pra supor mesmo, que estejamos num país democrático.
Daí vamos imaginar que na democracia as pessoas dizem o que querem dizer, pois há, supostamente, só de background, um artigo na constituição desse lugar fictício que diz que as pessoas são livres para se expressarem.
Aí que você faz parte de uma frente ativista, continuamos supondo. Então, chega uma pessoa e te dá uma opinião absolutamente favorável às suas reivindicações, mas que você despreza. Você despreza porque a outra pessoa é branca.

Se fosse o contrário, se o desprezo fosse de um branco por um negro, todo mundo diria que é preconceito. Mas o desprezo de um negro por um branco também o é.

Como lutar por igualdade se continuamos com modelos de atuação excludentes? Desse jeito continuaremos sempre num debate dicotomizado e inconsistente.

Eu vi isso acontecer.

Mas era, tipo, meninas versus meninos.

Leia-se: uma mulher versus um senhor que concordava com ela.

Quer saber? Ainda bem que meu blog é meu!

A entrevista dele foi censurada: http://camilacaringe.blogspot.com/2010/03/falou-e-disse.html

23 de março de 2010

...o prazer foi meu!

_ Boa tarde. Eu gostaria de falar com o responsável pela atualização do site da UGBláblá.
_ Ah... Ele não está aqui agora. Está no auditório. Pode ir lá falar com ele.
_ Mas... se ele está no auditório, imagino que esteja acontecendo algum evento, não?
_ Não. Tá tranqüilo. Pode ir lá.
_ Ele não está ocupado?
_ Você o conhece?
_ Não.
_ Vou lá com você pra te apresentar.
_ Ok.


_ Jô, essa moça veio falar com você. Ela trabalha aqui na CSBláblá e queria informações do site.


_ Oi.
_ Oi.
_ Muito prazer moça bonita. Você irradia uma energia tão boa e tão positiva...!!! Hum... O que é raro de acontecer!!!
_ Ah... hum... Muito prazer. Meu nome é Camila. Sou jornalista da CSBláblá e gostaria de saber mais informações sobre uma nota que vocês divulgaram no boletim deste mês e...

22 de março de 2010

Falou e disse!

Estava eu cobrindo a Terceira Marcha Mundial das Mulheres.
(para mais informações: http://www.sof.org.br/acao2010/)




“Mulheres querem um mundo de paz
Sem elite, sem capataz...”


“Marcha mulher macha, molha o pé, mas não molha a meia!
Viemos de todo o Brasil fazer barulho na terra alheia!”

“Seguiremos em marcha até que todas sejamos livres!”

“Sou feminista
Sou radical

Somos mulheres da marcha mundial!”




Entre hinos feministas e placas auspiciosas, encontrei um homem, também vestido de lilás, observando o movimento.


_ O que é que faz um homem na MMM?

_ Em 75 havia a ditadura no Brasil e a ONU estipulou que aquele seria o ano internacional da mulher. O Brasil não podia deixar de fazer alguma coisa. As mulheres, então, usaram o espaço da Câmara Municipal de São Paulo para fazer a semana da mulher. No primeiro dia, uma segunda-feira, a palestra era sobre a saúde da mulher. Eu fui. Lá havia dois homens: eu, na platéia, e o secretário estadual de saúde. Eu me senti muito incomodado, oprimido, senti certa discriminação. Até me deu a impressão de que naquele momento as mulheres não estavam querendo tanto a igualdade, mas uma vingança. Isso me intimidou e eu não continuei indo. Hoje eu tenho claro que essa luta é contra o machismo e essa luta não é só das mulheres. Ninguém é privilegiado com o machismo, nem a mulher nem o homem, porque o machismo favorece o sistema dominante. O machismo, no fundo, é a lei do mais forte. Da mesma forma eu estaria aqui se fosse uma manifestação contra o racismo. Embora eu não seja negro, eu sou contra o racismo. Se esta é uma manifestação de pessoas contra o machismo, eu estou aqui e daqui ninguém me tira. Agora, se esta for uma manifestação contra os homens, aí eu vou embora.

