31 de dezembro de 2008
Fuja do cliché. Beba coca-cola.
· Começar o regime – Feche a boca de uma vez. A começar pela ceia. Se você resiste a comum fartura desta noite, você resiste a tudo pra sempre. Vai por mim.
· Fazer mais exercícios – Nem que seja jogar bolinha de gude, vai. Se for com a molecadinha do bairro você pode sugerir que os buracos da rua a 5 quarteirões pra baixo são melhores. 5 pra ir, 5 pra voltar e você já fez uma caminhadinha. Vai ser moleza! Descarta essa promessa e pensa em outra mais difícil.
· Dormir mais – Delícia. Deita e esquece. Nada mais natural. Auto-hipnóse pode ser útil.
· Dormir menos – Use despertadores. Sim. No plural. Em pontos estratégicos ao redor de seu adorável leito. Quando todos eles começarem a soar em uníssono lembre-se de que um terço da sua vida você passa na cama dormindo, ainda que sua cama possa ter tantas outras serventias... A sensação de desperdício e incômodo vai dar conta de te manter com os olhos abertos.
· Parar de bater no Seu Madruga – Repita como um mantra: “A vingança nunca é plena, mata a alma e a envenena.”
· Parar de fumar e/ou beber – Promessa nível “easy baby”. Chiclete!
· Tomar banho diariamente – Para algumas pessoas pode parecer complicado mesmo. Mas estudar linguagem corporal para ler as reações humanas aparentes quando você entra em algum ambiente pode ser de grande auxílio no processo de conscientização de certas necessidades básicas do universo social.
· Aprender a comer mais frutas e legumes – Não olhe e não cheire. Enfie na boca e mastigue na velocidade três do créu, procurando relaxar a musculatura facial (isso evita rugas e ânsia).
· Reviver um livro, um romance, uma amizade, um projeto – Não reviva nada. Figurinha repetida não completa álbum. Mude de canal. Recomendo Adult Swim.
Do mais, abstraia simpatias, conselhos, regras e postagens. Feliz 2009.
29 de dezembro de 2008
(in)ex(-)ato
E chega a ser mesmo um lamento isso... Porque o que não é dito, de qualquer maneira que seja, se perde. É como se dissolvesse no ar... e, embora seja um eco eterno, é uma forma de existência que ninguém alcança, entende ou toma conhecimento.
Mas... algumas sensações... realmente... não fogem de ser inexprimíveis...
foto by L. de Sálua
28 de dezembro de 2008
...só sei que foi assim...
Pois que também não minto, meu pensamento andou às voltas de seu céu anoitecido e disse: “Uhul!”.
27 de dezembro de 2008
Com celular.
Porque o azar algumas vezes vira sorte, meu novo celular é mais moderno, mais lindo e mais útil do que o anterior.
O mesmo número, inclusive, para a comodidade de meus contatos.
Apareçam.
E agora pode ser por telefone mesmo.
25 de dezembro de 2008
...então é Natal...
E como diz o Du, de várias maneiras, Natal é só alguma coisa boa que paira no ambiente...
“Até os bandidos roubam menos... Eles pensam ‘ah... é Natal vai...’ e tudo fica melhor...”
Então, meu grito, do fundo do coração: que coisas boas pairem no ambiente dos meus 3 leitores!!! Beijo mãe, beijo vó e beijo irmã! "É isso aí... um joinha pra vocês..."
Postagem freneticamente inspirada em: http://www.fotolog.com/a_fuga/58357669
21 de dezembro de 2008
...mas o vício pode ser bom...
Tinha um cabelo simples, uns olhos simples, umas roupas simples. Era um ser-nada-demais que vestia um’alma simples.
O quê de rebuscamento ficava por conta do que diziam dela, do que faziam por ela, do que sentiam por ela. E era quanto e tanto que era lindo. E ela se sentia rica demais pra ser dona do mundo.
Amigos se penduravam na janela do seu quarto até de madrugada. E sono era o de menos quando a magia de uma companhia trazia tantos sorrisos que monotonia ou solidão não eram conhecidas.
Ela lembrava às almas companheiras que estavam sendo assaz complacentes com seus defeitos, que não merecia tamanha honra de tal carinho de tal natureza e que tais cuidados e carícias passaria a vida sabendo-se incapaz de merecer, justificar ou entender. Mas os amigos continuavam brotando como flores numa eterna primavera, enfeitando até o que não era terra, tornando a vida dela um jardim sem fim de cores, sabores, cheiros e delícias.
Era uma alegria quase insuportável que ela suportava a bem dos sorrisos próprios e alheios. Regava as flores como podia. E elas cresciam ao seu redor, indizíveis, incontáveis, indefiníveis...
19 de dezembro de 2008
...sorte viciada...
Podia ser…
Sorte de hoje: você não vai encontrar alguém a quem todos saibam que você encontrou até quando estiver lendo jornal na fila do pão e vai ser feliz mesmo assim
Mas não era.
Para ser precisa, talvez devesse ser...
Sorte de hoje: você vai bater com a cabeça bem forte em alguma idéia maluca que envolva um grande desapego
O que seria o equivalente a...
Sorte de hoje: sofra, se é o que prefere
E então...
Sorte de hoje: preferência não é a palavra certa quando sua razão já voou pelos ares
18 de dezembro de 2008
Da série - Mais coerente impossível, versículo V
“Seu presente está preso na alfândega. Espero que o retire. Ah... tem taxas...”
E ela pergunta:
_ Onde que fica a Alfândega? É um lugar bem longe, não é?
_ É! Fica no oriente médio.
_ É mesmo?
_ É sim. Fica perto do Paquistão. É assim, tipo, aqui tá a Inglaterra, daí vem o Brasil. A Alfândega fica entre o Japão e a China.
_ Ah...
_ Depois procura no mapa. Tenho um dicionário sociológico do século XX que talvez te ajude.
_ Hum...
_ Mentira, doida!
_ Ah... não é verdade? Mas tem um país com esse nome, não tem?
Mãe faz uma tentativa desesperada de salvar a filha:
_ Você tá confundindo alfândega com Afeganistão.
E ela confirma:
_ É! Então! Sabia que tinha uma palavra parecida!
_ Tem! Almôndega! Aliás, o Afeganistão e a Alfândega era tudo um país só. Daí, depois dos conflitos eles se separaram. E virou tudo almôndega!
17 de dezembro de 2008
.A BANCA.
Brigadu mãe, brigadu irmã, brigadu vó, brigadu Má, Gi, Rô, Lê, Chi, Ja, Fá, Vi, Man, É, Si, Bi, Gla, Pa, Co, Cá, Thá...
Uhuuuul!
...
Passei.
15 de dezembro de 2008
Desopilando as estribeiras
E era eu, parada, esperando para atravessar a Radial Leste, a pé. E era, do meu lado, um senhor negro, rijo, educado, com um perfume ardente.
_ Olá!
_ Olá. – respondi.
_ Demora esse negócio pra gente poder atravessar, né?
_ Ah, é!
_ Sabe, eu gosto de ter gente por perto pra conversar! Acho muito importante isso.
_ Ah, sim sim. Mas é mesmo. Muito importante.
_ Você é estudante, né?
_ Sim.
_ Faz o quê?
_ Jornalismo.
_ Aaahhh...!!! Você faz jornalismo? Que lindo! Sabia que eu já saí duas vezes na Veja?A revista, sabe? Então! Quando eu vou pra minha cidade eu levo as revistas e todo mundo diz que eu tô importante. Mas lá eles não entendem muito dessas coisas. Eu sou de Salvador! Soteropolitano. Sabia que quem nasce em Salvador é soteropolitano? Fiquei com uma raiva! Lembra aquele dia do Show do Milhão que o hómi não sabia como chamava a pessoa que nascia em Salvador? Mas eu sabia, porque é a minha cidade. Eu dava pulo em casa de raiva que o sujeito não sabia. Mas fiquei pensando: aquilo tudo é combinado, não é combinado?
