Viver entre poluição, buzinas e desentendimentos gera um mal-estar. O mal-estar social de entrar num mundo que já estava começado quando chegamos. Já havia uma dança, um ritmo. E forçaram-nos a converter nosso próprio ritmo à expectativa coletiva do que era uma boa postura durante os ritos. O rito de beber na sexta-feira, o de ser bonito, o de ser simpático, o de ser alegre, o de não ser bom além dos líderes pré-concebidos nem ruim abaixo do limite do útil. Ajudar alguém é um modo de conviver com o mal-estar. É claro que isso pode ser feito também por meio das drogas, da religião, de esportes ou da arte. Mas a sensação de ajudar alguém é um meio de positivar nossa existência e, elevando o outro, elevamos também a nós mesmos.
Então... será que sou bonzinho porque sou bonzinho? Querer o bem do outro não é também um interesse? E uma atitude interessada (ou interesseira) é necessariamente menos genuína? Perde o valor?
Um brinde a Freud.
3 de junho de 2008
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3 comentários:
Que prazer mais egoísta, o de cuidar de um outro ser. Mesmo se dando mais do que se tem pra receber.
Altruismo é o novo egoismo.
Mas perceber isso, já é altruismo demais.
fiquei feliz que vc tenha percebido isso...uma vez na facul eu falei sobre isso, so faltou me apredegarem.
isso mexe com o ego das pessoas: "como assim eu nao sou bom?"
Salutatio Froidi! hehe
Interesse?
Só aquele mesmo que ainda está intocado no fundo de uma gota azul...
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