Esta postagem terá a trilha sonora de Los Hermanos.
A guitarra...
Estão ouvindo?
É incrível como alguns momentos da vida assumem autonomia.(tãnãnãnãm) Posso ouvir o vento passar,
assistir à onda bater,
mas o estrago que faz
a vida é curta pra ver...
É como se o arbítrio cessasse em nome do melhor implícito... E em nome do que tem de acontecer as coisas acontecem... Sozinhas...
(tãtã) Um século, um mês,
três vidas e mais
um passo pra trás?
O tempo se agiganta para alguns acontecimentos – passa mais rápido, mais devagar, mais espaçado, mais estreito... Subitamente mais inteligente.
(tãrãm) Como pode alguém sonhar
o que é impossível saber?
Não te dizer o que eu penso
já é pensar em dizer
e isso, eu vi,
o vento leva!
E quando a gente olha, o pior já passou...
(tátá) Não sei mais,
sinto que é como sonhar
que o esforço pra lembrar
é a vontade de esquecer...
(Uma amiga minha há um tempo atrás traduziu essa sensação como “sentir-se carregado por Deus”.)
(uh...) Se a gente já não sabe mais
rir um do outro meu bem então
o que resta é chorar e talvez,
se tem que durar,
vem renascido o amor
bento de lágrimas.
Então a vida tráz o ritmo de volta ao poder de nossas mãos. E as imagens lembram retratos antigos, tão novos quanto a vida que ainda resta para viver.
(tchátchãm) Um século, três,
se as vidas atrás
são parte de nós.
Há mesmo mais coisas entre o céu e a terra do que pode julgar nossa vã, pequena filosofia. E por maior que sejamos, por mais espertos, rápidos, bem sucedidos, lúcidos que sejamos... Mais lucidez aguarda espreitando-nos em forma de outrem na(s) próxima(s) esquina(s).
E como será?
Boa sorte a nós, que estamos vivos. Pois a morte ainda é sim a segunda certeza. A primeira é o aprendizado. Irrefutável.
O vento vai dizer
lento o que virá,
e se chover demais,
a gente vai saber,
claro de um trovão,
se alguém depois
sorrir em paz.
(tãrãrãrãrãm)