_ Olha... eu não sei...
_ Ah! Eu acho que é combinado! Não é possível! Teve outra pergunta também que eu fiquei com raiva. Era sobre a bandeira, “Ordem e progresso” tem 15 letras. 5 com E dá 6. Mais 9 do progresso dá 15. Não é que o cabra errou? Você assistia esse programa? Nossa eu adorava! Você assistiu dessa vez? Se lembra?
_ Não... acho que não...
_ Então, é porque eu sou professor de português e matemática, né? Eu tenho uma filha que é psicóloga e mais duas que são professoras, porque fizeram o magistério. Você sabe o que é magistério, né? Então. Pois é. Mas eu sou de Salvador. Vou te provar. Olha aqui.
_ Nossa... É mesmo... Seu RG é de Salvador. Nessa época tava só de bigode, hein?
_ É! Não! Nessa época eu tava sem barba! Mas eu sou formado em patologia clínica, sabe? Que faz exames e tal. Mas eu também sou boxeador. Daí é bom que eu te acompanho e te protejo, porque eu também sou, óh!, capoeirista. Tenho 54 anos, mas me sinto um menino! Aguento dois homens! Nossa! Você é muito legal, hein?! Muito legal mesmo, adorei você! Simpatia! Mas olha! Vai ter uma festinha de final de ano lá na firma onde eu trabalho e eles vão até doar aquelas cestas básicas, sabe?
_ Ah... puxa, que ótimo!
_ É! É bom, né? Então! Vai ser ótimo mesmo! Onde você trabalha vai ter festinha também? Aliás, você vai se formar, né? Se você me chamar... Olha, eu tô vestido assim, mas se você me chamar eu vou lindo! Eu pego a roupa mais linda do meu armário e me visto todo bonito. Vai ter festinha?
_ Ah... mas ainda falta um ano pra mim...
_ É, né? Ah... mas tudo bem. Olha, eu moro nessa rua, foi um imenso prazer acompanhar a senhorita. Nunca conheci alguém assim. Você é maravilhosa. Incrível mesmo. Não teve preconceito, viu que eu sou trabalhador, me tratou com respeito. Meu nome é Luis. Sei que não vamos nos ver até o Natal, então dá um beijo na família por mim, manda lembraça pra todo mundo lá, um feliz Ano Novo e vá com Deus, filha, vai. Foi um prazer, viu? Você é ótima.
_ Ah... foi um prazer conhecê-lo também, senhor Luis. Feliz Natal e feliz Ano Novo. Até mais!
Ao final estávamos ambos mais calmos. Senhor Luis e eu.
14 de dezembro de 2008
Ufa!
.Glauber. diz:
ok..com certeza
.Glauber. diz:
tudo que vem de vc, é aproveitável
Camila diz:
"aproveitável"
Camila diz:
ah..puxa... devo agradecer? isso foi um elogio?
.Glauber. diz:
a palavra não soa bem né?
.Glauber. diz:
não falei de maneira xula
.Glauber. diz:
desculpa
Camila diz:
definitivamente não
Camila diz:
rs
.Glauber. diz:
posso trocar?
Camila diz:
desculpado
Camila diz:
vai lá
Camila diz:
tenta denovo
Camila diz:
rs
.Glauber. diz:
hauhauaha
.Glauber. diz:
olha lá....
.Glauber. diz:
uahuahuahuaaa
.Glauber. diz:
to rindo muito aqui
.Glauber. diz:
uahuahuahahauaha
.Glauber. diz:
calma ae, não é essa a palavra
Camila diz:
rs
.Glauber. diz:
é que foi tão seco que eu não to me aguentando rs
Camila diz:
hahahaha
Camila diz:
rsrs
.Glauber. diz:
bom, aproveitável pode ser substituído por "tudo que vem de vc, me acrescenta"
.Glauber. diz:
é nesse sentido, de soma
.Glauber. diz:
rs
11 de dezembro de 2008
Esquisitices
Não conhecer um desconhecido e, ainda assim, reconhecer suas virtudes e adorá-lo.
Constatar que numa prova para a qual você estudou em grupo, o grupo foi mal e você se safou do exame.
Não tomar leite no café-da-manhã porque acabou o nescau.
Ficar sem ouvir o celular tocar por uma semana.
Receber comentários anônimos no seu blog e passar o dia pensando em quem terá sido.
Professora avaliando o trabalho de um trio, sendo que duas pessoas ficam com média e uma fica sem nota suficiente. “Péra. Deve haver uma explicação...”
Ser assaltado e negociar com o sujeito. “Bem, vamos conversar. Eu tenho aqui R$ 30,00. Dez pra você e vinte pra mim, pode ser? Bom, o dinheiro é meu, fui eu que trabalhei, fui eu que ganhei. É pegar ou largar!”
Ouvir uma mentira que você sabe que é mentira e a pessoa que está contando a mentira sabe que você sabe que é uma mentira deslavada, mas ainda assim segue em frente. “Vou ao show, mas é pra fazer uma matéria, não é pra me divertir...”
Ficar até 3 horas da manhã estudando... com a sua irmã. Porque ela tem 4 exames para fazer, está desesperada e você não consegue dizer “se vira aí mina”.
Ouvir alguém dizer ao telefone que “nós estamos fazendo” e saber que significa “a Camila já tá vendo isso, mas eu vou pressioná-la pra ver se acaba mais rápido, pódexá”.
10 de dezembro de 2008
9 de dezembro de 2008
Inexprimível expressão
...Porque quase não é possível conviver com a responsabilidade de se estar sendo observado, de ter um rosto, de ter uma identidade e, ainda por cima, de ter um blog, orkut, myspace, T-global, facebook, msn...
“A observação passa a ser o mecanismo mais sutil de controle na medida em que identifica as ações e o agente. Diante do olhar especulativo de um controle invisível, tudo o que não é obrigatório torna-se proibido. O olhar é a garantia de um comportamento esperado.”
L. M. Sá Martino – Comunicação: troca cultural?
7 de dezembro de 2008
Sem celular.
A última vez que o vi foi quando disse “coloca no seu bolso pra mim?”.
Daí foi-se para nunca mais.
Se conselho fosse bom não se dava, vendia. Estou vendendo este aqui: “nunca peça para alguém guardar qualquer coisa pra você no bolso quando se trata de um show onde tem bate-cabeça.”
Se estiver interessado em comprar este conselho entre em contato.
Mas não por telefone.
5 de dezembro de 2008
3 de dezembro de 2008
...que já passou da hora.
É um quê que começou com um q, até que virou um quê inteiro, só pra me remoer o juízo.
E, como se não bastasse, ainda deu cria.
Daí virou vários, dando voltas na minha cabeça.
Pensei em princípio de matar todos eles. Com inseticida. Jogando a latinha.
Depois achei melhor esmagar com o chinelo mesmo, já que lata não é ecológica e tem também esse tipo de quê dando cria aqui dentro.
Mas eram muitos e eram tantos que não chegou providência.
Daí, quando assumi que remediado estava, caí.
Na insônia de não esvaziar nada, caí. Da cama pro chão. Do mar de rosas pro botão, que disse mal-querer-me nesta estação.
Um desenho de tudo e nada se fez em branco-e-preto na parede que eu mirava. Alvo das falhas, todas, projetadas.
E os quês ali, subindo, enquanto eu descia.