21 de março de 2010

A primeira noite do novo outono

A água do Atlântico Sul que chegava até os meus tornozelos estava quente às 3h17 da madrugada que antecedia o sol de domingo. O barulho e o cheiro eram típicos de qualquer nostalgia, de qualquer paz de espírito. Ele segurava minha mão e pedia pra eu ir mais devagar, mais pra perto do mar e mais adiante.


_ O céu tá muito nublado.
_ Tá...
_ Eu queria ir dar um mergulho.
_ Vai!
_ Mas tem uns patos ali! E se eles bicarem meu saco?
_ Não vão...
_ Vão sim! Alá! Tem um cara que vai passar agora pelos patos. Se eles não forem agressivos com o cara, eu vou lá.
_ A razão serve pra isso, né? Pra brecar os instintos. Faz sentido quando você tem vontade de roubar ou bater em alguém, mas não quando você está na praia e tem vontade de entrar no mar.
_ Por quê? Você tem essas vontades constantemente?
_ Ah... vai logo! Entra lá!
_ Se os patos pegarem meu saco... você vai ver só!
_ Não vão pegar não!
_ Mas eu tô de samba canção!
_ E daí?
_ Olha! Tem um pato aqui! Mas... péra... Isso não parece pato.
_ E não é! Deve ser...
_ ...o quê...?
_ Garça! Sei lá...
_ É! É mesmo! Pode ser... Garça não bica saco. Pato é que bica. Então vou lá!
_ Vai!


Fiquei na areia olhando enquanto ele deitava no raso e sacudia os braços, como quem se afoga em 10 centímetros de profundidade. Depois que eu ri o suficiente pra ele, levantou e foi andando mais pro fundo, e mais pro fundo, e mais pro fundo. Sumiu algumas vezes e reapareceu. Eu fiquei ali, olhando um quadro vivo à luz de um amanhecer pacato e deserto, branco e ralo naquela areia fina. Ele voltou encolhidinho, com as mãos na frente do que ele queria tanto preservar dos males dos patos que eram garças, ou qualquer coisa assim. O cabelo grudado na cara, pingando e tremendo de frio.


_ Dá minha camiseta.
_ Não.
_ Daí!
_ Dá uma sacudidinha primeiro.
_ Assim? - me enxarcando.
_ Isso! Só que mais pra lá!


Vestiu-se e deitou ao meu lado.


_ Cá!
_ Hum?
_ Tá vendo aqueles pássaros ali, voando bem longe?
_ Um-hum.
_ Então... Será que se eles cagarem de lá do alto, a bosta chega aqui na gente?
_ Não sei...
_ Deve chegar, né? Mas como é que chega? Será que desintegra no ar?
_ Não... Acho que não... Eles precisariam estar um pouco mais pra fora do planeta pra atmosfera desintegrar a bosta.
_ Não... Sim... Mas... Não vai chegar um jato na nossa cara aqui, né?
_ Ah... não... Acho que não...
_ Acho que vai tipo dissolver no ar...
_ Não... Acho que só ia espalhar. Tipo, o pássaro caga lá agora. Daí a mesma bosta bate aqui na gente e lá naquele carrinho da Kibon, sabe? Acho que se espalha bastante.
_ Ah...
_ Mas a gente ia sentir!
_ Será? Acho que não!
_ Ia sim! A gente ia ver!
_ Mas seu casaco é preto!
_ Argh! Será? Não... acho que não... Acho que a gente ia ver alguma coisa caindo...
_ É... talvez...


Queria ter trazido um terêrê no cabelo, mas não deu. Um moço da feirinha disse que eles começavam a abrir às sete, quando eu perguntei às sete para o único feirante presente, depois do cara dos chapéus.


_ Mas tem uns que só abrem na hora do almoço, lá pro meio-dia...
_ Meio-dia??? De domingo???
_ É. Só abre mais cedo quem precisa vender. Quem não faz questão abre só mais tarde.


Olhei ao redor e percebi que esta deveria ser a situação da maioria.


_ Obrigada.


Tomamos café da manhã e partimos sem terêrê mesmo.

