Casa das Caldeiras
E, realmente, eu acredito que era pra ser uma propaganda. É no metrô, mas veja o que nossas câmeras captaram:
O publicitário usa o Ano Novo como pretexto para ter uma parede nova, sem umidade e, com isso, convencer o cliente de que o produto é imprescindível. Só que, tem uma coisa: estamos em março. Isso significa que o cliente tem mais 9 meses pela frente pra pensar nas paredes. E outra: a anti-propaganda segue firme. A legenda ainda usa a palavra "festas". Meu, a mina da foto tá com cara de tudo, menos de festa. Tá com cara de sono, de dor de barriga, de saco cheio, de fome, de final de semana em faxina, sei lá, mas não tá com cara de festa. Talvez até esteja lendo uma reportagem sobre a possibilidade de nova recessão, mas festa é algo que, ao que parece, não faz parte dos planos. Logo, como a imagem ilustra a legenda?????
Isso tá parecendo foto requentada.
Gente, faço jornalismo, não publicidade, mas meu, pelo amor, né?!
Eu que não compro esse meleca pra minha parede!
(fotos by Camila Caringe)
Sabe quando você ouve uma música num dia, daí vai dormir cantando ela, daí acorda com ela na cabeça, daí passa o dia infernizando as pessoas ao redor porque só lembra uma parte da música, daí você começa a atormentar a si próprio e não consegue parar de cantar, nem consegue esquecer, mas também não consegue reproduzir todas as frases na ordem em que deveriam estar...?!
Então! Isso não aconteceu comigo hoje.
Wittgenstein já dizia: tudo é discurso. Não é errado dizer que a vida é um jogo – linguístico, basicamente.
Neste contexto é possível encontar os mais diversos perfis. Gente que passa a mensagem, convence, ou não, encanta, ou não, desagrada, ou não através de seu discurso, não somente verbal, mas linguístico mesmo, como um todo.
Aí qualquer um pode localizar o famoso Fodão-merda. Sabe aquele cara que tudo o que você falar ele já fez, já esteve onde você quer ir, já cansou daquilo que você quer ter, já viu quem você quer conhecer, já sabe o que você ia explicar... enfim! Ele precisa ser mais. E, para tanto, precisa que você seja menos.
Logo, a aparente superioridade transparece, para um olhar mais atento, uma enorme fragilidade.
Perceba que a técnica de dominação doentia desse sujeito é muito simples: agressividade. Nunca vai ouvir sua opinião, nunca vai aceitar que você tenha feito alguma coisa que ele não fez. Se você foi pra praia, a areia da praia dele era mais areia. Se você tomou sorvete, o sorvete dele era mais gostoso.
Mas, como todo o jogo, este acaba assim que as cartas são colocadas na mesa:
_ Mas por quê você está sendo rude comigo? Eu nunca fui rude com você. Por quê só a sua praia é boa e a minha não?
Pronto. Lá se vai mais um Fodão-merda pelo ralo... (“linguisticamente falando”)