Era como se fossem balões inflando, nutridos das desventuras de uma deusa usando roupagens ridículas de humana.
Humana.
Por quê o retrato do humano é a solidez da sordidez?
...E os quês fazendo festa em todos os becos de clareza falta
Preenchendo os ocos de ecos
Soprando pro ar as convicções leves demais pra durar.
Ao final eu toda era um quê de desavença.
Bem-aventurança é dádiva dos excluídos do litígio.
No limbo, do enfado se (res)guardam os superiores de alma puritana.
Os desgastados ficam do lado de cá da mediocridade.
Contando quêzinhos antes de dormir...
2 de dezembro de 2008
Você sabia que...
Por isso, não faça isso.
E não pergunte como sei disso.
1 de dezembro de 2008
30 de novembro de 2008
Geração saudosista
_ Sua estante tá cheia...
_ Sim.
_ Olha... Que isso?
_ É uma ampulheta.
_ Posso ver?
_ Pode.
_ Posso pegar na minha mão?
_ Pode.
_ Pra quê serve?
_ Pra marcar o tempo.
_ Posso pegar pra mim?
_ Não.
_ Aonde você comprou?
_ Eu não comprei. Eu ganhei de presente.
_ Ah... Mas você sabe onde vende?
_ Até sei. Por quê?
_ Quando você encontrar vendendo, compra uma dessa pra mim? É que eu tô precisando...
_ Você? Tá precisando de uma ampulheta?
_ Aham!
Que coisa, não?
27 de novembro de 2008
25 de novembro de 2008
24 de novembro de 2008
Notícias de mim
Ouvi dizer que o tempo no Rio de Janeiro está tão ruim quanto em São Paulo. Não posso confirmar. Só sei que no Rio está bem ruim.
City Tour no Rio é ver cenário de novela ao vivo. Barra, Ipanema, Copacabana, Leblon. Engenho de Dentro, Antures e Rocinha ficam só nos noticiários.
No quarto do hotel tem um rádio-relógio impossível de ser domado. E ele projeta no teto uma luz vermelha no formato de uma cruz estranha, quando as luzes estão apagadas. Lembra o símbolo dos fingermen (informe-se: V de Vingança).
Ter franja é legal. Rian veio me dizer que pareço ser do país dele. Tailândia.
_ No, no, thanks. I’m brazilian.
_ It doesn’t seem.
_ Brazilians have a lot of faces. We never seem to us.
Sugeriram também que eu fosse espanhola, japonesa... Estou analisando as sugestões ainda.
22 de novembro de 2008
Brokenfast
_ Uhum...
_ Quer pão? Mas é de ontem. Você come pão de ontem?
_ Ah... tudo bem... Tem outra coisa?
_ Tem: pão de anteontem.
Rárá!
Bem humorada essa pessoa...
_ O pão de ontem tá legal. Vai esse mesmo... Dá pra colocar no microondas?
Adoooro essas piadinhas matinais.
Sério mesmo!
21 de novembro de 2008
A sério demais
Today's fortune: Study as if you were to live forever. Live as if you were to die tomorrow.
20 de novembro de 2008
(in)justificativas
[pause na cena]
No feriado eu não podia descansar, porque tinha uma monografia para terminar. Mas, pelo menos, não precisaria acordar cedo. Pra relaxar decidir ler. Uma leiturinha teórica, só pra desestressar.
“Dicionário do pensamento social do século XX”
[play]
...Bem... talvez existam outros motivos... Mas não só por causa disso!!!
19 de novembro de 2008
ZZZZzzzzZZZzzz.....
Quando eu era pequena, o dia terminava todos os dias. Era só dormir que o mundo esperava eu acordar pra continuar girando. Agora não.
Você, querido leitor, pode até ter sentido falta de mim nesses últimos 3 dias. Mas essa sensação é falsa. O dia marcado aqui acima e logo abaixo, nas outras postagens, é uma mentira.
O dia nunca acaba. Ele só escurece. Não faz 3 dias que não escrevo. Faz só um tempo.
Por isso é que eu digo que as ampulhetas são mais úteis. Elas são mais exatas! Essa história de dividir o tempo, certinho, em horas, minutos, segundos, quebra nossa percepção da continuidade.
A gente tem que almoçar quando está na hora (não quando sente fome de verdade), tem que acordar quando está na hora, tem que sair e voltar na hora, tem que chegar na hora... Tem que dormir quando o dia acaba...
Mas é tudo um dia só, que escurece e depois clareia, que muda pra gente não enjoar...
...
..
.
(ronco)
16 de novembro de 2008
Condão dos autóctones
Nada que defina(-me) é preci(o)so(!)
À parte isso, (por quê não?) tenho (em mim)
todas as palavras do mundo (sob) aos meus (devaneios) pés.
Concretudes do etéreo-demais pra caber no paradi(gma)so (perduto).(..)
15 de novembro de 2008
Vergonha alheia
Tava assistindo TV e vi uns casos lá.
Mó saia justa. Não tem como.
Teve uma menina que se declarou pro professor da academia. O cara até beijou ela, mas tive a nítida sensação de que era só para não decepcionar os expectadores e, mais ainda, a apresentadora, uma loiraça que tinha ido até lá só por causa dele...
Também teve o caso de um cara que tentou se reaproximar da ex-namorada. Resultado:
_ Não quero aparecer na TV! Sai daqui! Me deixa em paz! Ele é um louco! Fala pra ele parar de me perseguir! Não aguento mais! Não quero ver ele de novo nunca mais!!!!
E os bem sucedidos...
_ Eu tô aqui pra dizer que te amo, que você é o homem da minha vida e que eu desejo passar o resto da minha vida do seu lado, porque eu te amo muito...
_ Obrigado.
Apresentadora:
_ Isso é o amor!!!
Isso é o amor?
Não, obrigada... Tô legal, valeu.
14 de novembro de 2008
Reflexão Profunda, n. 432.890 - 6x
As estimativas apontam para cerca de 70 mil refugiados doentes e 100 mil sem qualquer assistência. Nos campos faltam medicamentos, água potável e a cólera é uma ameaça permanente." (new)
Mas como diz o grande pensador do for all music, Beto Barbosa, “SER FELIZ, É UMA OPÇÃO”.
É isso aí!
13 de novembro de 2008
Frases (a)típicas que os homens dizem imediatamente antes de perder uma mulher
_ Não, eu não me importo.
_____________________________________________
_ Eu vou te levar num lugar muito importante pra mim...
(Motel em região desabitada de Itaquera)
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_ Você é a mulher da minha vida, juro! Eu sempre sonhei que a mulher da minha vida teria canela grossa!
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_ Você só ficou comigo porquê eu te dava coisas!
_____________________________________________
_ Se você não ficar comigo tudo bem! É porquê eu não fui bom o bastante...
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_ Ah, me poupa! Eu tenho padrão estético!
_____________________________________________
_ Ah... não importa que você disse não. Com mulher tem que ser assim!
_____________________________________________
_ Mas o que você fez? Que horas você foi? Que horas você voltou? Quem tava lá?
11 de novembro de 2008
Histerias Urbanas (amenas)
_ Não, obrigado.
_ Então me dá dinheiro.
_ Não vou dar nenhum centavo.
_ Eu tô armado.
_ Legal, deixa eu ver.
_ Me dá seu celular!
_ Já disse que não vou dar nada.
_ O negão vai te furar.
_ ...
De acordo com o relato da vítima, um dos acusados puxou o celular do bolso.
_ O quê você tem no outro bolso?
_ É... ... Nada?
_ Pega o bilhete único dele!
_ Eu vou chamar a polícia.
_ Vamo embora negão!
