25 de outubro de 2008

Eu, ela, nós, eu, ela, ela

E para quê servem as novas tecnologias senão para tornarem-se obsoletas? Mais cedo ou mais tarde, e cada vez mais rápido, sentimos a necessidade de nos estender um tanto mais longe, um tanto mais forte, um tanto mais exato, vários tantos mais velozes. Não raro, um tanto mais precisos também. A bilocação ainda não é uma realidade real, mas, sem nenhum problema ou dificuldade, é uma realidade virtual. Veja eu você mesmo:



Este é meu Buddy Poke no Orkut. Agora você pode me abraçar, beijar, dançar comigo, me oferecer uma carona, fazer um dueto romântico, brincar, podemos bater os quadris, lutar num duelo de espadas mortal, meditar, fazer ginástica, dormir, levitar, nos cumprimentar, enfim! E eu, que gosto tanto do face to face, perdi-me na (falta de) noção dessa existência insustentável. A insustentável não-existência, aparentemente cômoda e liberta, se converte em prisão. A falha de eu não ser mais eu. Eu sou ela. Ela é eu. E o outro você pode abraçar ela. Ou seja, nos abraçamos. (?) (!)

4 comentários:

Anônimo disse...

sei la, um abraço que so fica no mundo das ideias?
eu tinha essa coisa, tirei! enchi o saco disso.

Magno Nunes disse...

Uhm...
Ainda bem que as vezes posso sanar a vontade...

Mas isso é assunto pra outro tipo de postagem...:)

BjoCá
Má (Não estou mais em dívida! AEEEEEE)

Anônimo disse...

A presença virtual substitui o encontro pessoal. As inter-relações, ao mesmo tempo que se intensificam, do ponto de vista da versatilidade, rapidez, fluidez e eficiência, esfriam quando passam a depender exclusivamente do contato on line, que é líquido, evasivo e abre portas para a incorreta ou parcial interpretação do conteúdo das mensagens transmitidas.

Anônimo disse...

Acho que seu Boddy Poke nunca vai receber um abraço meu, isso eu faço com vc praticamente todos os dias.
Qto ao beijo, a carona, dormir...
hum... quem sabe o Boddy Poke...