19 de março de 2010

Amigos

_ Mas você nem sabe!!!
_ O quê???
_ Eu disse que queria casar e ele disse que não queria!
_ Jura???
_ Daí eu disse que queria ter filhos e ele disse que agora não!
_ Mentira!!!
_ Daí eu disse pra gente morar junto e ele disse pra esperar!
_ Que horror!!!
_ E você não sabe da última! Ele disse que eu leio Simone de Beauvoir, mas tô louca pra ser a mulherzinha dele!
_ Hum... É. Aí eu vou ter que concordar...

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_ Você não sabe! Olha o que ele me falou!!!
_ Hum.
_ E ele disse isso!!!
_ Hum.
_ Mas não é assim!!!
_ Um-hum.
_ Eu tentei evitar!!!
_ Hum.
_ Que cê acha?
_ Ah... acho que ele tá certo. Foi honesto, Fê.
_ PUTA QUE O PARIU, Camila!

18 de março de 2010

Eu vi.

Eu vi um índio.
Eu vi um índio
perdido no metrô.
E ele estava sério,
parecia bravo,
parecia confuso.

O índio ali,
no meio da multidão,
só não destoava mais
porque o que de mais distinto tinha
ainda era semelhante:
a morenice.

Eu vi.
Eu vi um índio.
Uma espécie em extinção
passando bem na minha frente,
quase despercebido.
E ele estava perdido.
Dentro de um terno
e de um nó de gravata.

Eu vi.
Um extinto índio
jovem distinto.

16 de março de 2010

Original

_ Te amo.
_ Brigada.
_ Te amo muito.
_ Muito obrigada.

15 de março de 2010

Híbrido

Mas é que eu o achei em tal estado de indignidade dentro daquele vestido rosé que até a pena era difícil de sentir pra ele. Era difícil sentir qualquer espécie de coisa enquanto ele sussurrava alto os desejos e os vícios de uma vida íntima pública, estampada nas caras passadas que ouviam aquilo. Todos souberam que aquele vestido longo queria chupar, só não sabiam a quem. Fazia eco no ônibus aquelas indecências quando ele, finalmente, despediu a todos de seu estorvo:

_ Você é gostoso, motorista! – e saiu, levantando o vestido onde desceu, mostrando suas vergonhas para os próximos cidadãos decorosos a contemplá-lo na desventura daquele dia claro.

12 de março de 2010

Putz.... que bad...

“No lance de replay agora, vi a babá dos meus filhos no estádio. Ela foi embora mais cedo, porque disse que estava doente. Com faixa: FILMA NÓIS!”

Belletti, jogador brasileiro do Chelsea, em sua página no Twitter. Ele flagrou a babá na arquibancada do Emirates Stadium, em Londres, assistindo a Brasil e Irlanda.

Revista Época, 08.03.10




Ah, mããããnu... Quer fazer, faz direito, né?

Pelo menos não levasse a faixa.

11 de março de 2010

Quem não levanta a mão!

Você sabia que no centro da cidade de São Paulo, perto ali do Teatro Municipal, símbolo da cultura, da democracia e das duas juntas, tem uma livraria Siciliano que é, tipo assim, o monte Everest do aproveitável? Aparentemente é lá o limbo do que era pra ter sido jogado fora e não foi. É onde os livros expiam seus pecados e aguardam uma segunda piedosa chance. É possível encontrar, por exemplo, O Amanhecer, de Stephanie Meyer, por apenas R$ 19,90, enquanto outras livrarias teimam em R$ 39,90. Ta lá, na Siciliano sem placa da Saraiva. Tem vários exemplares, inclusive. Nem precisa correr para garantir o seu. E estão novos! Surrados, rasgados, amassados, desbotados, pisados, cuspidos e escarrados, mas jamais foram lidos, assim como outros sucessos, pretensos sucessos, quase sucessos, sucessos decadentes e nunca sucessos. Todos com etiqueta de bola laranja, amarela, verde ou vermelha, numa forma de organizá-los, muito bem jogados nas gôndolas que estão por toda a loja. Mas tem uns que ficam no chão mesmo, pra não estragar as estantes.