É isso que eu chamo de uma experiência comunicativa interpessoal com baixo nível de trocas informativas de teor emocional...
9 de novembro de 2008
Por isso é que eu digo que gosto da lógica
E o olhar hiper sagaz do crítico iluminou a questão:
_ Bem, esse é um ato inaceitável, primitivo E não-civilizado.
Grata. Isso quer dizer que sou gente E não sou bicho, que sou racional E não sou burra.
Uhul!
8 de novembro de 2008
Exercício narrativo (alternativo)
E o cara tava ali, mas não podia mais, tava osso.
Daí ele levantou assim... pá... pegou o casaco... foi procurar o negócio que ele largou num lugar que não lembrava aonde. Olhou, olhou, mas não viu não.
Sentiu um coiso estranho no corpitcho, de frio ou medo, sei lá. O mundo todin, assim, de repente, era demais pr'um cara assim, um lixo. Mó treta.
Largou tudo no chão mesmo. E percebeu que tava úmido e frio fora do casaco. O corpitcho tremeu de novo. Sentiu o futun dela. Deu risada.
Daí que não podia mais esperar e ficou doido!
Riu de novo. Foi correndo pelado pela casa até o banheiro, de pé no chão, fazendo barulho. Abriu o chuveiro. A água ajudou a relaxar. Ficou ali, curtindo aquilo, sabe? Com a água na cara, quase engolindo e cuspindo de novo como se fosse baba, com coração empolgado, fazendo ziriguidun no peito magrelo.
Saiu fazendo mó zueira, molhando tudo, um lixo. O ó do borogodó, escorregando, segurando pelas paredes, quase caindo, na correria.
Abriu o guarda-roupa e viu que não tinha quase nada. Que lixo! Encontrou qualquer coisa que lembrava uma camisa, uma calça e foi aquilo mesmo. Colocou o sapato enxulezado.
Pensou no carro, daí se lembrou de uma piada e não pensou mais.
Catou as chaves. A do carro foi pro bolso e a de casa usou pra fechar a porta e enterrou no vazinho de fora, como se não fosse um lixo de esconderijo pra chave do ap.
Desceu fazendo pensamento positivo pro elevador ir logo.
Daí chegou lá embaixo e pá, deu oi pro zelador num desengonço só e se foi.
7 de novembro de 2008
Exercício narrativo
Levantou-se. Envolveu-se num casaco qualquer e caminhou procurando o que havia perdido. Olhou em todas as direções e não encontrou nenhum vestígio.
Sentiu um arrepio de frio ou de medo. O mundo inteiro para si, de repente, o pareceu grande demais. Largou o casaco vagarosamente deixando-o cair no chão empoeirado. Sentiu a umidade, a temperatura. O corpo tremeu mais. Não de medo ou de frio. Sentiu o cheiro dela. Sorriu.
Agora que sabia, não podia mais esperar nem um segundo.
Riu alto. Correu para o banheiro fazendo barulho com os pés descalços. Abriu o chuveiro. A água quente confortou os músculos contraídos. Permaneceu ali por alguns minutos, com a água escorrendo, o rosto feliz, o coração batendo rápido.
Saiu molhando o chão de todo o lugar, escorregando, segurando pelas paredes, andando rápido de um canto pra outro.
Abriu o guarda-roupa semivazio, com aspecto de abandono. Encontrou uma camisa qualquer, uma calça qualquer e decidiu que serviria. Recolocou os mesmos sapatos.
Pensou no carro, mas se lembrou de tudo rapidamente.
Pegou as chaves. As do carro colocou no bolso. As do apartamento usou para trancar a porta quando saiu e as colocou no lugar super secreto de sempre: enterrado no vaso de flores ao lado do elevador.
Desceu fazendo pensamento positivo para que o elevador passasse milagrosamente mais rápido pelos treze andares restantes.
Chegou, enfim.
Cumprimentou o zelador do prédio desajeitadamente e seguiu seu passo firme.
6 de novembro de 2008
5 de novembro de 2008
Dificuldades geográficas
Na Itália.
4 de novembro de 2008
Auto-explicativo
A.F. – Auxiliou criativamente na elaboração do layout, enquete e logo. Executou três pautas.
Camila Caringe – Auxiliou criativamente e graficamente na elaboração do layout, criou elementos que o compuseram (botões, marcações das editorias, agenda, enquete), padronizou as páginas, inseriu imagens e links, diagramou as próprias matérias e de companheiros, formatou as matérias do grupo e o presente relatório, além de desenvolver o escopo do projeto. Escreveu os textos e diagramou as páginas dos quatro links do menu horizontal. Executou duas pautas.
F. M. – Auxiliou criativamente na elaboração do layout, enquete e logo. Executou três pautas.
G. T. – Auxiliou criativamente na elaboração do layout, enquete e logo. Executou duas pautas.
L. V. – Auxiliou criativamente na elaboração do layout, enquete e logo, diagramou suas próprias matérias. Executou duas pautas.
M. N. – Auxiliou criativamente na elaboração do layout, enquete e logo, diagramou suas próprias matérias. Desenvolveu o texto para o link 'Agenda'. Executou duas pautas (com fotos próprias).
R. B. – Auxiliou criativamente na elaboração do layout, enquete e logo, diagramou suas próprias matérias. Executou duas pautas.
V. B. – Auxiliou criativamente na elaboração do layout e enquete, desenvolveu desenho e conceito do logo, diagramou suas próprias páginas. Executou duas pautas.
2 de novembro de 2008
Tipicalidades do findi
_ Eu nem me lembo maaaiiis...
Fazia um tempo já que meu vizinho não se apresentava para nós, da comunidade, em seu inevitável karaokê.
_ Ficam uuuu... lembo maaaiiis...
Mas dessa vez foi especial. Era um dueto!
_ Quanto tempo, eu já nem seeeiii... cando... ondi... que vaaai!
E, provavelmente, a criatura que não era ele não devia ter muito mais do que uns 3 anos...
_ Eu nem me lembo maaais... eu nem me lembo maaaiis... eu nem me lembo maaaiis...
1 de novembro de 2008
31 de outubro de 2008
...consigo mesmo.
Conheço gente que faz da sua fraqueza (exposta) a sua força (questionável). Mas eu prefiro ser (como seja) fraca. Assim, a fraqueza rende, ao invés de ser ela própria, uma força (inquestionável): a honestidade...
30 de outubro de 2008
ass.: tchuri tchurim funflai
Tenho aqui algumas inscritas pré-selecionadas:
1) defenestração (me lembra uma nefasta tração em déficit, ou algo assim...)
2) culicídeo (como não sei a faixa etária dos visitantes do blog, melhor não citar ao que remete esta aqui)
3) crocitar (fácil! Crocodilo quando cita! Manda outra!)
4) trocista (como diria Leda Maria, celebradíssima em Os Aspones, “é um típico colocador de troço pra fora”)
5) anódino (sem nó do tino)
6) espavorir (tipo um espasmo, só que meio rindo, sabe?)
7) pleistoceno (alguém acenando de um pára-peito que é um dos catetos da hipotenusa)
8) leguelhé (que lhe faz lelé)
9) bodegueiro (esbagaçado)
10) renitente (que tem renite novamente)
Mas a top topo é...
...Tchãrãrãrãm…
VerBorraGia… (eca!)
29 de outubro de 2008
RE EStruTUranDO
_ O que você faz quando sente saudade?
E outra pessoa considerou:
_ Saudade é a palavra mais bonita do dicionário.
Tentei resolver mais essa questão:
_ Ah... você vai ver a pessoa e mata a saudade!
_ Mas e se a pessoa estiver longe?
_ Você sai correndo e vai ver ela!
