15 de abril de 2009

Fez-me sorrir

A estação de metrô próxima à minha casa mudou. Colocaram telões informativos, alguns interativos (!!) onde é possível manipular o mapa dos arredores e descobrir hospitais, escolas, bibliotecas... E nas paredes das rampas de acesso colocaram fotos e palavras de poetas e escritores famosos da literatura brasileira. Chiquérrimo!

Costumo ficar bem feliz quando alguém parece notar o conteúdo nas paredes e absolutamente chocada quando alguém pára, ainda que por breves segundos, para ler. Mas o que vi esses dias foi extra-surpreendente e ficou além da minha capacidade de deslumbre: um senhor, insatisfeito em só notar e também em ler com acuidade os trechos nas paredes, trouxe para o metrô um banquinho, gente! Um banquinho próprio, no qual se sentou, acomodou-se e se pôs a copiar as partes que mais o agradavam.

À medida que terminava um pedaço ele avançava com o banquinho, de ladinho, rampa acima e abaixo, pr’um lado e pro outro. E seguia anotando tudo, prestando atenção e desenhando as letras devagarzinho num caderninho.

Êxtase.
Sim. O mundo ainda tem jeito.

9 comentários:

Magno Nunes disse...

Coisas de Higienópolis...ahahaha tô brincando...

Ahhh bem legal, o metrô tem feito essas coisas bacanas em várias estações...

O ruim é que fica legal até os índios aparecerem...e destruirem...

E eu sempre disse que um banquinho na mochila seria de bom grado...tá vendo besta?

Enfim...é isso...vamos sorrir!

Joey Marrie disse...

Caramba, deve ter sido um êxtase mesmo. Eu aqui, só imaginando a cena já fiquei toda sorridente.
Imagine, entre tanta correria que é uma cidade grande, uma estação de metrô, um senhor pegar um caderninho e ir copiando com toda paciência os trechos que estavam nas paredes. Que coisa linda!
Isso me lembra de uma vez que, tendo eu entrado numa drogaria onde também se vende livros, uma criança de uns dez anos se aproximou de mim e começou a conversar, dizendo que gostava muito de ler, mas que na sua casa nao havia livros. Ela estava vestida pobremente e apanhou um dos livrinhos mais simples que estavam expostos pedindo que eu o comprasse pra ela. Minha mãe não entendeu quando me viu olhar pra porta sorrindo, com os olhos cheios de lágrimas!
História parecida com um conto que eu li, nao lembro onde, que aconteceu realmente, comigo...

Amanda Proetti disse...

Eu terminei de ler isso com um sorriso no rosto e olhos marejados... sim... o mundo tem jeito!

Anônimo disse...

Um mar de magia desaguou por lá, e levou com ele tudo e todos, menos aquele que levou sua própria ilha para levar consigo parte-por-parte daquilo que ele considera arte.

D. Rodriguez disse...

Pô, se contar em casa ninguéma credita, a São José maldita!

gemini disse...

Ahhhh um banquinho, gente!!!!
Que fofo!!!

Eu quero adotar esse senhor como meu avô, posso? rs..

Eu nunca tive avô. Adoro velhinhos fofinhos!!

Jura q a estação do metrô tá chique assim?? Preciso andar mais de metrô!

Magno Nunes disse...

Cuidado...tem velhinhos que são filhos da mãe...cuidado... ¬¬

Iêda disse...

Caramba, que lindo!! Queria ter visto!! bjos

Fe disse...

Fiquei tambem impressionado.. chick mesmo..até andarei mais por lá.. só tive o trabalho de ler Lispector, mas quanto ao vovô, o mais incrivel foi voce ver justamente esse momento... voce deve atrair.. logo o mundo precisa desses momentos.. logo o mundo precisa de voce..