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Churrasquinho grego.
Jura que você não tem vontade de vomitar à visão daquilo?
Nem quando lê?:


“Churrasco aqui. Vinagrete + queijo + dois sucos + troco de R$ 0,50 por apenas R$ 0,25!”

Bom, pra mim é demais ver aquela gordura escorrendo na frente do bonitão afiando a faca para servir a próxima vítima. Tapo o nariz e atravesso correndo.

8 de março de 2010

álogos di alas

Meu amor pelas palavras não vem só da empolgante sensação das possibilidades. Não que essa razão já não seja suficiente para amá-las, mas tem mais. É o dizê-las mesmo, usá-las. Escolher uma e záz! Sacá-la de sopetão do saquinho do não-dito e jogá-la em cima da mesa, sorrindo brilhante seu significado.

Porque a história só anda pra frente, a palavra saída do pensamento não pode voltar. Deve seguir em procissão com suas ascendentes e descendentes.
Mas o mastigar. O mastigar me agrada. É preciso ser um bom mastigador pra pronunciar as suas e digerir as alheias. Palavras. Esse movimento de língua e dentes fabricando sons de trituração rápida em semifusas difíceis de agarrar. É por isso que a gente perde de vez em quando. Porque são escorregadias as danadas. O contexto que a gente inventa é volúvel porque são fugazes as pobres, mas turronas as ricas. Tem palavra que venta que a gente nem vê, mas tem umas com pregas que encaixam no coração depois que a gente engole e caem na corrente sangüínea. Mas tem umas que a gente urina.

De qualquer forma, é uma ginástica falar. Habilmente, então, é arte. Ma-la-ba-ris-mo que só pode quem pode. Pa-ra-le-le-pí-pe-do que, ops!, de fácil que é tropeçar. Invenção. Quando é nossa ainda vá lá, mas ser de outro?! Metilcloroizotiazolinona, por exemplo. Tem no xampu. Um palavrão dos quase impronunciáveis e pra quê se ninguém entende?

...Tudo bem... Nem entenderiam esta hemorragia de verbos aqui também, vontade esganada de aparecer nesse palavrório. Um oratório, uma platéia. Idéia. Era disso que a gente precisava a vida toda: álogos alados.

5 de março de 2010

Como assim?

Se tudo o que é meu é seu e você está dizendo que você é meu, então você é seu.

...

E eu???

4 de março de 2010

A energia meticulosa e perfeita

_ Diz que me ama?
_ Não.
_ Mas você me ama?
_ Sim.
_ Então fica comigo?
_ Não.
_ Mas você me ama?
_ Sim.
_ Então por que não fica comigo?
_ Porque não.
_ Mas você me ama?
_ Sim.
_ Então por que não fica comigo?
_ Porque o amor não basta.
_ O quê é que basta?
_ Tudo o que o amor abarca.
_ Como o quê, por exemplo?
_ Respeito, companheirismo, paciência, tolerância, solidariedade, empatia...
_ Mas você me ama?
_ Sim.
_ Então diz.
_ Eu digo, mas você não ouve.
_ Você não tá dizendo agora...
_ É que eu já disse antes, de muitos jeitos...
_ Diz agora.
_ Não.
_ Mas você me ama?
_ Sim.
_ Então diz!
_ Não.
_ Então fica comigo?
_ Não.
_ Por que não?
_ Porque um par é mais do que um mais um.
_ Então fica comigo!
_ Não.
_ Por que não?
_ Porque o amor não basta.
_ Por que não?

2 de março de 2010

Móvel

Uma insônia pode ser estrategicamente relevante. Por exemplo, se você gostaria de parecer apático e abatido numa ocasião profissional pouco instigante, como uma reunião de planejamento empresarial para os próximos 30 anos. Com uma insônia persistente você pode não somente parecer indisposto como pode, inclusive, tornar a cena mais real estando verdadeiramente indisposto.
Além disso, uma bela noite sem sono pode servir para encontrar objetos perdidos na bagunça de casa, colocar a leitura em dia (ou em noite, rá-rá!), preencher espaços vazios entre linhas vítimas de uma caneta ensandecida ou... sei lá! Existem milhões de coisas legais e muito úteis para se fazer numa madrugada insone.

...Dormir, por exemplo!