_ E se ela estiver muito longe?
Alguém questiona:
_ A pessoa morreu? Daí não tem jeito...
Concluo:
_ Ah! Saudade é a pior coisa que existe! É horrível! Odeio saudade! E se a pessoa estiver em outra cidade? E se a pessoa estiver em outro país? E se a pessoa simplesmente não quiser te ver? Ah... desencana! Sai fora! – e não foi difícil continuar reelaborando o que estava fazendo. Nem foi difícil lembrar do assunto outra vez. Saudade só é boa quando acaba. É uma ternura sem fim que não deixa nem sentir raiva nem repulsa, mas alimenta um qualquer coisa bonito que, por ser bonito, é também triste. É a inconcretude do que não é, mas poderia ser, palpável. É o que provoca a vontade de querer ver e tocar o que só se pode lembrar. É uma sanidade se esvaindo, inconformada com o que não há. Isso é que enlouquece! Essa coisa que é linda e dolorosa ao mesmo tempo. É o que vai tornando ébrio o que era convictamente sóbrio, até sobrar só impulso.
É por isso que no inglês eles dizem somente “I miss”. E isso serve pra tudo.
I miss minha caneta.
I miss meu marido que morreu.
I miss minha torta de morando que eu tinha deixado na geladeira.
I miss meu vinil do Elvis.
I miss you.
Como pensamento é linguagem, a linguagem molda o pensamento. Assim sendo, se eu uso a mesma estrutura para expressar que sinto falta do controle remoto da tv e sinto falta do meu melhor amigo, fica mais fácil encarar a falta. É só uma coisa a mais que não está. É a vida. Ótimo. Bola pra frente.
Saudade é mesmo a pior palavra do dicionário.
27 de outubro de 2008
Imaterial
Há quem diga que é imprudência. Eu digo que é amor. Ou desejo. Ou os dois. Nada que um sofá e um miojo não alcancem com a cura.
Faltei em outros lugares para estar onde estou. Imprevisíveis consequências da escola das escolhas rotas. Cítara.
Hilda me emprestou suas palavras para esta resposta minha:
Pulsas como se fossem de carne as borboletas
E o que vem a ser isso? perguntas.
Digo que assim há de começar o meu poema.
Então te queixas que nunca estou contigo
Que de improviso lanço meus versos ao ar
Ou falo de pinheiros escoceses, aqueles
Que apetecia a Talleyrand cuidar.
Ou ainda quando grito ou desfaleço
Adivinhas sorrisos, códigos, conluios
Dizes que os devo ter nos meus avessos.
Pois pode ser.
Para pensar o Outro, eu deliro ou versejo.
Pensá-LO é gozo. Então não sabes? INCORPÓREO É O DESEJO.
25 de outubro de 2008
Eu, ela, nós, eu, ela, ela
Este é meu Buddy Poke no Orkut. Agora você pode me abraçar, beijar, dançar comigo, me oferecer uma carona, fazer um dueto romântico, brincar, podemos bater os quadris, lutar num duelo de espadas mortal, meditar, fazer ginástica, dormir, levitar, nos cumprimentar, enfim! E eu, que gosto tanto do face to face, perdi-me na (falta de) noção dessa existência insustentável. A insustentável não-existência, aparentemente cômoda e liberta, se converte em prisão. A falha de eu não ser mais eu. Eu sou ela. Ela é eu. E o outro você pode abraçar ela. Ou seja, nos abraçamos. (?) (!)
24 de outubro de 2008
23 de outubro de 2008
Voc-A-ção
Comunica
a comun
comuna
numa
ação
unica com
uma canção
como imã,
a noção uni,
muni oca munição,
caça o coma.
Adoro brincar disso!
22 de outubro de 2008
monoGrafando - Uma Palhinha
E ainda tem o antes, o depois, o espaçamento duplo, parágrafo justificado, em Times, 12, paginado, margens superior e esquerda de 3 cm, inferior e direita de 2 cm, normatizado segundo a ABNT 2002 (não vale ser 2001 nem 2003, nem qualquer outro ano), no papel A4.
Óh vida!
21 de outubro de 2008
ass.: eu
19 de outubro de 2008
"Mar... com você qualquer fundura dá..."
O fato é que tem pessoas que morrem em vida. Não porque de fato se extinguiram, mas porque escafederam-se de nós, esvaneceram-se, a lembrança empoeirou-se e fez virar pó o que era vida.
Daí parece que o mundo dança...
“Bota a mão no joelho, dá uma abaixadinha, vai mexendo gostoso...”
E, quando nada mais faz sentido, as pessoas tornam. É outra dualidade tempo-espaço, é outro ar, é outra biosfera, é outra pele, é outro rumo.
Aqui, neste nível do mar, a melodia é outra...
“Quando eu olhar pro lado eu quero estar cercado só de quem me interessa...”
17 de outubro de 2008
Estou tentando dizer
16 de outubro de 2008
Maldições
Sabe aquele dia que você tá superhipermegaultramasterblaster-uhul com vontade de comer uma panqueca? Então. Daí fui e pedi a panqueca. E ela veio. De frango com catupiri, muzarela e molho em cima. E tava eu no mó pique, comendo.
...
...
Eis que pousa uma mosca.
...
Tentei afugentá-la. Sem sucesso.
Fiquei contemplando a bela, passeando em cima da minha panqueca.
...
Dei a panqueca pra mosca. E amaldiçoei as próximas 100 mil gerações da família dela.
Tomara que tenha morrido empanturrada de panqueca!
15 de outubro de 2008
Esta Sorte na mídia
Quem digita o nome deste blog no Big Boss Google, recebe nada menos do que 8.160 resultados para a busca. Quem digita o nome da autora desta Sorte, encontra 2.440 referências, desde postagens, até comentários em blogs alheios, matérias assinadas e até uma tal de Ana Camila Caringe, advogada (nunca a vi mais gorda, nem menos, porque nunca a vi).
De acordo com os relatórios Analytics, esta sorte foi visitada recentemente por 7 países e 56 cidades só no Brasil (incluindo São José dos Campos e Lavras!).
Os que nos acharam sem procurar, digitaram no google palavras chaves interessantes: "sexy porens", "textos sexy", "adoro acordar cedo", "coisas que ninguém quer ouvir na superfície" (?), "como eu mando vírus para orkut", "como fazer dados viciados", "como fazer pokito com o diabo" (acho que a pessoa quis dizer pacto!), "cor de cabelo da sorte", "esforço físico exagerado", "eu quero ver briga de galo", "frases para falar quando seu beijo eh bom", "minha sorte de amanhã", "o ruído e a redundância", "ônibus para avenida ibirapuera", "playboys na praça é nossa" (what a hell...?), "psicomaníaco", "receita de shake caseiro", "significado de verborragia" (!), "taxi perto do autódromo", "texto que pulando"(?), "vício em aprender"(!), "vírus do orkut cor-de-rosa", "camila caringe" (ufa!).
Bem, o universo da web é mesmo muito grande. Mas legal mesmo é saber que a gente atinge quem a gente atinge:
14 de outubro de 2008
13 de outubro de 2008
Inusitadas 35/789442
Imagina que o parque fica no meio de uma metrópole...
Daí que você tá andando, tranquilamente...
E ouve um barulho de macaco.
Você olha pra cima esperando ver um macaco.
Mas o que vê é uma pessoa semi-mascarada, fingindo ser um macaco.
Então você repara... e percebe que tem mais duas pessoas trepadas nas árvores ao redor, também com o rosto parcialmente coberto, olhando para as pessoas caretas que preferem passear no parque andando no chão mesmo...
Daí que você não entende nada, mas gostaria de entender.
Imagina você que essa pessoa era eu...
Imagina o quanto eu não ficaria grata se você recebesse alguma notícia sobre isso e resolvesse, generosamente, compartilhar comigo???
12 de outubro de 2008
Não é engraçado
10 de outubro de 2008
Panaceia
Você, que está aqui, no blog, não está aqui, comigo. Está aí, sei lá onde. O espaço que aqui está - blog - não o localiza realmente, só virtualmente.
É bonito aqui. E aí? Como é?
Inusitadas
_ Oi Camila! Isso aqui é seu?
_ Nossa! Minha pasta, meu livro e meu negócio de prender cabelo!
_ Tó!
_ Obrigada...
_ De nada.
_ Onde tava?
_ Na outra sala. Acho que você esqueceu lá.
_ Nossa... Mas como você sabia que era meu?
_ Ah! Só você que lê esse tipo de coisa!
"Estamos numa sala de jornalismo. McLuhan não devia ser assim tão atípico", pensei sem dizer. Não me lembro de ter trocado nenhuma palavra anteriormente com a simpática colega. E ela me reconheceu.
Por um livro.
Do McLuhan.
No terceiro ano.
De jornalismo.
8 de outubro de 2008
6 de outubro de 2008
Histerias Urbanas, pág. 783, Vol. 10
Sem guarda-chuva.
Logo, não está seco.
Seu ônibus passa em longos dez minutos.
Você dá sinal pra ele.
O motorista te olha, mas fica com preguiça de desacelerar, parar, abrir a porta, engatar a primeira e sair de novo. Prefere aproveitar o embalo da descida.
Você percebe que um pensamento cruel perpassou pela mente doentia daquele sujeito investido do poder do transporte público. Acena novamente. E ele passa.
30 minutos depois um outro ônibus ainda não passou, o que o obriga ao super Plano B, que não envolve atitudes Winehousesistas, como socar alguém em público, beber, chutar ou contar seus problemas a ratinhos de estimação, depois de ter cheirado "giz".
O super Plano B envolve pegar um outro ônibus - errado no Plano A, revisto e reaproveitado - e suportar um trânsito muito eloquente que anuncia o estado do metrô na pior estação, no pior horário do pior pico. Ou seja, fazer o mesmo trajeto no tripo do tempo.
Depois não sabem porque as pessoas se matam. Entre si, claro (talvez o suicídio tenha uma outra explicação plausível).
Eu não me mataria. Mas talvez não fosse tão condescendente com os outros seres humanos que competem comigo o mesmo centímetro quadrado.
Se dois corpos não ocupam o mesmo lugar no espaço, não chamarei o táxi para o outro coisíssima nenhuma.
E, imbuída de pensamentos inconfessáveis, cheguei, em formato enlatado, ao destino.
5 de outubro de 2008
Porque estou numa democracia não sou livre
Por causa disso fui gentilmente contemplada com a não-escolha de passar o domingo inteiro como mesária.
Divertido até a medula!
4 de outubro de 2008
Would you?
3 de outubro de 2008
2 de outubro de 2008
Só mais uma de amor...
_ Mas ele teve medo.
_ Eu também tive quando o fiz. E mesmo assim fiz. - responderia o Deus, insensível diante de meus argumentos.
_ Mas veja os braços dele! Com essa idade e são maiores que os meus! Ele trabalhou! Veja os cabelos e a barba branca, veja as dobras no rosto e no corpo todo, olhe a respiração ofegante e a fragilidade, Deus! Este senhor merece o céu!
_ Só haveria de ter porque eu criei o céu, criei ele e tudo o que existe. E ele? Não pôde sequer criar seu próprio céu com tudo o que lhe dei! Precisa agora do meu!
E eu, já no fim de minhas idéias, responderia sem forças e sem esperanças, mas tomada de compaixão não só por aquele homem, mas pela humanidade inteira e por tudo o que não é humano também, responderia àquele Deus divino, que obviamente não poderia mesmo ser humano:
_ Mas você era um Deus então. Ele... era só um homem.
E Deus, inexplicavelmente, enviou-lhe para o seu céu.
1 de outubro de 2008
Da CET
Pois Control+C/Control+V na mensagem oficial:
30 de setembro de 2008
a_to-amp_tação
Uma das formas de isolamento é criar contra-irritantes, ou seja, fontes de prazer.
Outra forma é se auto-amputando.
Sim. A roda surgiu para atender às demandas. Com isso, "amputamos" nossos pés (ou inutilizamos os mesmos em sua função primeira). Não somos mais (tão somente) carregados por nossos pés.
Da mesma forma criamos apêndices de nós (arte, tecnologia, acessórios, formas de comunicar e interagir) na tentativa de retornarmos à estabilidade psíquica.
A verbalização é uma forma de restabelecer nosso sistema nervoso central quando este foi abalado por um choque, no caso, de realidade.
Talvez isso justifique o fato de este blog ter já 3 anos, 2 meses e 266 postagens.
Auto-amputei-me muito.
Por quê será?
29 de setembro de 2008
Improváveis II
Alguém na cidade já atendeu uma ligação do Rogério Ceni, além da esposa, da mãe e do empresário dele. Alguém ganhou na loto. Alguém continua recebendo boletins da CET em seu e-mail pessoal.
E, para completar a semana que mal começou, alguém na cidade ficou sem gmail, google, youtube, orkut, blogspot e analytics no dia de hoje.
Como desgraça pouca é bobagem, devemos lembrar que até meia-noite é só segunda-feira!
28 de setembro de 2008
Explicações
Não não não!
Meu pedido de desculpas...
Quanto à pesquisa que tem levantado suspeitas, inventei mesmo um especialista que concordasse comigo, já que não é possível reunir em torno de mim aqueles que concordam, simplesmente porque não os conheço!
Márcia Tiburi ensinou pessoalmente a mim uma vez: "Ironia boa é aquela que ninguém percebe", depois de Saint-Exupery dizer na voz de seu principezinho que "adultos adoram números". Até dei a dica de que 10 milhões de pessoas foram analisadas in loco...
27 de setembro de 2008
Improváveis
Há uma semana estou recebendo boletins da CET no meu e-mail pessoal.
Não. Não fiz nada para que isso acontecesse, nem sei como fazer para isso parar.
Ocorrência: Acidente com vítima
Sentido: Vila Mariana
Envolvidos: 3 Autos
Ocupação: Faixa Central e Direita (faixas 2 e 3 de 3)
Ocorrência: Acidente com vítima
Sentido: Marginal
Envolvidos: Auto e muro
Ocupação: Não informado
25 de setembro de 2008
Fluxograma
24 de setembro de 2008
Histerias urbanas
Na faculdade, candidatos se aglomeram como urubus nas portas, cercando os alunos de brindes e sorrisos.
Ontem foi a vez de um gentil eleitorável distribuir seu panfletos coloridos. Mas, mais do que isso. Alguma coisa vermelha e branca gigante balançava com os bracinhos abertos e as mãozinhas chacoalhando, assustadoramente.
Quando passei pela coisa, eis que ouço uma voz:
_ Me dá um abraço?!?!?!
Ignorei.
Foi a vez da minha amiga passar:
_ Me dá um abraço?!?!?!
_ Nãããããããoooo!!!
Poxa... a coisa até murchou...
Falei para ela! Não precisava falar assim também, né?!
23 de setembro de 2008
Plantão!
A pesquisa foi realizada com 10 milhões de indivíduos sendo aplicados questionários, análises clínicas, exames psicológicos, observação “in loco” e teste de QI. O processo ainda está em fase de conclusão e deve demorar mais alguns anos.
De acordo com Robert M. P. S. F. Gerringtsow, os resultados prévios apontam que os mais qualificados intelectualmente seriam aqueles que, supostamente, teriam maior capacidade de envolvimento, não necessariamente com o sexo oposto, mas com um outro ser humano. Isto porque as pessoas têm suas experiências incrementadas a partir do compartilhamento das experiências alheias. Logo, aquele que se envolve, aprende e cresce com o outro através de processos mais intensos e rebuscados.
Este foi um informe exclusivo do DataDados. A informação em primeiro lugar!
21 de setembro de 2008
Vox populi
Hakuna, então! Obrigado a você que participou da apuração desta pesquisa de extrema relevância social e política. Principalmente agora, nessa época de eleições e agora, agora, que a Terra está passando por transformações...
19 de setembro de 2008
Vamo respeitá a experiência de mais um colega - A saga continua
As novas tecnologias da informação modificam, criam e recriam novos espaços de atuação. A presença virtual substitui o encontro pessoal. As inter-relações, ao mesmo tempo que se intensificam, do ponto de vista da versatilidade, rapidez, fluidez e eficiência, esfriam quando passam a depender exclusivamente do contato on line, que é líquido, evasivo e abre portas para a incorreta ou parcial interpretação do conteúdo das mensagens transmitidas.
Esperto mesmo é quem sabe usar as tecnologias a seu favor e complementa suas relações aumentando a superfície de contato com o outro, favorecendo interfaces e as novas experiências proporcionadas pelos novos ambientes e possibilidades de interação. O colega foi vítima da sapiência alheia. Peça do próprio jogo. Motivo de nossa alegria de hoje. Vamos agradecê-lo!
16 de setembro de 2008
Óh minhas rugas de preocupação!
Não. Não há muitos professores que eu admire e sim, posso contá-los em uma mão.
Não. O ar não tava menos poluído hoje.
Sim. Está bem frio na cidade onde eu moro. E eu não estou preparada com a camada de gordura que os ursos polares usam entre os órgãos. Preciso de alguns meses para conseguir uma camada dessas. Até lá já vai ser verão.
Não. Não cumpri minha agenda. Tenho uma série de trabalhos por terminar.
Sim. Hoje deu curto circuito de novo onde eu trabalho. E, mesmo tendo 234.987.467 de coisas pra fazer fiquei deitada no puf laranja descansando os olhos.
Sim. Tenho que apresentar meu projeto de pesquisa na segunda-feira e não, nem fiz minha apresentação de Ppt ainda.
Mas... Tô nem aí!
Só não estourem a bolha, please.
Imagem gentilmente cedida por ToadaTalhada.
O copyleft foi autorizado com exclusividade a este blog sem cobrança de encargos.
Os mais sinceros agradecimentos destes Dados Viciados.
A ilustração é meramente ilustrativa.
15 de setembro de 2008
Pra isso
Uma das coisas mais comoventes que já vi. Faz-me lembrar pra quê serve a música, pra quê serve a arte, pra quê servem as novas tecnologias... Pra quê servimos nós.
14 de setembro de 2008
Das relações (todas elas)
12 de setembro de 2008
10 de setembro de 2008
9 de setembro de 2008
Eu também escrevo errado
Os segundos escorrendo e eu dentro deles. Poeira cósmica diluindo numa ampulheta.
Era a minha juventude que não servia de nada.
E o que restou foi um rolo compressor de poesia, cheiro e histórias.
Só fiz juntar os cacos de tudo e guardar na mochila.
Tempo-espaço nunca foi tão estreito, porque agora é sempre o maior que nunca.
7 de setembro de 2008
Porque aqui a estrela é você!
Eis então os comentários de um leitor que, apesar de fazer uso constante do espaço aberto, estendeu-se por e-mail. E meu chegado teve a coragem:
“Cá! Adoro seu blog. Leio sempre. Tá favoritado aqui. No mozilla tem uma opção que toda a vez que eu entro em uma nova "aba" ele aparece os meus favoritos. Então todo os dias eu passo lá pra dar uma olhada. Desculpe não comentar sempre... nem sempre eu sei o que comentar... ou as vezes não entendo. A maioria dos textos têm um tom de deboche... gosto disso. É como se alguém te desse a chave que abre as portas do mundo, mas antes de entrar, vc pára num bar e toma uma pinga. Tipo! Entende? Não que vc vá fazer isso... é so um comparativo. Tem uma coisa grande nas mãos... mas tbm nem ligo. Te explico melhor quando eu te achar. [...]”
Confesso, amigo, que bebo. Mas tenho que dizer que, embora já tenha tomado um pileque memorável de caipirinha, prefiro vinho. Smirnoff na saída da facu também rola. Mas bem-de-vez-em-quando-quase-nunca. Agora, pinga... Bem... É claro que se eu tiver mesmo a chave que abre as portas do mundo, provavelmente repense meus conceitos quando perceber isso. Até lá me prefiro sóbria. Não que eu vá mesmo fazer “isso”. É só um comparativo. Quanto à "coisa grande que tenho nas mãos", devia ser de alguém. Eu só tava segurando. Mas fico esperando, de coração, que me ache. E que eu te ache. E que nós nos achemos. Uma vez mais. E não só uma.
6 de setembro de 2008
Esta manhã...
5 de setembro de 2008
Da série - Retrato dos tempos passados
4 de setembro de 2008
Trilha
A professora do pré dizia que a gente ia ser grande um dia. Eu pensava que no ano 2000 eu seria maior do que sou agora, em 2008.
Uma discípula. De um auto-denominado andarilho. De um óbvio que precisava ser desvelado. E ainda precisa.
Um suspiro no concreto, no tempo, no vácuo, no espaço, no meio do povo.
Nos sapatos.
Andarilha.
3 de setembro de 2008
ConCeiTuAndo
2 de setembro de 2008
Verborragia
Verborragia é uma delas. Fale e escute o som.
Verrrrbooorrrrraaaagggiiiiiaaaa....
Parece que escorre pelos cantos da boca um som mole, tonto.
_ Oi! Boa noite! Eu quero um daquele ali.
_ Que est qui c'e?
_ Uma fatia de bolo. O senhor fala francês?
_ Ah, não... É que quando eu era pequeno... (...) Daí eu cresci... (...) Casei... (...) Tive filhos... (...) E tem um menino que fala 4 idiomas e... (...) Eu acho lindo que... (...)
Eu só queria o bolo. Juro.
E tem palavras que me impressionam. Não tanto pelo som esquisito, mas também, e principalmente, quando vivencio seu significado.
30 de agosto de 2008
É triste?
27 de agosto de 2008
O que vem do real não tem a obrigação de ser...
26 de agosto de 2008
25 de agosto de 2008
Múltiplas vozes na mala
Janaína
“Você quer o conhecimento para ter sabedoria e pra quê? O que você vai fazer com isso? É um objetivo que não tem fim.”
Adriano
“Eu não costumo falar muito disso porque é raro alguém aceitar ou, pelo menos, não julgar...”
Eric
“Depois que vira cinza não acende mais...”
“...Simpatia é quase amor...”
Diego
22 de agosto de 2008
Para sem mais desencontros
Para que duas pessoas se encontrem, é preciso que estejam no mesmo lugar, no mesmo tempo.
Parece óbvio. E é.
O tempo determina fatores culturais, étnicos, sociais, econômicos, políticos.
O lugar determina fatores culturais, étnicos, sociais, econômicos, políticos.
Ou seja, a dupla tempo-espaço são determinantes.
Eu posso estar no mesmo lugar, mas se não estiver no mesmo tempo que a pessoa que quero encontrar está, nos desencontramos.
Se a pessoa estiver ao mesmo tempo em lugar diferente que eu, jamais me encontrará.
Neste final de semana estarei num outro espaço ao mesmo tempo. Será o mesmo tempo onde se situam meus contemporâneos (rá!) e voltarei ao mesmo espaço antes que dê tempo de sentir saudades...
21 de agosto de 2008
20 de agosto de 2008
...E no meio do caminho... Havia uma manhã...
Esta manhã me açoitou, não tanto pela beleza, não tanto por perdê-la na rotina do lugar estreito, mas pela impossibilidade de descrever o tauma, a surpresa do esplendor que encontrei sem procurar entre as pedras verticalmente cinzas, alongadas, e vertiginosas.
Encontrei. E nem posso narrar aqui o quanto tive que piscar para suportar a claridade daqueles tons.
Mas era algo assim, enquanto as árvores riam da minha cara de susto...
E, por não querer aqui me desfazer do que é pedra, do que é duro, do cinza, do estreito, do que é vida, a referência a quem tira leite (!) da mesma pedra...
http://www.jr-art.net/
19 de agosto de 2008
Areia MoVe...d..iÇa...
Mas é do desespero que surgem indagações e buscas. E não da iluminação criativa. A falta de esperança e de confiança no método (caminho) é o que leva a novos métodos.
Nada é tão engraçado, senão a crueza do que é real.
A ironia e a comicidade ajudam a entender melhor o real porque, no fundo, são ásperos, são duros, machucam. Então, chocados, indefesos, rimos.
Como agora. Ao perceber que nada disso precisa ser verdade.
E, possivelmente, não é.
17 de agosto de 2008
Na mosca!
"What is mind?
No matter.
What is matter?
Never mind."
George Berkeley sabia fazer filosofia.
Trocadilho com impulso de reflexão.
13 de agosto de 2008
Voices
A tia deve ter reconhecido a voz da sobrinha, porque parou desnorteada, olhando ao redor. O ônibus passou, claro, rapidamente. E a tia ficou lá, olhando para o nada...
Fiquei pensando... O que a sobrinha queria com aquilo? O que ela teria dito caso a tia a tivesse visto? Devia ser algo muito importante, por isso berrou tão alto...
_ TIA!
_ OI!
_ SUA CALCINHA TÁ APARECENDO!
Ou então...
_ TIA!
_ OI!
_ CASEI!
Ou ainda...
_ TIA!
_ OI!
_ ME EMPRESTA DINHEIRO???
Não... Não se fala de um assunto tão importante assim, berrando da janela do ônibus... Devia ser mesmo algo sem muita importância...
_ TIA!
_ FALA QUERIDA!
_ NADA NÃO! ERA SÓ PRA DAR OI!
Então entendi.
Entendi que o motorista tinha entendido tudo bem antes de mim.
10 de agosto de 2008
Baita papo
Basta discar e você arrumará um grande amor ou uma amizade pra vida toda.
Ao que ligo a televisão no domingo de manhã e me deparo com meia dúzia de bobocas falando no telefone, sorrindo e se sacudindo, como se estivessem numa balada.
Dei-me uns minutos para apreciar a obra publicitária. E fiquei imaginando como teria sido o making of dessa maravilha. As pessoas dançando, provavelmente sem música alguma, num espaço totalmente fake, forçando sorrisos e charme.
Tinha até depoimento.
_ Meu, minhas amigas tiravam sarro de mim, porque eu tava sempre sozinha. Daí eu liguei e marquei um encontro. Fiquei com medo. Mas que nada! O cara é uma pessoa maravilhosa. Estamos junto ATÉ hoje! – conta a gatinha com um sorriso de orelha a orelha. Ela só não contou que o ATÉ HOJE faz uma semana, mas beleza, né?! O tamanho do vestido convenceu.
Fantástico.
7 de agosto de 2008
I remember...
Maus professores fazem uso abusivo da autoridade e se portam como detentores de verdades absolutas, dilacerando expressões que enriqueceriam a qualidade do diálogo com o outro.
Uma pena que hajam mais exploradores do que expedicionários.
6 de agosto de 2008
DEMOcracia
Mas, algumas vezes, a usam também como sinal de ironia.
Outras vezes ainda, não usam aspas no texto, mas nos dedos.
Sabe quando alguém tá falando com você e treme dois dedos em paralelo com a cabeça para colocar aspas nas palavras que está dizendo?
Então.
Vi alguém colocando aspas imaginárias na palavra democracia. E não entendi.
Ou estamos num regime totalitário ou estamos numa democracia e, que eu saiba, não estou num país cujo regime é totalitário.
_ Você diz tudo o que você pensa?
_ Digo.
_ Não, você não diz.
Bem, algumas vezes eu evito dizer que a outra pessoa está com mal hálito, mas isso não é uma questão de censura.
_ Caco Barcellos precisou se exilar!
Protesto. Estamos falando de ameaças de pessoas que vivem às margens da lei já por uma série de situações. Ameaçar alguém de morte é só mais um delito.
A democracia não é a garantia de participação popular nos processos políticos? Se essa participação não acontece, em que grau acontece ou deixa de acontecer é outra história.
A democracia não se impõe. O povo simplesmente se apropria do lugar-ação. Ou não.
A verdade é que é enfadonho demais esse papo de conspiração universal pra tudo.
E discordamos.
Porque, como estou numa democracia, posso fazer isso. E fiz.
Discordamos.
5 de agosto de 2008
...as pessoas.
Com um endereço e um trajeto nas mãos me lancei ao desconhecido lugar. Não sozinha. Mas com todos os queridos desconhecidos que se espremiam calorosamente nos 3 ônibus necessários ao trajeto.
Ainda convalescente, fui obrigada a andar mais do que gostaria. Bem mais do que gostaria, eu diria.
E cheguei.
A sala não era muito grande. E, mesmo que fosse, passar 8 horas dentro de uma sala não é minha atividade favorita.
O almoço e o lanche foram servidos naquela sala mesmo, que era para ninguém circular.
Ao final, saí antes do final, afinal.
Uma sala é basicamente quatro paredes na vertical e duas na horizontal. Meu horizonte já estava ficando desfigurado da sufocante maresia do assunto viciado.
Mais duas horas de trânsito em ônibus lotados.
Depois descobri que os 3 ônibus necessários ao trajeto poderiam ter sido substituídos por 1 ônibus necessário ao trajeto.
E por quê?
E por quê?
Congresso sobre Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes.
Os responsáveis, as estradas, o orkut, as vítimas, o comércio, as estatísticas, as meninas, os meninos, as pessoas...
3 de agosto de 2008
Recesso
Mal podia perceber como estava e já sentia o medo maior de todos os seres que vivem: o medo de se extinguir.
O calor que a alma sentia sob aquelas novas formas era indizível. E peso. O peso era tanto que respirar era já muito difícil, quanto mais se defender.
Estava escuro. Mas não totalmente escuro. Era um meio escuro, meio claro, de início da manhã. Mas ainda escuro o bastante para que os contornos de mim e do além de mim não estivessem bem definidos.
Tentei me virar, mexer e, sofregamente, o fiz. Pouquinho. Porque mesmo eu não sabia o que queria ao me mexer. Nem onde ir, nem o que fazer...
_ Eu disse pra você não dormir com o cabelo molhado. Olha. Tá queimando em febre. E com 3 cobertores!
Não tive forças pra dizer que era o frio ou pra negar o algo que me enfiavam guela abaixo.
_ Toma esse remédio. E agora? Vai trabalhar?
Eu não me lembrava meu nome de gente, quanto mais o de inseto. Muito menos me ocorreu como responder ao inquérito. Trabalhar? Assim?
Sim.
Fui trabalhar.